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PROJETO NURC-RJ

Tema: "Transportes e viagens"

Inquérito 0353

Locutor 433
Sexo feminino, 43 anos de idade, pais cariocas
Profissão: médica
Zona residencial: Norte e Suburbana

Data do registro: 18 de março de 1977

Duração: 40 minutos

Clique aqui e ouça a narração do texto


D
 (inint.) a senhora tem carro?
L
 Ah, eu propriamente não. Meu marido é que tem um carro que eu, tem mais necessidade de utilizar porque ele tem clínica particular, de modo que pra ele é mais necessário como meio de locomoção. Pra mim eu já utilizo qualquer meio de locomoção que apareça e, e então fica mais, quer dizer, estou mais a par do cotidiano, né?
D
 Ahn, ahn. Que que é esse cotidiano? (sup.)
L
 (sup.) Para haver, do, do comum. Que o povo (sup.)
D
 (sup.) Conta, conta o que que é o comum (sup.)
L
 (sup.) Que o povo usa, né? (sup.)
D
 (sup.) Conta o que que é. O que eu quero é, é o nome dessas coisas.
L
 Ah, sim. Pois não, eu ia falar. Eu por exemplo quando não venho com meu marido eu utilizo o ônibus. Em geral eu utilizo o ônibus mais moderno, o frescão, né, que é muito mais confortável, né?
D
 Hum, hum.
L
 Mas antes do frescão utilizava o ônibus comum e vinha sofrendo como todo mundo sofre. Calor, freada e o superlotação.
D
 Sim.
L
 É, mas nos fins de semana o meio sempre utilizado é o automóvel. E (sup.)
D
 (sup.) Qual é o meio que vocês têm? (sup.)
L
 (sup.) Eh, nós, temos um Volkswagen.
D
 Hum.
L
 Eh, mil e trezentos e que nós já consideramos como sendo o mais, o mais prático e o mais barato, né?
D
 Hum, hum.
L
 Bom.
D
 Agora, como é que é esse Volkswagen, o mil e trezentos?
L
 Como é o Volkswagen?
D
 É, a idéia assim (sup.)
L
 (sup.) A idéia? (sup.)
D
 (sup.) A apresentação dele?
L
 A apresentação? Ah, o modelo comum que todo mundo chama de fusquinha, né?
D
 Hum, hum.
L
 E o nosso é azul, azul danúbio se não me engano. Já estamos com esse há uns três anos e antes desse sempre tivemos Volkswagen. Exceto lá nos Estados Unidos que ti... lá se tinha possibilidade de ter um carro maior, melhor, etc.
D
 Qual foi a marca?
L
 Foi um Chevrolet Opala.
D
 Hum, hum.
L
 E ...
D
 Que diferenças assim a senhora já (sup.)
L
 (sup.) Ah, diferença, as diferenças são gritantes. Tanto que quando eu voltei dos Estados Unidos eu me sentia muito deprimida dentro de um Volkswagen, vendo os ônibus, os carros em volta, né, porque a gente habitua num, num automóvel maior, quando passa prum menor e a diferença também de, vamos dizer assim, da maneira como o povo daqui conduz a, o, o, o automóvel e a maneira como o povo de lá conduz o automóvel também, que é muito diferente.
D
 O seu problema assim do, de trânsito em geral (sup.)
L
 (sup.) De trânsito, é.
D
 Como é que é? Compara aí.
L
 Porque lá o, lá nos Estados Unidos, não vou dizer lá que depois fica, o, é muito organizado, está entendendo? Então se uma pessoa vai dobrar à esquerda dois, três quarteirões na frente já sinaliza. Não é como aqui que de repente um resolve e dá uma virada na frente da gente e, e aí cada um é por si. Então a gente habituou naquela, apesar de ficar lá só aquele tempo limitado, mas a gente habitua. Tudo que é organizado é muito bom, né? E agora não, a gente, eu já estou outra vez já enquadrada. Mas quando eu voltei foi realmente uma coisa chocante. A gente ver essa desorganização do trânsito aqui é uma coisa que choca realmente.
D
 Em termos assim de transporte coletivo.
L
 Transporte coletivo?
D
 Em termos de comparação também. Seria possível ...
L
 Ah, também.
D
 Que tipos de, de (sup.)
L
 (sup.) A, o, lá, bom, por exemplo, o tempo que eu estive em Nova York se utilizava era o, o metrô, né?
D
 Hum, hum.
L
 Que lá é 'subway`. E, bom, em termos de, de quantidade de gente tem, é uma, vamos dizer, uma lo... bem, bem, bem cheio nas horas de grande movimento. Mas, eh, transporta muito rápido e com eficiência.
D
 Como é que faz pra chegar até o metrô? (sup.)
L
 (sup.) Até o metrô? (sup.)
D
 (sup.) Até lá e ser transportada por ele?
