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PROJETO NURC-RJ

DIÁLOGOS ENTRE INFORMANTE E DOCUMENTADOR (DID):

Tema: "Terreno"
Inquérito 0087
Locutor 0101 - Sexo feminino, 25 anos de idade, pais cariocas, professora de matemática. Zona residencial: Sul.
Data do registro: 22 de agosto de 1972
Duração: 45 minutos


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DOC. -  Dessa, desse sítio de seu avô onde você ia passar suas férias, por aí, quem sabe a gente (inint.)
LOC. -  Embora os quarenta e cinco minutos, eu acho que constituem assim tempo à beça, né, pra gente falar sobre isso, em todo caso, eu, bom, a respeito de terreno, a primeira idéia que eu tive de terreno não foi essa, concreta, né? Mas assim, vocês dando essas pistas e esses aspectos, assim, agora você está me ajudando. Começando, então, por esse aspecto de, do lugar onde nós passávamos as férias, é assim um terreno, mais ou menos grande, nós fizemos lá no sítio quatro casas, justamente situadas em planos diferentes do terreno, porque a família de minha mãe é grande, então cada casa era de uma pessoa e as pessoas foram escolhendo mais ou menos os lugares, de acordo com o que gostava, com regiões. E realmente a gente tinha muita chance, quando garota, naquele período então de adolescência, que eu lembro bastante, porque é uma fase que preocupa muito, né, e eu não sei se porque trabalho muito ligada a adolescente, eu sinto muito isso, então a gente tinha muito esse contato com a natureza. Nós éramos muitos primos, então nós organizávamos passeios e tinha uma pedreira nesse terreno, no final, e um de nossos passeios foi justamente de exploração. Nós fomos subindo todo esse terreno e fomos vendo como nós podíamos alcançar o ponto mais alto da pedreira. E colocamos uma bandeirinha lá, e depois aquele, todo aquele aspecto do cuidado para descer, como é que era a rocha e a gente o que ia descobrindo, ali, as plantas, todo aquele tipo de, de vegetação de pedra, né? Também nós fazíamos muita excursão nesse período. Nós saíamos cedinho e íamos descobrir os lugares. Então a gente ia de carona, tomava carona de caminhão, de ônibus, de trem, até ser expulsa do trem, e quando a gente gostava, a gente sempre parava onde gostava. Então nós ficávamos realmente apreciando aquilo tudo e vendo. E era muito agradável, isso tudo foi assim um período muito bom. E quando nós éramos pequenos, lá no sítio, a, a nossa brincadeira era colher os morangos. E como nós éramos muito pequenos, então havia aquela preocupação de acordar bem cedo. Quem acordava primeiro, geralmente comia o morango maior, né? Então nós combinamos uma coisa: a gente corria pra horta e todo mundo colhia. Mas depois a gente fazia um prato bem fundo de açúcar e enterrava os morangos pra gente não saber qual era o grande e poder de ir tirando na base da sorte. Eu acho que isso foi assim uma recordação muito boa e até hoje de vez em quando nós vamos. Porque nós sentimos necessidade justamente desse clima, dessa, dessa necessidade do verde. Que a gente morando aqui, numa cidade grande e cheia de prédios e de tráfego e não sei mais quê, a gente sente necessidade desse isolamento e dessa tranqüilidade, não é, que a gente consegue lá. Nós já temos levado alguns amigos, inclusive, nas férias nós fomos com o M. e a A. e eles também sentiram, gostaram muito do lugar, sabe? Agora ...
DOC. -  Em termos assim de paisagem ...
LOC. -  Como seria? (sup.)
DOC. -  (sup) É, se você pudesse descrever (sup.)
LOC. -  (sup.) Pra descrever? Ah, era assim: tinha vários níveis assim do terreno, tinha um, um riozinho passando no meio, mas que a gente não podia tomar banho não, porque era uma água suja. E era assim tranqüila. Principalmente do jardim, eu me lembro que a gente vê uma paisagem muito bonita, porque são muitos morros que a gente vai vendo. Agora, o tipo de vegetação é mais ou menos o mesmo, né, daquela região toda, não há nada de muito especial, né?
DOC. -  Qual é a região (sup./inint.)
LOC. -  (sup.) É de Correias, Petrópolis, ali, né? Não há assim muita mudança.
DOC. -  Quando você vai pra lá, viaja (sup.)
LOC. -  (sup.) O, o (sup.)
DOC. -  (sup.) Tipo assim de paisagem, de aspecto dela na ida.
LOC. -  Eu acho alguma coisa que a gente vai sentindo que muda, na medida que entra na estrada, né, principalmente quando a gente vai pela estrada velha, a gente tem possibilidade de comparar muito, né? Então são aquelas árvores antigas, grossas, né? E, com todo talvez um aspecto de vida diferente das estradas mais novas, né, que quase não apresentam vegetação, não é? É tudo reto e já usando muitos recursos, né, técnicas, pra que a estrada fique melhor, e com isso vai perdendo um pouco dessa beleza de paisagem, né, de, o aspecto de, de vegetação mesmo, né, que é nitidamente diferente da estrada velha pra estrada nova, né?
