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PROJETO NURC-RJ

Tema: "Vegetais e agricultura"

Inquérito 0352

Locutor 432
Sexo feminino, 58 anos de idade, pais cariocas
Profissão: professora de estudos sociais
Zona residencial: Sul

Data do registro: 07 de dezembro de 1976

Duração: 45 minutos

Clique aqui e ouça a narração do texto


L
 Mas, mas como é que quer que eu comece a falar a respeito (sup.)
D
 (sup.) Gostaria que a senhora descrevesse pra nós, começasse descrevendo o aspecto físico (sup.)
L
 (sup.) Hum (sup.)
D
 (sup.) Dessas regiões onde de alguma forma (sup./inint.)
L
 (sup.) Ah, sei. E tem de segurar? Não?
D
 Não, pode deixar.
L
 Não mexe em nada, né?
D
 Pode deixar que eu seguro.
L
 Bom, meus, meus dois avós tinham fazenda. Não eram propriamente fazendeiros, que ambos eram engenheiros, mas tinham fazenda. Meu avô pa... materno era em Miguel Pereira e ele aliás vendeu essa fazenda quando eu era bem criança, eu tinha uns sete anos, só guardo essas recordações de infância, quer dizer, da vida, da brincadeira . Inclusive, falando a respeito de plantas, eu me lembro que tinha a casa-grande da fazenda e depois um bosque que nós chamavamos de Embaixo das Árvores e depois a casa de minha, de meus pais, do outro lado da casa-grande, tinha a casa do meu tio. Então, era uma alegria muito grande ir pra fazenda, passar sempre as férias na fazenda e trepar nas árvores, que eu sempre fui um verdadeiro moleque, que eu só tenho dois irmãos, de formas que eu não tinha muita brincadeira de, de crian... de menina não, brincadeira de boneca. Minhas brincadeiras eram de soldado e ladrão, de trepar em árvore, de, essas brincadeiras brutas, de jogar futebol, joguei muito futebol. Agora me lembro que tinha a chegada da fazenda, uma entrada, uma, uma espécie de uma avenida de eucaliptos muito bonitos e eu não me lembro muito mais de flor, de rosas sim. Meu pai subia sempre nos fins de semana e nós íamos enfeitar a casa com flores e eu me lembro muito bem, uma vez que eu fiquei de castigo, fui muito castigada, porque eu pra pegar as rosas mais bonitas, fui pegar num lugar onde tinham encontrado e não tinham conseguido matar uma surucucu, uma cobra grande, então era proibido criança ir ali, mas eu desobedeci pra poder pegar as rosas bonitas pro meu pai. Ele ganhou as rosas e eu peguei uma surra. (risos) Agora meu avô paterno tinha uma fazenda em Itaipava, uma fazenda muito bonita, fazenda de Santo Antônio, que ainda pertence a uma prima. Foi vendida depois e esse primo comprou e eu me lembro algumas vezes que nós fomos lá, mas men... em menor número. Aí tinha, eh, também com plantas, eu me lembro que tinha um buganvília lindo num lado da casa e também meu avô gostava muito de cultivar frutas. Ele tinha um, um, um pomar com pêssegos maravilhosos. Ele tinha o cuidado de ensacar cada pêssego pra o passarinho não, não bicar. Uvas, ele tinha uvas lindas, feito hoje nós vemos essas uvas, eh, que eles cultivam no vale de São Francisco, esse gênero itali... eh, itália ou então moscatel e ele inclusive andou fornecendo pra Casa Carvalho, que vendia como se fosse vindo da Europa, pagava pouco e vendia como se fosse vindo da Europa. E eu me lembro bem dessa parte dessas frutas que ele cultivava. E tinha um gramado grande em frente da casa. Agora também depois eu não me lembro muito nessa parte de outras plantas não. Agora a fazenda de meu pai era em Friburgo, era mais fazenda de gado, quer dizer, sempre foi fazenda de gado. Aí eu me lembro muito das variedades de capim: capim-gordura, capim-elefante, capim, eh, quiculho, essas qualidades. Tinha capim-de-corte ou capim de pasto, de forma que dependendo, que era pra cortar e pra passar no, eh, na máquina pra dar pra o gado comer ou capim pro gado pastar mesmo, né? E era (sup.)
D
 (sup.) Havia alguma diferença de aspecto entre esses capins todos e (sup.)
L
 (sup.) Ah, sim! (sup.)
D
 (sup.) De cor (sup.)
L
 (sup.) O capim-quiculho, esses capins do gado comer, pastar, geralmente é capim raso, é capim de pouca altura então que ele come, eh, diretamente no pasto. Agora os outros feito capim elefante, o capim acho, eh, que é gigante, é um capim alto, touceira quase da altura de uma pessoa, então que eles cortam pra passar na máquina, é completamente diferente o aspecto. Há muitas outras variedades, mas eu não me lembro dessas outras variedades de capim. Agora o sítio que nós temos é (sup.)