L
 Bom, o, ao nível da rua tem as, as entradas com as escadas, né? Então desce por aquelas escada até atingir o estação onde se compram tíquetes, que não é um tíquete, é uma ficha e tem várias roletas por onde se passa e se fica esperando o trem na estação. Como uma estação comum aqui da Central, só que subterrânea. E de intervalos bem pequenos vêm os trens e aquilo é bem controlado porque cada, cada trem daquele tem uma pessoa responsável não só para conduzir o veículo como para, eh, observar os, os usuários, entende? Então não tem esse problema de fechar a porta com gente presa na porta e o trem só, inclusive se tiver alguém preso na porta o trem não anda, porque aquilo tudo é controlado automaticamente. E se vai de um extremo ao outro da cidade com uma rapidez espantosa. Por outro lado os ônibus também lá em Nova York eles s~ão utilizados assim em viagens mais curtas. Também é um sistema inteiramente diferente. Não (sup.)
D
 (sup.) Eh, são movidos a quê os ônibus de lá?
L
 Acho que é como aqui, a óleo diesel. São ônibus confortáveis. Você entra pela porta da frente, você dá o dinheiro ao motorista, ele mesmo faz o seu troco no hora, ele tem preso ao cinto um aparelhinho com as diversas moedas. Então você, se você não tem trocado você dá o dinheiro ele já te dá, mas aquilo é tudo muito rápido, muito eficiente. E pra se andar por exemplo no centro de Nova York que é uma cidade, vamos dizer, duas vezes maior do que a nossa em termos de população o, o trânsito é uma coisa que não se pode nem comparar. Mesmo na hora de grande movimento o trânsito flui com muita rapidez. E ...
D
 Agora, aqui, em termos assim de utilização de coletivos, tem diferença por exemplo da utilização desse coletivo comum e do frescão?
L
 Ah, tem uma diferença grande pro, porque no coletivo comum você vai, se você vai sentada ainda, ainda está bom mas se você vai em pé eles põem mais gente em pé do que gente sentada. É ou não é? Então você na hora de você ter que saltar é aquele problema, né? E já o frescão não. Além de ter o conforto de ter o ar condicionado, aquela musicazinha ambiental e tal, você vai confortavelmente sentada somente com um, um, um outro companheiro do lado, sem problema.
D
 Agora chegar a esses meios de transportes. O que que a gente tem que fazer?
L
 Para ir a, pegar o frescão? (sup.)
D
 (sup./inint.)
L
 (sup.) Bom, por eu (sup.)
D
 (sup.) Ou, ou o comum ou o frescão. Há diferença?
L
 Bom, há diferença porque o frescão sai de um determinado lugar, né, daqui do centro da cidade.
D
 Hum.
L
 Saem todos ali da, da, do terminal rodoviário, ali da Menezes Cortes. E pra, para vir do, dos bairros para a cidade não. É o mesmo local, o mesmo ponto. Ele, agora, não, eles param fora do ponto. O frescão pára, costuma parar (sup.)
D
 (sup.) E em termos de, de relação de pessoas que vai tomar o frescão, como é que fica o povo pra tomar o frescão e um ônibus comum?
L
 Não, o ônibus comum é, em geral é aquele aglomerado e quando chega correria e empurrão. O frescão a gente faz o sinal e ele pára. Sempre tem um ou dois em hora de maior movimento e se entra tranqüilamente.
D
 E pra pagar?
L
 Ah, ao entrar recebe-se o tíquete, um talãozinho. E depois a moça, rodomoça como eles chamam, depois que o ônibus está mais ou menos lotado ou então depois de um determinado trecho da, do percurso ela começa a fazer a cobrança. No outro não, a gente entra e paga ao trocador que está ali, passa pela roleta, né, pra depois então, só depois que passa pela roleta, alguns têm ficha, outros não têm. Há muito tempo que eu não utilizo realmente esse tipo comum. Não por esnobismo mas por conforto, né, por ... E eu pegando aqui o frescão eu salto na porta de casa.
D
 Você tem linha?
L
 É, direta. E quan... e mesmo quando eu estava na Tijuca também porque pegava ali e saltava na porta de casa. E compensa o preço ser maior pelo conforto que dá. Você não tem gente debruçada em cima de você. Especialmente no verão que está todo mundo, eh, agoniado, suado e tal. Você vai confortavelmente. Pode ler se quiser, pode dormir se quiser, (risos) ficar à vontade, né?
D
 E em termos ainda de locomoção dentro da cidade a gente pode usar outros meios, não é?
L
 Sim, táxis e ... Em geral eu não gosto de táxi.
D
 Por quê?
L
 Só em caso de, de, de extrema necessidade porque eu acho que eles correm demais e eu acho que no centro da cidade não, não, não compensa uma correria alucinada. Eles têm que correr porque eles têm que viver, eles vivem daquilo mas em geral eu não gosto de pegar táxi.
D
 E as outras alternativas que havia?
L
 Ah, sim (sup.)
D
 (sup.) Quais eram? (sup.)