DOC. -  E o aspecto assim de, geográfico, de relevo? Desse por onde passa a estrada velha, você podia dizer?
LOC. -  É, bom, é, é sinuoso, são as montanhas, quer dizer, vem aproveitando, na estrada velha, a gente percebe que eles aproveitam, elas seguem os recursos naturais, pouca coisa é alterada, né?
DOC. -  Mas quais recursos naturais?
LOC. -  Ah, bom, são, são justamente os morros, as pedras, aquele, aquela vegetação toda, né, mais densa, né? É como por exemplo na floresta da Tijuca, aqui, quando a gente vai, que é também um tipo de vegetação bem denso, não é? São árvores grandes, antigas, né, ah, e a própria estrada é sinuosa, porque aproveita os recursos naturais, mesmo, né? A gente não vê tanto a atuação do homem, né?
DOC. -  Você conhece o litoral fluminense, ah ...
LOC. -  Pouca coisa do litoral fluminense. Eu me lembro que nós fomos uma vez até Cabo Frio.
DOC. -  E a diferença assim, por exemplo, você ir pra Correias e você ir pra, pra Cabo Frio?
LOC. -  Bom, é todo ... Bom, até pelo clima, né, pela influência do clima, porque ao, ao nível do mar e tudo é, é todo um tipo de clima, então toda a influência que vai influir também no tipo de vegetação e tudo, né, também.
DOC. -  Em termos assim de terreno?
LOC. -  Ah, é ... Bom geralmente é o terreno mais arenoso, né, porque o próximo às praias, não há tanta elevação, como a gente indo pruma serra, né?
DOC. -  Agora, se no estrangeiro, fora do Brasil, pedisse a você pra descrever o Rio de Janeiro, em termos de geografia, quer dizer, como é que você vê essa cidade?
LOC. -  Muito acidentada, né? Então, com mil dificuldades. Então, a gente percebe através dos túneis que nós estamos procurando, quer dizer, é uma maneira do homem procurar dominar, não é, todo esse aspecto geográfico, que está dificultando a nossa vida, né? Agora, que a gente podia ver mais em termos de aspecto geográfico daqui? Nós temos uma variedade muito grande, né, com uma extensão de praia muito grande, né, e de baía e fora da baía, né? Depois, eh, há esses morros todos aqui perto, bem próximos inclusive à região das praias, né? A gente mesmo quando vai ali ... Eu me lembro do tempo em que a gente começou indo à praia do Pepino e tudo, como era bonito a gente perceber que bem pertinho da praia a gente tinha aqueles morros cobertos de vegetação, aquilo tudo, né? E ...
DOC. -  Agora, se você tivesse de escolher entre viver na planície a perder de vista ou viver numa região montanhosa, eh, que que você acha dos dois tipos de vida?
LOC. -  Bom, eu não sei, eu acho que influenciam muitas outras coisa, né, pra gente fazer uma escolha em termos de moradia. Eu, eu acho que o que influencia mais é assim o tipo de possibilidade que a região oferece, né? Agora eu por exemplo não sairia do Rio de Janeiro porque, a não ser por uma necessidade, por uma questão de perspectiva de vida, de eu aqui já ter mais campo de trabalho, de realização. Agora isso não significa que eu não tenha muita necessidade de ir pra regiões mais de montanha ou mais de vegetação. Agora eu prefiro, se eu pudesse escolher assim, eu tenho necessidade de ver o mar, de viver perto de praia. Eu sinto uma certa angústia quando eu estou num lugar que eu não posso ver o mar, sabe? Agora, em termos assim, eu estava pensando das outras, da viagem que eu fiz, por exemplo, ao sul. (sup.)
DOC. -  (sup.) Certo (sup.)
LOC. -  (sup.) Que nós já sentimos aí uma diferença muito grande, né? Inclusive o que eu notei é que quando nós entramos no Paraná, eu estava crente que nós íamos ver toda aquela vegetação de pinheiros e tudo, então, o que a gente estuda mesmo na escola. Eu me lembrava do meu primário, até de um certo texto. Agora, a gente só vai ver muito mais lá embaixo, descendo muito mais, né? Agora, é assim bem interessante, porque ao lado daquelas praias, eu me lembro que é a praia de Torres, com aquelas dunas enormes, que a gente vê lá de longe, aquele aspecto das rochas bem próximas ao mar, aquilo tudo, é alguma coisa de bem gostoso da gente ver, que a gente se sente bem e tem vontade de ficar lá. Talvez seja por esse aspecto de eu gostar, também, da praia, né? Agora, em termos, por exemplo, de, de cultivo, da parte de agricultura, a gente sente como no sul é tudo muito mais cultivado. E eu pude comparar quando nós fomos à Bahia, como é diferente aquela vegetação, né? É aquilo tudo assim retorcido, seco, quando a gente vai pra Bahia, e que não, até não entende muito bem como é que a gente encontra casas na beira da estrada com pessoas, como conseguem dominar aquela região, aquele aspecto todo, como chegam à sobrevivência, né?