D
 (sup.) Descreva o gado. Isso também interessa (sup.)
L
 (sup.) Ah, o gado, né? (sup.)
D
 (sup.) Sobre essas questões de agricultura.
L
 O gado primeiro era gado leiteiro. Meu, meu pai, que eu me lembro mais das atividades da fazenda porque eu já era maior, enquanto que os meus avós eu era menor, não me lembro tanto na parte da atividade, né? Mas o gado era primeiro gado leiteiro, gado `guernsey`, que ele começou a criar. É um gado que dá um leite muito amarelo, com alto teor de, de, de gordura, uma percentagem muito elevada. Então pode-se retirar uma grande parte da gordura que, eh, deixando apenas um pouco mais do que é exigido pela saúde pública e do resto fazer manteiga. Mas a dificuldade, parece até engraçado, a dificuldade de vender essa manteiga que era deliciosa é porque como ela era muito amarela eles achavam que tinha sido colocado corante na manteiga, que as outras são muito mais pálidas. Depois ele então ... Mas não ... Esse gado ele dá muita gordura, mas não dá uma quantidade de leite muito grande, então ele começou a mudar pro gado holandês. Agora o gado holandês puro, porque meu pai era assim mais um diletante nessa história de fazenda, eu acho que ele nunca conseguiu ganhar dinheiro nenhum, era só mesmo como distração. Então ele queria sempre um gado muito apurado, um gado muito puro e acontece que não tinha assim essa bossa pra comércio, pra ganhar mesmo. E depois então ele começou então a mestiçar, porque o gado holandês puro é difícil se aclimatar ao nosso clima, então eles misturam com o gir, é o gado zebu-gir. É um gado girado, que dá mais rusticidade ao gado, não diminuindo tanto a quantidade de leite, quer dizer, ele continua a dar bastante leite, porque o que ele perde na pureza do holandês ele ganha em rusticidade, se aclimata mais ao nosso clima. Mas depois ele mudou, deixou de criar gado leiteiro e passou pra gado de corte. Então ele comprou, importou um, um touro tirolês e estava fazendo a mestiçagem. Aí, eu acho que era o guzerá, o gado mestiço do gado, eh, eh, do gado zebu, creio que era o guzerá, que dá bem pra carne e mestiçado com o, o tirolês. E ultimamente, antes de ele morrer, ele estava fazendo inseminação artificial, porque um touro só não va... vale, né? Então estava fazendo inseminação artificial, pra obter mais, eh, eh, maior variedade em, em mistura e tal. Isso (sup.)
D
 (sup.) Como é que era, assim, a faina, o trabalho, pra fazer essa, esse corte do capim? Que tipo de instrumentos as pessoas usavam (sup.)
L
 (sup.) Ah, eles usavam que eu me lembre é a foice. Usava a foice, depois ele comprou um tratorzinho, então através do trator eles cortavam o capim e tem uma máquina de picar o capim, que deve ser picado na hora, por exemplo, de manhã dá a ração, pra o gado de corte, eles não fazem isso, eles soltam no pasto, né? Não tem gado de cocheira. Agora, o gado leiteiro é que então é semi estabulado, ele tem uma parte que fica no ca... pasto e a outra parte mistura, eh, na, na, é estabulado. Então o capim, corta, é a máquina de picar o capim e mistura com o farelo. Agora, inclusive eles estão usando muito, por exemplo, isso já no gado, eh, de corte, pra ração, eles dão estrume de galinha, porque dizem ... Eles peneiram e passam numa espécie de um, de um ímã pra tirar a... arames, que às vezes tem, ou parafuso, outra coisa assim, peneira e dá misturado com a ração, porque é riquíssimo em proteína, então eles dão. Como também nos ultimos tempos meu pai estava procurando introduzir o método 'voisin' na criação do gado no pasto, que é o, a divisão dos, dos pastos, e em pequenos pastos em vez de soltar, eh, eh, inteiramente soltos, uma porção de pastos. Então ele não pisoteia, porque o gado come e pisoteia muito. Então pelo método 'voisin' ele pisoteia só um certo pasto enquanto os outros estão recuperando e ao mesmo tempo ele está estrumando aquele pasto. Então pra limpeza e manutenção do pasto, torna-se muito mais fácil e, e o pasto rende muito mais. A terra com muito meno... menor número, me... menos terra, eles podem ter muito maior número de cabeça de gado, por causa do menor pisoteio e por causa da recuperação dos pastos. Quer dizer, isso é muito interessante de, de ver. Agora, falando em planta mesmo, eu gosto muito de plantas e sempre gostei muito de plantas, de flores. Agora, não sei tratar. Eu gosto de apreciar e eu não sei por que, eu acho que eu não tenho boa mão, dizem que é porque eu apenas, eu tenho preguiça de tratar. Eu acho que a planta que eu planto não, não nasce muito bem não (sup.)