L
 (sup.) Agora vem o tempo de nostalgia, né, o bonde, né? Andei muito de bonde no tempo de menina até a parte de giná... Não, mesmo pra faculdade ainda pegava o bonde. Eu vinha até aqui o centro, que eu morava na Tijuca, eu vinha até o centro de ônibus ou de bonde, de acordo com o horário. E saltava de um bonde, pegava um outro aqui no largo da Carioca que era o Praia Vermelha e deixava lá. Em geral, eu preferia andar de bonde do que de ônibus porque o bonde era mais fresco, mais tranqüilo também, né? E eu acho o bonde um meio de condução muito bom. Eh, haja vista esse de Santa Teresa, né, que é até atração turística, né?
D
 Aqui na época do Lacerda ele estabeleceu um, um sistema de (sup.)
L
 (sup.) De ônibus (sup.)
D
 (sup.) Ônibus com um dispositivo misto, né? Como foi?
L
 Eu não estava aqui. É exatamente a época em que eu não estava aqui. Transporte coletivo?
D
 É, feito um ônibus. Entre um ônibus e um bonde (sup.)
L
 (sup.) Ah, um ônibus elétrico?
D
 Exato.
L
 É, nessa época eu estava nos Estados Unidos. Eu praticamente não me utilizei desse tipo de transporte.
D
 Não deu pra ver assim?
L
 É, não deu pra ver assim a diferença não, não deu. E ...
D
 Em termos assim de viagens gerais.
L
 Viagens?
D
 Pra fora do Rio qual é o meio geralmente usado?
L
 Bom, quando é fim de semana, ahn, pra ir pra, pra Petrópolis nós vamos de carro. E pra São Paulo algumas vezes vamos de carro, outras vezes vamos de ônibus porque aproveitamos, pegamos o ônibus à noite e já ganhamos a noite, chegamos lá de manhã e quando se tem um pouco mais de pressa vai-se de avião. Eh, o ônibus pra São Paulo também é um, é um bom meio de transporte mas já foi melhor porque hoje em dia a viagem do Rio a São Paulo equivale a uma viagem dentro da cidade porque a Dutra é um movimento tão intenso que, eh, toda hora é susto, eh, essas coisas comuns que acontecem em estrada, né? Eu sinceramente prefiro andar de avião.
D
 (inint.)
L
 É, se não fosse tão caro era melhor, né?
D
 Quem pode então como é que faz pra fazer uma viagem de avião? Daqui pra São Paulo é uma viagem um pouco diferente (sup.)
L
 (sup.) É, a viagem (sup.)
D
 (sup./inint.) sistema estabelecido não seria uma viagem de avião pra outros locais que não São Paulo. Eh, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília eles têm um sistema (sup.)
L
 (sup.) É, é um sistema diferente que eles chamam de ponte aérea, né?
D
 Hum, hum.
L
 A gente compra a passagem ou reserva a passagem, chega no aeroporto, se identifica, recebe o tíquete e na hora em que é chamado vai pro, a cabine para ser examinado pra poder ter acesso ao avião. E depois disso abre, abre o portão, a gente entra no avião e o avião parte bonitinho quando não faz muito barulho, não trepida muito e ...
D
 Como é que funciona esse negócio de atendimento dentro do avião? (sup.)
L
 (sup.) Dentro do avião? (sup.)
D
 (sup.) Uma idéia assim das pessoas que são necessárias pra atender a gente, resolver todo um problema, por exemplo, de deslocamento por meio de avião, de um ponto ao outro no Brasil ou pro exterior?
L
 Do, dentro do avião em si? Você fala (sup.)
D
 (sup.) Tanto dentro como antes, fora. Como no próprio aeroporto (sup.)
L
 (sup.) Bom ...
D
 O próprio aeroporto.
L
 Sim, o aeroporto tem aquele sistema de, tem as, as recepcionistas de cada companhia que fazem aquele atendimento, tem aque... o transporte da, da bagagem que é feito em alguns lugares automáticos, em outros lugares de acordo, sei lá, com aquele carrinho, levam pra, pro avião e ...
D
 Como é que faz a identificação dessa bagagem?
L
 Ah, tem um, um selinho, né? Aquela, tíquete também. Uma, uma, um, um impresso gomado que eles, como se faz no ônibus também, eles põem aquele (sup.)
D
 (sup.) Rodoviário?
L
 É, aquele impresso gomado na, na valise, mala ou volume que a gente transporta e a gente tem um comprovante de que aquela é a mala, né, que pertence. E dentro do avião, que é praticamente a gente só entra em contato com o comissário de bordo ou a comissária de bordo que em geral são muito agradáveis e daqui a São Paulo forçam até a gente a comer porque oferecem tanta coisa que eu acho até desnecessário numa viagem tão curta.
D
 A gente tem idéia de que pra levar o avião (sup.)
L
 (sup.) Ah, sim (sup.)
D
 (sup.) Há necessidade de outras pessoas e (sup.)
L
 (sup.) Claro, precisa, evidente que tem um piloto, um co piloto, um, um radiotelegrafista, se não me falha a memória e é uma equipe grande que dentro do avião deve ser, numa viagem dessa doméstica, deve ser umas seis pessoas no mínimo. Numa viagem, eh, internacional mais, é bem maior a, a ...