DOC. -  E no sul?
LOC. -  No sul já é ao contrário. Também já é influenciando todo aquele aspecto de colonização nossa e tal e facilidades também de clima, né, de uma série de fatores.
DOC. -  E quando você olha, como é que você descreveria essa impressão que o sul lhe causou, em termos não da impressão, mas do aspecto (sup./inint.)
LOC. -  (sup.) Que favorece o tipo todo assim físico (sup.)
DOC. -  (sup.) Aspecto físico (inint./sup.)
LOC. -  (sup.) Eu acho que favorece muito mais a vida do homem. Eu acho que fornece recursos naturais, dão mais condições ao homem. Então, eh, todo aquele aspecto, a vegetação em si, como o homem pode aproveitar muito mais aquilo tudo, como a própria terra é uma terra que favorece o cultivo. Então a gente anda e vê terras e mais terras e mais terras todas cultivadinhas. Quer dizer, é uma chance que a gente percebe. Então isso dá talvez mais tranqüilidade à gente (sup.)
DOC. -  (sup.) Por quê? (sup.)
LOC. -  (sup.) Porque é mais fácil o homem entrar e dominar esses recursos, né? Eu não sei se seria bem isso.
DOC. -  Não, seria exatamente isso. Agora, você falou que se surpreendeu no, com o Paraná, eh, com toda aquela coisa que você tinha aprendido na escola (sup.)
LOC. -  (sup.) É.
DOC. -  Então eu vou fazer uma pergunta assim muito simples, muito banal, quer dizer, assim: você lembra mais ou menos que que você aprendeu na escola a respeito do Brasil, em termos assim de limites, regiões e o que que mais ou menos caracteriza cada uma dessas regiões?
LOC. -  Em termos do quê? Da, da vegetação (sup.)
DOC. -  (sup.) De geografia, de geografia física. Em termos assim de relevo, em termos de, eh, aspectos de terreno, de (sup.)
LOC. -  (sup) Sei. A gente (sup.)
DOC. -  (sup.) agricultura, etc.
LOC. -  Bom, a gente aprendia justamente que no sul era mais fácil, por cau... por causa de todo esse aspecto climático e tudo. E no, aquela parte de nordeste e tudo, da, da Bahia pra cima, como uma região muito seca, então isso constituindo um problema sério pro homem e que ... Durante o meu tempo de primário, eu não me lembro assim de grandes tentativas pra mudar isso. Eu acho que é pouco tempo pra cá que se pensa nisso. Era mais ou menos uma, uma região esquecida. E a Amazônia a gente caracterizava como toda aquela vegetação muito rica, né, com muita coisa, que se tinha muitos recursos que não se explorava. Agora como uma região de difícil acesso. Eu me lembro também que a gente colocava o aspecto das montanhas como dificuldade de penetração. Então, explicando a, a colonização, e porque ali. Eu me lembro também muito daquela parte da, da região da mata e da, daquele cultivo da cana-de-açúcar, que era alguma coisa que se dava muita ênfase, não é? Era assim o café no Paraná, em São Paulo, né? E principalmente que eu me lembro que a gente dava dominante, dava do, no começo da história do Brasil a parte de, da cana-de açúcar, me lembro da, da parte dos seringais, que a gente estudava bem, não é, na região norte, das riquezas minerais que se falava assim de uma maneira um pouco vaga, né?
DOC. -  Vem cá, e que que você sabe assim a respeito do que se tem feito hoje no nordeste pra vencer essa coisa de seca que você falou, o que hoje está diferente?
LOC. -  Bom, há, eh, há assim uma série de impostos e de SUDENE e de não sei quê, órgãos que estão assim procurando se preocupar um pouco com isso, né? Agora isso não deixa de constituir um problema ainda pra nós, né? Eu acho que ainda é um problema sério, né?
DOC. -  Agora na, em terms de atividade, na terra, você tem idéia assim do que a SUDENE tem feito?
LOC. -  É um incentivo. Eu tenho a impressão que é um incentivo pra justamente as indústrias, pra que se formem indústrias lá, não é?
DOC. -  E a parte assim de solução pra seca?