D
 Quando a senhora foi nos Estados Unidos utilizou que meio de (sup.)
L
 (sup.) Eu fui de avião. Fui pelo Boeing. Naquela época era o, acho que era sete zero sete (sup.)
D
 (sup./inint.) e sete.
L
 É. E ...
D
 E qual era o sistema dele lá?
L
 Aqui é (sup.)
D
 (sup.) Nos (sup.)
L
 (sup.) Praticamente o mesmo, né, de, ah, chegar ... Naquele tempo não tinha a, a célebre revista porque ainda não tinham os seqüestros falados mas, eh, apresentava-se a passagem à recepcionista, recebia-se um tíquete, na hora da chamada o passaporte e a passagem e tinha entrada pro avião.
D
 Quer dizer, era já com tipos mais modernos e (sup.)
L
 (sup.) Bom, na época era o mais moderno. Era um ja... (sup.)
D
 (sup.) Mas com relação a toda uma evolução assim do avi... aviação (inint./sup.)
L
 (sup.) Bom, esta foi a minha primeira viagem de avião foi essa pros Estados Unidos.
D
 Pois é, ele era ainda a hélice ou não?
L
 Não, já era turbo, né, já era jato.
D
 Sei.
L
 Tanto que nós saimos daqui onze horas da noite mais ou menos e em quarenta e cinco minutos estávamos sobrevoando Brasília. Que eles disseram pelo rádio e a gente podia ver direitinho aquela forma de asa e ...
D
 (inint.)
L
 É, então a viagem foi direta daqui a Nova York. Essa, a primeira vez que nós fomos. E chegando lá, o aeroporto de Nova York é inteiramente diferente. Também, eh, fazer termo de comparação não, nem vale a pena. Se bem que hoje em dia diz que tem um novo aeroporto que eu ainda não vi mas dizem que é muito bom. Agora, e outras viagens de avião, ah, dentro mesmo de lá dos Estados Unidos eu viajei muito de avião, de ônibus, de carro. Avião, linha doméstica nos Estados Unidos não é muito melhor que o daqui não. E, agora, os outros meios de transporte são bem melhores.
D
 O americano de um modo geral centraliza a locomoção num meio que a gente praticamente não usa, que é trem.
L
 Mas pra viagens eles não usam muito o trem. Assim pra viagem, pra se locomover de, de um ponto pro outro eles utilizam mais é o automóvel ou o carro.
D
 A senhora não notou assim uma diferença da presença e importância do meio (sup.)
L
 (sup.) Ah, sim, o trem é muito importante nos Estados Unidos, mas, eh, como meio de transporte, eh, eu acredito que não porque inclusive as pessoas com quem eu tinha mais intimidade, as pesso... eu, eu passei praticamente o tempo todo dentro de uma universidade, então era assim uma roda-vida e essa universidade recebia gente de todas as partes do mundo. Era uma ONU, né, praticamente. E as pessoas sempre, a primeira coisa que se faz quando se chega nos Estados Unidos é comprar um automóvel porque sem o automóvel vai, não, não dá pra se, nem a um supermercado porque os primeiros dias nós estávamos sem carro quando fomos pra, pra Carolina do Norte. E sem carro é dificílimo. Você pode, tem o ônibus. A cidade tem o sistema de ônibus tre... eh, trafega tudo dentro do horário, certinho. Em cada ponto de parada tem um esquema do horário do ônibus, você pode chegar ali naquele horário que o ônibus vai chegar. Mas ninguém vive sem um carro nos Estados Unidos e cada família tem um ou dois ou mais, de acordo com as necessidades. Porque o americano gosta muito de viver mais isolado, não gosta de viver assim no centro, na, na, nessa coisa de, de muito movimento, de modo que precisa, é preciso realmente um carro.
D
 E o trem? Qual é o papel do trem ? Por exemplo no Brasil em termos do que nós temos aqui no Rio e em oposição por exemplo à utilização do trem como meio de transporte nos (sup.)
L
 (sup.) O trem como transporte de massa que você diz?
D
 Hum, hum.
L
 Bom.
D
 Aqui.
L
 Aqui?
D
 É (inint.)
L
 É. Bom (sup.)
D
 (sup.) Pra contar alguma coisa (sup.)
L
 (sup.) Eu utilizei, utilizei muito o trem pra vir de lá do, do Engenho de Dentro porque eu estudava no Pedro II, então era realmente o, a, o meio de condução mais rápido que tinha. Tinha o ônibus também mas isso só quando dava tempo. Em geral era o trem. E naquela época que já se vão lá quase trinta anos já era bem difícil, o trem já vinha bem lotado e era, bom, era o meio de transporte rápido e barato mas como é rápido e barato toda, toda a classe que não tem muita, muita possibilidade viaja no trem e é realmente não sei, mas é di... é muito difícil de andar de trem. (risos)
D
 Em determinados horários?
L
 É.
D
 Descreve um pouco (sup.)
L
 (sup.) De manhã especialmente. É porque nós vínhamos em grupo e estudante e, sabe como é, né, faz qualquer coisa, né?
D
 Um ajuda o outro.
L
 É, um ajuda o outro e tal. Mas é realmente muito difícil. Depois eu nunca mais andei em trem não. Aqui no Rio não. Assi... trem, vamos dizer, dentro da cidade, né? De modo que atualmente (sup.)
D
 (sup./inint.) em ida pra São Paulo nunca utilo... utilizou (sup.)
L
 (sup.) O trem? (sup.)
D
 (sup.) O trem?
L
 Utilizei. Já fui várias vezes de trem, aquele trem noturno, aquele trem (sup.)
D
 (sup.) Tá. Eu gostaria de saber como é que é (sup.)
L
 (sup.) Aquele trem (sup.)
D
 (sup.) Aquela, tal, coisa de (sup.)
L
 (sup.) Como é que chama? Vera Cruz, né?
D
 É. Cruzeiro, Cruzeiro do Sul e (sup.)
L
 (sup.) É. Aquele trem é um trem, vamos dizer, nos moldes americanos, não é, é um trem bem confortável, é ...
D
 Quais são as partes dele, que que ele tem dentro pra oferecer ao passageiro?
L
 Bom, tem evidentemente a parte de tração do trem, tem carro-restaurante e tem a parte de, vamos dizer, dos leitos, que devem ser refrigerados mas que nem sempre eram, né? V'arias vezes eu fui daqui pra São Paulo morre... no verão morrendo de calor (risos) que a gente contava que fosse refrigerado e não era. Mas é confortável dentro do, do, das possibilidades.
D
 Como é que são os leitos?
L
 São do... a cabine, eh, tem, consta, são dois leitos beliche, né, um, um leito embaixo outro em cima com aquela escadinha pra subir, tem um pequeno banheiro dentro da cabine e acho que é só. E o, a, é, é isso sim. Um banheirinho e a cabine fica de um lado da composição, do outro lado tem um corredor com a janela e evidentemente dentro da, da cabine tem uma janela fechada porque supostamente ele é pra ser refrigerado e não é, às vezes. Já utilizei, eh, há pouco tempo também esse trem que eles chamavam de húngaro. Fomos daqui pra São Paulo nele mas não, não achei que fosse confortável que o trem, ele se propunha a fazer a viagem no tempo em que o ônibus faz, seis horas ou sete horas de viagem. Ele saía, saiu daqui às cin... à... cinco horas ou cinco e meia da tarde e tem também uma comissária de bordo que (sup.)
D
 (sup.) É o mesmo sistema de leito?
L
 Não, não. São poltronas. Poltronas e parece que são, se não me engano, são só dois, dois vagões. Eh, tem a comissária, ela vem, corre o vagão, eh, pra saber, com um cardápio, pra saber o que se deseja comer, eh, a gente faz o pedido, daí a uma hora mais ou menos ela traz e antes disso oferece um cafezinho, a gente faz a refeição e quando termina a refeição, quando dá mais ou menos nove horas, ah, por aí, já praticamente todo mundo já se alimentou, daí eles fecham o bar e fecham tudo e ninguém tem mais direito nem de beber água. Então é uma viagem, vamos dizer assim, você fica confinada e sem poder, sem liberdade, sem coisa nenhuma, porque ... E chega em São Paulo num horário ruim porque chegava, chegamos lá onze e tanto, quase meia-noite na, naquela estação da Luz e São Paulo certa dificuldade de conseguir táxi, etc., de modo que eu acho, que nem existe mais esse trem húngaro, eu acho que eles suspenderam porque acho que não deu certo.
D
 E assim por água? Nunca (sup.)
L
 (sup.) Por água? (sup.)
D
 (sup.) Teve experiência de fazer (sup.)
L
 (sup.) Ah, sim, fiz uma viagem. Bom, quando voltei dos Estados Unidos vim de navio. Vim num navio. Foram nove dias de viagem.
D
 Como é que era o navio?
L
 Ah, o navi... Viagem de navio sim, essa é uma coisa deslumbrante. (risos)
D
 Agora chegou a uma que vale a pena, não é?
L
 É, até que enfim, né? Havia, a, a, o navio é um meio de transporte evidentemente pra quem não tem pressa e que a gente pode ficar, desfrutar de tudo que é possível e imaginário dentro de um navio desse de, de linha, de carreira, coisa que tem de tudo, tudo.