LOC. -  Ah, bom. Seria justamente a parte toda de, de irrigação, né, de obras ligadas a isso e eu me lembro, isso já tem algum tempo, né, quando se falava em termos de açudes e não sei quê, aquelas catástrofes que a gente teve e tudo, né, e, e que depois se percebeu que não seria, os açudes não seriam a solução, né? E depois até técnicos, né, de Israel e tal foram consultados e tudo, numa tentativa de, de procurar através de um, de trabalhando o terreno, né, se obter condições pra ...
DOC. -  Você falou em Israel, você tem alguma idéia do que aconteceu em Israel nesse sentido?
LOC. -  Foi todo um, um trabalho. Era, era uma terra, a idéia que eu tenho era de uma terra que se condiderava assim muito difícil de se trabalhar, de produzir alguma coisa e que com a ajuda da técnica e da perseverança do homem, que eu acho que foi um fator muito importante, e de acreditar naquilo e ter uma necessidade daquilo, se trabalhou a terra, tecnicamente, pra que se pudesse colher depois.
DOC. -  Que que seria esse trabalho técnico da terra. Consiste em fazer o quê?
LOC. -  Em irrigar a terra, né? Processos modernos, que eu desconheço, mas que, justamente, dêem essas condições. Quer dizer, é a irrigação, é de qualquer maneira possibilitar a existência da água na necessidade em que isso vai favorecer todo o desenvolvimento. Porque eu me lembro que quando eu estava no Normal uma coisa que me impressionou foi minha professora de geografia dizendo que se media o adiantamento dos povos, inclusive, pela quantidade de água consumida. E isso pra mim foi uma novidade enorme, quando eu aprendi isso.
DOC. -  Agora, e a Bahia, Salvador, por exemplo, você podia descrever (sup./inint.)
LOC. -  (sup.) Ah, eu acho maravilhoso (sup.)
DOC. -  (sup.) Como é a paisagem?
LOC. -  É, inclusive vocês podem ver pela casa que tem coisa à beça da Bahia, né? Eu acho assim muito bonita. Aquelas praias também me impressionaram demais, né? Toda aquela vegetação perto da praia, e os coqueiros, aquilo tudo. E uma cidade também acidentada. Basta a gente perceber toda aquela construção de cidade alta, cidade baixa, já traduz, de certa forma, o relevo da cidade, né, as condições de vida, né?
DOC. -  Vem cá, alguma vez você deu algum passeio pela baia de Todos os Santos, lá em Salvador, ou aqui, pela baía de Guanabara?
LOC. -  Dei. Lá, nós fom... Eu fui uma vez, da primeira vez que fui à Bahia, nós fomos até Itaparica. Então nós passeamos por ali, pela aquele mar, pela aquelas ilhazinhas e fomos até Itaparica. Que aliás eu achei horrível. E eu acho que a vegetação, inclusive lá, por exemplo, acho que quase não existe, né, em Itaparica. É um negócio que a gente não entende muito bem como o pessoal gosta tanto. Eu acho a Bahia maravilhosa, mas Itaparica eu acho horrível. Agora, quando a gente volta então desse passeio, eu estou lembrando, talvez seja por isso que você tenha feito a pergunta, porque a gente percebe muito bem toda aquela cidade, toda aquela configuração, não é, todo aquele aspecto de, de dois, de cidade em dois níveis assim, né, todo aquele recorte.
DOC. -  E nessas ilhazinhas que é que você viu?
LOC. -  Olha, que eu me lembre assim? Eu ... A vegetação eu acho que não tinha nada que me chamasse muito a atenção não, sabe? Não me lembro assim de nada que me tivesse chamado muito a atenção não. Agora são bem inaproveitadas, se a gente pode falar, né? Quer dizer, não são muito trabalhadas ainda, aquilo a gente tem a sensação que permanece no seu aspecto natural, né? Agora, quando, já em Salvador há toda uma tentativa. Aquelas ladeiras todas, aquilo tudo é todo um processo de vencer as dificuldades do, do relevo, né?
DOC. -  Você fez um passeio que vai de Curitiba a Paranaguá?
LOC. -  Eu fiz até Morretes.
DOC. -  Você podia descrever pra nós?
LOC. -  Ah, aquilo é uma coisa assim maravilhosa. Eu não pude ver muito, porque dei azar, no dia estava muito nublado, sabe?
DOC. -  Hum.
LOC. -  Agora, também é um negócio muito lindo, né? Todas aquelas pedras, todas aquelas escarpas de montanha, aquele trem passando bem perto. Quer dizer, a gente sente uma proximidade muito grande, não é, com todo esse aspecto natural, né? Aqueles buracos enormes, aquelas cascatazinhas, né?
DOC. -  Você tem alguma, eh, idéia do tipo de paisagem que se pode ver na África, assim das suas leituras e cinema e etc. Quando se fala em África pra você, em matéria de geografia, o que que você pensa em primeiro lugar?
LOC. -  Bom, a gente pensa em, em selva, né, é um pouco ligado ao, ao que a gente vê de filme, com um, um ... Como é que a gente podia falar? Quer dizer, um pedaço descampado, não é, mas um pedaço também de uma vegetação também densa, grande, tudo em termos de floresta, né? Árvores de, de grande porte e tal, inclusive por causa dos bichos, como eles vivem.
DOC. -  E esse pedaço deserto?
LOC. -  Ah, seria mais ou menos com uma vegetação que não era muito grande e assim verde, com pequenas elevações.
DOC. -  Olha, eu vou fazer uma pergunta assim que é um pouco (inint.) é ao trato com a terra, você falou por exemplo na idéia de cultivo. Você tem assim, já viu como é que se faz esse cultivo de terra? Por exemplo, eh, pra plantação, etc.
LOC. -  Olha, ver eu acho que não vi nada assim de, de grande importância, que fosse em termos ou de uma, de uma fazenda, digamos assim, não vi não. A gente tem uma idéia daquele preparo todo da terra, que se revolve, se aduba a terra, quer dizer, se prepara o solo pro tipo de, de plantação que se deseja ali, numa época adequada, depois se planta dependendo ou, ou através de sementes ou então os arbustos, né, os enxertos. Isso me lembra um pouco ... Agora estou me lembrando que quando eu era criança meu pai tinha um sitiozinho em Campo Grande. Eu me lembro desses enxertos, das laranjeiras e tal, como se plantava, e ele escolhia lá os enxertos e era assim se preparava ... Agora, havia outros problemas decorrentes, lá havia época pra, pra que se podasse as árvores, né, pra que houvesse um crescimento.
DOC. -  Lá em Campo Grande havia água bastante ou ...
LOC. -  (sup.) Tinha, tinha água, sim.
DOC. -  Encanada?
LOC. -  Olha, eu não me lembro, porque só tinha a casa do caseiro. Acredito que não, tinha um riozinho que passava no fim, tinha até uma cachoeirinha, bonita. Era um terreno mais ou menos acidentado esse, não era grande, agora tinha água bastante. Não chegava a ser encanada porque não era bem aproveitada lá não, era uma região lá daquela buraqueira (sup.)
DOC. -  Era, era natural.
LOC. -  Era.
DOC. -  Você não tinha idéia assim de onde vinha, se era corrente ou (sup.)
LOC. -  (sup.) A água? Bom, era corrente sim, porque tinha esse riozinho, né, que vinha.
DOC. -  Agora (inint.) essas áreas assim que a gente não acha uma água corrente, o que que normalmente se faz, em termos de obtenção de água?
LOC. -  Ah, os poços, né?
DOC. -  Você tem idéia assim de como que eles fazem esses poços?
LOC. -  Eu acho que é, naturalmente, ou os poços ou então as minas, né, também, que há. Quando o terreno é rochoso e tal, eu me lembro, por exemplo, lá em Petrópolis, a água que a gente usa no sítio vem das minas. Me lembro que às vezes brotava água, então era feito, se cavava, até encanar e procurar essa água, né, e trazer. Ou então os poços, que até acho ... Falam muito. Por exemplo, lá em Niterói, às vezes o pessoal comentava, da faculdade, me lembro, muitas casas ali são com poços artesianos, né? Então, eu não ... Eu não sei precisamente como é feito, né, agora, sei que, que cava até uma determinada altura e então o tipo de água é diferente, às vezes é mais pesada. Eu ...
DOC. -  Você tem idéia dos utensílios que se usa pra trabalhar a terra?
LOC. -  Eu acho que ... Só acho que me lembro das mais comuns. Vamos ver: tem aqueles, inclusive a gente usa mais, né, pra pequeno cultivo, né, que é o, a enxada, o ancinho, aquela pá. Agora, há aquelas máquinas, não é, que revolvem também a terra, né, que depois vão arando a terra e tudo. Isso eu, eu só vi em cinema, não vi ninguém trabalhando com essa ... Que inclusive isso é dispendioso, né?
DOC. -  (inint.) você falou aí, fez uma referência assim de recursos minerais. Você lembra ainda quais são esses recursos minerais em termos assim de terreno e da exploração desses recursos minerais?
LOC. -  Olha, por exemplo, deixa eu ver. Me lembrava que se falava no manganês, lá do Amapá, se falava por exemplo no ferro, né, que, eh, era muito importante. A gente via toda aquela parte, me lembro que a gente falava quando estu... via a parte de siderurgia e tal. Me lembro, por exemplo, do petróleo, né?
DOC. -  E assim em cinema ou em livro ou ao vivo, você já viu alguma vez como é que se faz a exploração desses minérios?
LOC. -  Não, não vi não. Quer dizer, eu sei por exemplo aquele, aquela parte do, dos garimpeiros e tal, a parte de, de exploração como por exemplo do, do ouro, daquelas minas de ouro e tal, daquele tempo da escravatura, né?