D
 É esse tudo que me interessa. (risos)
L
 Cinema, igreja, salão de beleza, o, o, os refeitórios são deslumbrantes, a cabine é muito boa do navio. Quando nós voltamos vim só eu e o meu marido. O menino já tinha trazido antes também de avião e então foram assi... foi uma viagem que você entra no navio e, olha, eu tinha pavor de andar de navio porque eu tenho, eu enjôo facilmente. Mas eu fiz uma profilaxia, comecei a tomar remédio dois dias antes de entrar no navio e muita gente que se dizia forte enjoou e eu não enjoei. E o navio você tem: distração, desde a hora que acorda até a hora que você dorme. Se você não quiser dormir você tem distração pela noite adentro também porque é um programa muito bem, eh, elaborado, entende? E alimentação muito farta também e, e um, vamos dizer, tirando assim uma ou outra tempestadezinha que eles disseram que não chegou a ser tempestade, é, é uma coisa muito agradável andar no navio, sabe, porque, bom, um navio desses de carreira tem quatro ou cinco andares, não é, várias, eh, divisões, vamos dizer assim. Tem um elevador dentro do navio e qualquer, todas as facilidades você encontra dentro de um navio. Se você cismar de querer, sei lá, caviar, essas coisas, você tem. Refeição até parece casa de pasto porque você acorda tem o café da manhã, depois tem um, um lanche, daí a pouco você está jogando ou está na piscina vem um carrinho servindo alguma coisa. Enfim, é, é, é dis... é comer e dormir, vamos dizer assim. Tem cinema.
D
 Em termos assim de atendimento, de, de serviço, deu pra observar alguma coisa de, de partes.
L
 No navio?
D
 No navio. Fora essa parte social de acomodação dos passageiros (sup.)
L
 (sup.) Não, o atendimento é muito bem feito, muito bem feito. Se você precisa de (sup.)
D
 (sup.) Espera. Por quê?
L
 Os camareiros e toda aquela, aquela parte da tripulação que fica encarregada das cabines, eles atendem com muita eficiência. Se você precisa de um roupa pra passar, se você quiser passar a roupa você passa, se você não quiser você tem, tem um local à disposição pra fazer isso, se você não quiser você chama a camareira, paga e ela faz por você. O atendimento, realmente o atendimento do navio é muito bom. Depois disso eu fiz uma viagem aqui pequena, eh, Rio-Santos parando em ...
D
 Ilha Bela.
L
 Ilha Bela, São Sebastião e Angra dos Reis. Foi numa Semana Santa, o navio nacional também não é ruim. Interessante a viagem e comparativamente a gente pode dizer que é igual em termos de atendimento. Em termos de conforto um pouco menos porque esses navios são bem menores, né, mas em termos de, de, de atendimento é praticamente igual. Eles procuram dar um bom atendimento e foi uma viagem muito interessante.
D
 Agora, independente assim de experiência concreta, pessoal com esses meios de transporte, por água (inint./sup.)
L
 (sup.) É (sup.)
D
 (sup.) Quer dizer, há outros, né? Você podia determinar as regiões do Brasil.
L
 Ah, sim, eh, em rios, por exemplo? Bom, eu, mi... minha experiência não, né (sup.)
D
 (sup.) Que idéia você tem (sup.)
L
 (sup.) Mas só de, só de conhecimento, né?
D
 De informação mesmo.
L
 É. Bom, que, que eu tenha andado eu posso dizer que já andei numa canoinha no, lá em Iguaçu que, ah, eles transportam de uma margem até um pedaço da cachoeira, bem dentro da cachoeira e o barqueiro lá é um homem fenomenal porque ele conhece aquilo melhor do que a palma da mão dele (pigarro). E tem, vamos dizer, outros meios que você falou, por exemplo, janga... (sup.)
D
 (sup.) E por exemplo essa canoinha (sup.)
L
 (sup.) Ahn (sup.)
D
 (sup.) Essa canoinha é forma de tração como? Motorizada?
L
 Não, não. Remo, remo. Ele pega as pessoas na margem do rio e ele transpor... ele vai remando de acordo com a correnteza até junto da queda realmente. Então tem uma protuberância assim onde ele deixa as pessoas pras pessoas apreciarem ali a queda dágua junto mesmo da, do local. Tanto que eu não quis ir da primeira vez porque (pigarro) eu não sei nadar, né, então a canoa ia muito cheia, então eu disse: Não, eu não vou. Eles pensavam que eu tivesse medo. Eu não tinha medo. Eu tenho medo das outras pessoas porque em geral o grupo vai fazer muita confusão. E o canoeiro depois veio me buscar sozinha. E ele pra mostrar que não tinha perigo, como era época de vazante, ele foi andando, empurrando a canoa, andando em cima das pedras, com água pela cintura e até chegar o ponto em que a correnteza puxa a canoa. Aí então ele entrou e remou até parar lá. Bom, você falou em outros meios de transporte. No nordeste tem a jangada, né, que acho um coisa linda. Nunca fui ao nordeste mas a gente de fotografia a gente vê e vê em cinema, essa coisa toda. Acho que ...
D
 Utilizando o quê, como forma de (sup.)
L
 (sup.) Eu acho, eu, eles utilizam como, para pesca e eu acho que até mesmo como transporte de um ponto pra outro (sup.)
D
 (sup.) Como transporte mas eu digo assim ... Qual o modo de ... O que que impele?
L
 Ah, sim. O vento, né? Aí é tração é feita pelo vento, né? Bom, aqui no Rio eu costumo andar de barco também. Nós temos amigo que tem um, um veleiro.
D
 Amigo?
L
 E, (risos) e às vezes fim de semana a gente sai de barco. Eh, sai do, do cais com motor e liga o motor. Depois então, se há vento ele iça as velas e a gente então vai velejando. O que é muito melhor porque quando você veleja você então tem aquela sensação de tranqüilidade realmente porque você não tem o barulho do motor, então você só tem a brisa e o mar, né?