DOC. -  Você se lembra, ainda, do que você aprendeu em história do Brasil sobre entradas e bandeiras?
LOC. -  Ah, pois é, aquela ... Os ci... os ciclos, né, e inclusive, da, das esmeraldas, que era uma coisa que eu acho que por toda um aspecto fantástico, a gente gravava um pouco, né, do caçador de esmeraldas e tal, que não eram esmeraldas. Agora, que também, as nossas pedras não são de, de grande valor, né, a gente tem mais pedras semi-preciosas, né?
DOC. -  Como é que se obtêm pedras preciosas em geral? Por exemplo, essas que se, se encontram em Minas ou Goiás. Como é que as pessoas obtêm essas pedras?
LOC. -  Através da, da, da, dos ... Os garimpeiros trabalham nessa, nessa procura, né? Agora, eu acho que o que eu me lembro é assim. Não, realmente não é alguma coisa que, que eu tenha ...
DOC. -  Há alguma relação entre rios e uma busca, eh, e esse trabalho dos garimpeiros pra obtenção das pedras preciosas?
LOC. -  Eu não ouvi. Eu acho que a porta bateu, eu fiquei meio preocupada com o, o barulho.
DOC. -  Entre rios e, e o trabalho dos garimpeiros, tem alguma relação com os rios?
LOC. -  Bom, porque é justamente nos rios que eles trabalham, né?
DOC. -  Você sabe como é que eles fazem, por ventura, alguma lembrança de cinema, assim?
LOC. -  Ah, com aquela peneira grande, aquele negócio, né, eles vão perto das, das margens, vão procurando e vão catando, não é, e vão selecionando aquilo que vêem. Eu acho que a idéia que eu tenho.
DOC. -  E depois? Eles encontram, por exemplo, uma pedra dessas (sup.)
LOC. -  (sup.) Ah, eu sei (sup.)
DOC. -  (sup.) Ela vem (sup.)
LOC. -  (sup.) Ela vem bruta, né? Na ho... não é? Ela vem bruta, depois ela é trabalhada toda, é lapidada e, dentro já dum processo de industrialização, né?
DOC. -  Agora, e o petróleo, você sabe como é que se obtém petróleo? Quer dizer, eu me lembro que eu estudei na escola, não sei se no ginásio assim, ah, que em geral os terrenos onde se obtinha o petróleo, antes, não é, o petróleo é o resultado da evolução de uma outra coisa (sup.)
LOC. -  (sup.) Ah, eu ... Espera aí. Era uma, eh, decomposições, não é, e tal que formava, eh, material orgânico e tal, não é? É, estou ... Era ... Como é que era a história? Era toda uma, uma decomposiçao, né, de ...
DOC. -  Você visitou por acaso, na Bahia, Mataripe?
LOC. -  Não. Não.
DOC. -  Não viu assim como é que eles ... Você já leu alguma vez como é que eles descobrem onde há petróleo e (sup.)
LOC. -  (sup.) É feita toda uma, é feita uma sondagem, né, da, das regiões. Depois, então, é que se perfura, depois de, de se perceber mais ou menos onde há, há possibilidade, né, de se encontrar e tudo assim, depois daquelas testagens, que eu não sei exatamente como são feitas, depois eles perfuram o solo e a partir de uma determinada profundidade, né, eles encontram. Depois ... Eu me lembro também de, dos poços na, inclusive marítimos, né?
DOC. -  E, na Amazônia? Você deve ter ouvido falar muito da Transamazônica, né? (risos) É, como é que se diz? Badaladissíma. Eh, que que caracteriza, você falou na vegetação, agora eu gostaria de que você falasse assim em termos de rio, do rio Amazonas. Qual é a influência do rio em toda essa área?
LOC. -  Porque eu tenho a impressão que o, o rio Amazonas é toda a maneira, é todo um meio de comunicação praquela região, não é, porque como é uma reli... uma região muito, de vegetação muito densa, isso tudo dificulta, né, o, essa penetração do homem. Então, eu me lembro que todos aqueles, ah, aqueles afluentes e tudo, quer dizer, tudo era levado, então a importância dos rios, não sei se é isso que você estava perguntando, a importância dos rios numa região daquele tipo, quer dizer, era um meio de transporte, de comunicação, né? Agora, naturalmente aqueles trechos mais acidentados do rio dificultam isso, também, né?
DOC. -  E, quando a gente ... Eu, pelo menos, quando eu estava no colégio, ouvia falar muito assim que, eh, o Nilo era o maior rio do mundo (sup.)
LOC. -  (sup.) Hum (sup.)
DOC. -  (sup.) E que o Amazonas era a maior bacia. Qual que seria assim a diferença? Você deve ter ouvido falar nisso também, né?