D
 Hum, hum.
L
 E aí então eu acho que funciona até como um tranqüilizante, né, porque você (sup.)
D
 (sup.) Em termos assim por exemplo de ir daqui pra Niterói, pra Paquetá (sup.)
L
 (sup.) Pra Niterói? Ah, essa, a barca da Cantareira? Bom, atualmente tem o aerobarco, né? Eu andei de aerobarco o quê? Uma vez ou duas, mas eu acho interessante. É um meio de transporte rápido também mas eu acho que a velha barca ainda é (risos) uma grande (sup.)
D
 (sup.) Intermediária (sup.)
L
 (sup.) É (sup.)
D
 (sup.) Entre o barco e a ve... e a, a barca.
L
 Aquela lanchinha? Aquela lancha é interessante também. Transporta com rapidez mas leva menos, eh, vamos dizer assim, a, a lotação é bem menor, né? Eu acho que a velha barca ainda gastando daqui a Niterói uma meia hora, né?
D
 Como é que era essa velha barca?
L
 Ah, é uma coisa, é uma co... Eu sou muito da nostalgia, (risos) sabe?
D
 Eu também estou muito nostálgica. (risos)
L
 É. Eu, ah, a, a, a barca, eh, aquele tipo de barca do Mississipi, né, aquela barca grande, com duas, eh, são dois andares, aquela roda late... as rodas laterais pra impulsionar, né, e é uma, isso aí é uma coisa bem interessante, eu acho bem ...
D
 E internamente?
L
 Internamente? Olha, em termos de conforto a gente pode dizer que é uma coisa bem mais confortável do que esses meios mais rápidos de transporte aí como o aerobarco e o, e a lancha.
D
 Por quê?
L
 Porque tem mais espaço, os bancos são mais, como toda coisa antiga as pessoas faziam com, com, sem se preocupar com, com o espaço, né, então os bancos são bem separados, você vai, o assento apesar de ser de madeira, você vai confortavelmente sentada, você pode ler um jornalzinho e tal e mesmo que vá gente em pé, que hoje em dia não se entende transporte sem ter gente em pé, né, então você ainda vai com conforto. Aí tem a possibilidade daquela brisa, essa aí de desfrutar mais a viagem apesar de ser (sup.)
D
 (sup.) O processo (sup.)
L
 (sup.) É, o processo de transporte. A, porque por exemplo no aerobarco você entra é a, é o retrato da, da vida moderna, né? Você entra, toca aquela campainha, entra rápido, senta, aquele negócio sai fazendo uma barulheira louca, quando você olha você já chegou em Niterói. Você nem deu pra perceber que fez uma viagem. E você, se você vai naquela parte, porque ela também tem, tem duas divisões uma em cima e outra embaixo, se você vai naquela parte de baixo você vê aquele mundo de água passando (risos) assim e você não tem a sensação de que você está indo. Você já tem a sensação que chegou, não é?
D
 Hum, hum. Agora em termos de transporte também de automóvel, antes da ponte, quer dizer, pra, pra ir daqui pra Niterói, pra (sup.)
L
 (sup.) Ah, pra ir daqui pra Niterói te... eh, tinha que ir pela estrada, né, e pegar a própria, a Rio-Petrópolis, depois dobrava como pa... para Magé, né, a estrada do Contorno. Eu fui uma vez. Fomos pra Cabo Frio e fomos por, por essa estrada.
D
 Agora, o processo econômico assim pra transporte de mercadoria, que tipo de condução é utilizado?
L
 Eu acho que o mais econômico é o trem.
D
 Sei, mas o que que se usa geralmente?
L
 Se usa caminhão, né?
D
 Em termos de Brasil, não é? Em termos de Brasil.
L
 Em termos de Brasil, é. Caminhão e inclusive agora com, eh, esse problema de poluição e, e assim (sup.)
D
 (sup.) Problema também de (sup.)
L
 (sup.) De economia de combustível (sup.)
D
 (sup.) Combustível (sup.)
L
 (sup.) É, que eles estão controlando mais mas o, eh, é o que se encontra mais pra transportar as coisas é caminhão.
D
 Quando o Brasil, a costa brasileira tem (inint.) de transporte de mercadoria, ficar sem as bagagens, tal.
L
 Você diz transporte marítimo?
D
 Sim.
L
 Ah, isso aí, essa parte com toda sinceridade eu não sei se seria mais barato (inint.) pelo, pelo mar eu não sei.
D
 Há todo um setor da Marinha, né?
L
 Tem, uma parte (sup.)
D
 (sup.) Que não é de guerra.
L
 É, a Marinha Mercante, né, eles fazem esse tipo de transporte mas nessa parte econômica eu não estou muito enfronhada. (risos) Eu não sei mas me parece que o trem, eh, para, ah, transporte assim, vamos dizer, na parte econômica seria melhor.
D
 Nos Estados Unidos por exemplo é (sup.)