DOC. -  Porque eu acho que a bacia, eles, eles ... A gente leva em conta não só o rio em si como todos os afluentes, tudo aquilo que forma, não é, aquela cadeia, aquela, aquela bacia hidro... hidrográfica, né, são justamente o rio e seus afluentes, né?
DOC. -  E assim no Brasil, haveria outras?
LOC. -  Bacias? É, bacia do Prata, que eu me lembro, que a gente estudava, né, e depois ... Eu me lembro que a gente estudava também muito a importância do rio São Francisco, né?
DOC. -  Por quê?
LOC. -  Justamente por, por causa da, da região grande que ele percorria, né? E depois, naquele finalzinho todo aquele aspecto da, das usinas hidrelétricas, Paulo Afonso, eh, o aproveitamento de energia através do rio e por causa do terreno acidentado, né, todas aquelas cachoeiras que a gente decorou, que agora lembra pouquíssimo, hoje, né?
DOC. -  E me diz uma coisa: em termos assim geográficos, eh, você lembra daquela coisa de limites do Brasil?
LOC. -  Ah, é um negócio assim horrível, que a gente combate cada vez mais no, no, no ensino, é esse aspecto de, desse excesso de, como a gente diz, de acidentes geográficos. Eu me lembro que eu estudei em termos ... Eu sabia o litoral inteirinho do Brasil e hoje em dia eu me lembro de pouquíssimas coisas. A gente sabia todos os cabos, todas as pontas, todas as ilhas, tudo aquilo, né, e hoje em dia a gente lembra de tão pouca coisa, né?
DOC. -  E em termos assim de situação dentro da Américaa do Sul?
LOC. -  Bom, como o maior país em extensão territorial, né, como tendo limites com quase todos os países da América do Sul, né, com, eh, menos dois, né, que eu me lembro. Era o Chile e, que era mais? Equador (sup.)
DOC. -  (sup.) E em termos de América do Sul, qual é a grande oposiçao assim em termos geográficos que você podia fazer, que a gente faz (inint./sup.)
LOC. -  (sup.) Ah, bom, em termos da, de toda aquela, essa parte enorme que a gente tem de litoral, né, que vai facilitar tremendamente toda a, a forma de, de comunicação, de importação, de exportação, né, toda uma ...
DOC. -  E uma outra coisa também (inint.) você falou que hoje o ensino está voltado pra outro tipo de aspecto. Se você, por exemplo, tivesse hoje que ensinar uma criança a se orientar em relação, por exemplo, aos pontos cardeais, como é que você faria?
LOC. -  Os pontos cardeais. Bom, me lembro que a gente, eh, via em relação ao, ao nascente, não é, o leste, ficando onde o sol nasce, etc. Então a criança observava o leste, o oposto, o oeste, e aí se localizando, né?
DOC. -  Sei. Mas se localizando, como é que você daria a ela uma noção dessa localização?
LOC. -  Bom, ela teria que observar primeiro ou o nascente do sol ou o poente, pra poder localizar o leste ou o oeste, né? Eu não sei se seria isso. E como decorrência veriam norte e sul, né?
DOC. -  Agora, você como orientadora educacional, eh (sup.)
LOC. -  (sup.) Pedagógica, porque orientador, o educacional é a parte (sup.)
DOC. -  (sup.) Pedagógica (sup.)
LOC. -  (sup.) Psicológica.
DOC. -  Sim. Você tem discutido essa reforma do ensino de geografia. Você podia dizer alguma coisa pra nós?
LOC. -  Ah, temos. Inclusive o aspecto todo que nós damos, dar ênfase à geografia é da geografia para o aluno se situar. Então não é essa ênfase de milhões de acidentes, não é a gente saber todos os afluentes de margem direita e de margem esquerda, inclusive porque eu assisti uma palestra em que um, era de um professor do conselho, tinha sido do Conselho Federal de Educação. Ele mostrava: pois é, eu fiquei danado, lembrando de todo aquele tempo que eu estudei geografia e quando eu me vi perdido do, de avião, no avião, eu não sabia me localizar, porque não conhecia de perto todo o aspecto ... Tinha decorado milhões de coisas de um aspecto geográfico de Brasil, e eu, um homem de quarenta e tantos anos, não sabia me localizar naquele interior e reconhecer as coisas. Então, a geografia que é dada hoje é muito mais pra se situar e pra se entender o porquê de toda a economia de um país. Então é mais o aspecto de geografia humana, de geografia econômica e a parte de geografia física vem simplesmente como um apoio, uma forma do aluno se situar. Inclusive, atualmente a gente não separa a história da geografia, assim como não separa da sociologia e das outras coisas, os alunos vão tendo uma visão geral, através dos, do, dos estudos sociais, né? Então, quando eles estão dando, por exemplo, um aspecto qualquer lá da antigüidade, eles situam então geograficamente aquilo e vão ver o porquê, como a parte geográfica influenciou naquele tipo de civilização.