L
 (sup.) Ah, sim. Ele é, o trem é o transporte mais utilizado. E são composições enormes e ...
D
 Vagões próprios assim (sup.)
L
 (sup.) Próprios (sup.)
D
 (sup.) Pra cada tipo de (sup.)
L
 (sup.) Cada tipo de, de, de mercadoria ser transportada, né? E ...
D
 E, e, esse, essas ... Outras ... Diga. Nessa parte assim de gêneros perecíveis, não é, hoje em dia há todo um tipo de transporte (sup.)
L
 (sup.) Ah, sim. Vagões frigoríficos, não é? (sup.)
D
 (sup.) É, adaptados (sup.)
L
 (sup.) Mesmo caminhões. Há caminhões frigoríficos também. São caminhões bem grandes, bem ... Isso quando a gente viaja pela estrada a gente vê (inint./sup.)
D
 (sup.) Agora, hoje em dia a gente está vendo assim um surto muito grande de, já no Brasil, de utilização de meios individuais de transporte. Coisas mais...
L
 (inint.)
D
 (inint.) economizar (sup.)
L
 (sup.) As, as motocas? (risos)
D
 Motocas e ...
L
 Bicicletas?
D
 Bici... (inint.)
L
 Bici... Bom, bicicleta di... nunca fui à Europa mas dizem que na Europa é um meio muito utilizado, né, e eu acho que deve ser uma coisa muito interessante. Mas eu acho que aqui no Rio é impraticável. Enquanto não houver um controle muito, muito grande no trânsito eu acho que motocicleta e bicicleta eu acho esses homens que andam de bicicleta aí pela rua fazendo entrega uns heróis porque andar no meio desse trânsito num, numa coisa tão, tão frágil.
D
 Agora eu vou fazer uma outra pergunta assim por exemplo pessoal (inint.) coisa não tem problema. Você dirige?
L
 Eu dirijo.
D
 Você podia me dizer assim o que que uma pessoa tem que fazer pra dirigir um automóvel? Quer dizer, vai sair ou vai parar (sup.)
L
 (sup.) A pessoa tem que fazer um monte de ginástica, né? (risos) É uma guerra dirigir um automóvel (sup.)
D
 (sup.) Você (inint.) assim em que coisas a gente tem que mexer.
L
 Ah, sim. Em que coisas tem que mexer.
D
 Para fazer com que ele (sup.)
L
 (sup.) Que ele funcione (sup.)
D
 (sup.) Saia do lugar, funcione, ande (sup.)
L
 (sup.) Bom, primeira coisa você tem que evidentemente abrir a porta do carro, entrar e ligar a, a chave de ignição, engrenar a marcha se o carro for de marcha, como aqui são todos, e aí, bom, aí já é, dependendo da prática de cada um, né, o tempinho de acelerar e, pra fazer a mudança das marchas no câmbio, né, e aí depende do, do que vai acontecer. Se você pode andar um pouco mais ligeiro você anda (sup.)
D
 (sup./inint.)
L
 (sup.) Se você não pode você reduz a marcha porque por exemplo esse Volkswagen (sup.)
D
 (sup.) Agora esse processo de redução de uma marcha é um processo complexo? Você tem que utilizar o (sup.)
L
 (sup.) Sim, você usa o, um pé, o pé esquerdo na embreagem pra fazer a mudança e aí você reduz a marcha. De quarta pra terceira ou de terceira pra segunda de acordo com a velocidade que você vai, a marcha que você está. Eu gosto mais de dirigir em estrada.
D
 Hum.
L
 No centro da cidade (sup.)
D
 (sup./inint.)
L
 (sup.) É. No centro da cidade eu não gosto muito de dirigir.
D
 O que caracteriza, o que há no centro da cidade em matéria de, de direção?
L
 Bom, o, porque no centro da cidade você tem, além de você tem, ter que se concentrar no que você está fazendo você tem que se concentrar no que os outros estão fazendo tamb'em. Mais ainda. Você tem que tomar conta do que, com quem está do teu lado, atrás, na frente, possivelmente até em cima porque de vez em quando tem uns que sobem. E há, eu acho que há um desgaste muito grande de dirigir na cidade atualmente. A qualquer hora do dia ou da noite. Você pode sair onze horas da noite e às vezes é até mais perigoso de dirigir à noite, né? (sup.)
D
 (sup.) De noite tem o problema de, de iluminação, ou seja (sup.)
L
 (sup.) Iluminação. E não é só isso. À noite muita gente, eh, com medo desses assaltos eles não respeitam os sinais, né, então se você vai respeitar um sinal às vezes é perigoso, né? E agora eu acho, eu, eu gosto, eu especialmente gosto de dirigir (sup.)
D
 (sup.) Por quê? (sup.)
L
 (sup.) Acho que dirigir... Gosto porque parece até que é um negócio que, que relaxa. Mas não, não atualmente. Eu já tenho carteira, há, sei lá, eu, desde que eu entrei pra faculdade, quase trinta anos. E eu acho que dirigir é uma coisa muito boa.
D

  Está ótimo.