DOC. -  Dê um exemplo assim de coisas que vocês, eh, da antigüidade, que vocês utilizam pra mostrar isso.
LOC. -  Olha, eu não sei, exatamente, porque, como a minha parte é mais de matemática, realmente não me lembro muito dessa parte. A gente vê mais, a minha parte lá é mais de ver os recursos pedagógicos. Como a gente vai dar isso, como vai fazer, sabe? Então ... Deixa eu ver se eu poderia ...
DOC. -  Por exemplo, talvez citando (inint.) pra hoje, por exemplo, a subida desses rapazes a, do Pão de Açúcar, (riso) por exemplo, como é que isso poderia ser aproveitado do ponto de vista assim pedagógico?
LOC. -  O, essa subida, por exemplo? Bom, poderia ser como uma tentativa de se explorar, de se sentir como toda a situação geográfica, qual a influência daquilo como ... As dificuldades que apresenta. Então você observar o tipo de rocha ou o tipo de vegetação, ali no ...
DOC. -  Você se recorda, eh, se havia alguma relação entre o prestígio da civilização egipcia numa certa época da história e o rio Nilo?
LOC. -  Ah, é toda aquela ... Me lembro. Deixa eu ver o que que eu me lembro de, em torno do rio Nilo. Bom, era que, eh, os núcleos eram próximos justamente do rio, eh, e tinha aquele problema também da, das cheias do rio Nilo, não é? E ... Que mais que eu me lembro? Me lembro (sup.)
DOC. -  (sup./inint.) das cheias (inint.)
LOC. -  Devia arrasar lá as regiões. Sei lá, não estou lembrando muito bem não.
DOC. -  (inint.) benefícios. Essas cheias eram benéficas. Elas eram benéficas, como as do São Francisco são benéficas. Em que sentido, você lembra? Aqui no Rio a chuva é totalmente devastadora, né?
LOC. -  É (risos/inint.)
DOC. -  (sup.) Exatamente. Mas, em termos assim de rio dessas regiões?
LOC. -  Deviam fertilizar o solo, né? Deviam, sim. Inclusive eu me lembro que a gente falava em cultivo de papiro, de não sei o que e tal, né, naquela, naquela região. Devia ser uma forma de, de se conseguir, eh, maior, justamente um, essa, essa, essas cheias, essas águas todas deviam possibilitar todo um cultivo, né, por ali.
DOC. -  Agora, eh, as terras áridas, que tem aqui no Nordeste, que você já mencionou, apresentam em geral uma vegetação característica, que recebia nomes diferentes, eh, por exemplo, de acordo com (sup./inint.)
LOC. -  (sup.) Caatingas, aquele negócio, né? (sup.)
DOC. -  (sup.) Sim. Aqui mesmo no Brasil há mais de uma designação, porque os tipos de vegetaação variam um pouco, mas as terras são sempre terras áridas, mas as vegetações variam, de acordo com os terrenos sejam mais antigos ou menos antigos. Caatinga é uma delas. Mas, por exemplo, na região de Goiás você tem uma idéia de como se chama a vegetação? (sup.)
LOC. -  (sup.) Ah, não tenho, não (sup.)
DOC. -  (sup./inint.) que fica em torno de Brasília (inint.) você conhece Brasília?
LOC. -  Não.
DOC. -  Não conhece Brasília (inint./sup.)
LOC. -  (sup.) É, agora, a idéia que a gente tem é que ela, eh, era uma terra muito seca, não é, que inclusive tinha muito barro e o barro não era muito bom pra, pra esse tipo de ...
DOC. -  Já a África, não é, que apresenta tipos de terrenos parecidos, a vegetação característica disso já tem uma outra designação também (inint./sup.)
LOC. -  (sup.) Ah, não sei não.
DOC. -  Evidentemente, você sabe, quer dizer, não ocorre no momento, é lógico, né?
LOC. -  É (risos)
DOC. -  E em termos assim de aproveitamento, eh, de ... Você falou, eh, barro, então não é aproveitável. Em Brasília foram feitas várias coisas assim artificiais para recuperação, de melhoria. Você tem idéia assim de quê? (silêncio) Há um capitulozinho mais simples e mais agradável, que a gente pode concluir esta entrevista conversando, é sobre relação entre clima e paisagem, tipo de terreno, tipo de acidentes geográficos (inint.)
LOC. -  Entre o clima e ...
DOC. -  É.
LOC. -  E a paisagem.
DOC. -  A situação geográfica em que a região se encontra, né?
LOC. -  Sei. Bom, próximo ao litoral, geralmente é um clima mais ameno, não é, porque há aqueles ventos, aquelas corrente, aquilo tudo, né? Agora ...
DOC. -  Perto do Equador, longe do Equador.
LOC. -   Sei. Bom, nas ... Bom, eh (inint.) a gente vê inclusive pensando nessa parte (inint./interrupção/final)