D
 (sup.) Quais são assim as plantas que lhe agradam?
L
 Ah, eu gosto geralmente de tudo. Eu gosto muito de árvores e de sombra, por causa do nosso clima quente. Então lá no sítio inclusive eles reclamam e agora meu marido está reclamando, porque a grama não dá certo, não progride nem nada por causa da sombra, porque está todo cercado de árvores a casa, então não dava. A gente tem que escolher entre sombra ou grama, mas eu prefiro a sombra. Talvez até ele vai botar pedra, vai agora empedrar, porque não é possível, não se consegue, a pl... a grama não fecha, né? Agora então tem sibipiruna em volta da casa, tem jacaranda (sic), tem fedegoso, tem flamboiã, tem várias, eh, tipos de árvores que dão sombra e dão flor também, né? Tem (sup)
D
 (sup.) Podia descrever essas flores assim em matéria de cor, forma (sup.)
L
 (sup.) É, por exemplo, nós temos uma trepadeira de alamanda, não sei se conhece alamanda. Alamanda, a trepadeira mesmo, dá umas folhas de um tamanho médio muito, um verde muito lustroso e é meio rija a folha, então parece que foi encerado e as flores é feito uma campânula amarela, um amarelo claro muito bonito. Há vários tipos: tem uma grande, que é essa que eu tenho junto da varanda, uma é o tipo maior, tem o tipo médio e tem o tipo miudinho. Nós temos as outras também inclusive plantadas no barranco, que ela cai assim com aquelas flores amarelas. São muito bonitas as flores. Tem o buganvília que eu acho que conhecem, que é a flor mesmo é a folha que, que é colorida, né? Então tem o roxo, tem aquele sulferino, tem o vermelho cor-de tijolo, tem o branco ... Existem outros, mas nós não temos outros tipos de flores. Tem outras plantas que nós temos lá, tem a esponjinha, que serve pra botar junto do barranco, que é uma dormideira, uma sensitiva que quando se toca ela fecha as folhas. Então a esponjinha que nós temos é cor-de-rosa e é muito perfumada, né? Então às vezes quando ela está em florida, a gente chega assim ao entardecer, sente aquele perfume. Existe outro tipo que é de vermelha, mas nós não temos, só temos a, a esponjinha cor-de-rosa. Tem uma outra, tipo ca... jasmim-do-cabo, que também é muito perfumado, tem o branco e tem o rosado. Nós temos os dois, o branco e o rosado. Agora essa flor, essa árvore, é um arbusto, né, é muito procurado por umas, tipo de lagarta grande, assim, aquela lagarta preta e verde, né, que aliás não queima. Ela não queima, a gente pode ... Eu seguro, eu segurar assim com a mão a lagarta eu tenho nojo, mas eu seguro pelo bigode assim, suspendo e ela não faz nada, né? Não é feito bicho-cabeludo, que chegou um amigo do meu genro lá, com um lindo bicho-cabeludo, grande assim, de uns cinco ou mais centímetros de comprimento, muito cabeludo, um verde-esmeralda maravilhoso e ele com ele na mão. Eu digo: mas isso queima que é um horror! Ele disse: só quando o bicho está enfurecido, quando não está ... Eu digo: e eu lá sei quando o bicho está enfurecido ou quando ele está mansinho, né, pra segurar o bicho (risos) porque queima tremendamente, né?
D
 A senhora se referiu a duas árvores que eu jamais ouvi falar na minha vida. Fedegoso, não foi?
L
 O fedegoso é (sup.)
D
 (sup.) E uma outra. Qual foi?
L
 A si... Foi a sibipiruna (sup.)
D
 (sup.) É. Como são elas? (sup.)
L
 Todas duas são leguminosas. A sibipiruna dá um tipo de folha, é leguminosa, né, que dá aquela vagem e tem um tipo de folha composta, com vários ramos assim e a flor é amarela. Ela lembra um pouco a acácia, mas dá apenas sobre o contorno, não é no meio das folhas, quer dizer, ela fica coberta por fora de flores amarelas e na época da floração no chão fica aquele tapete amarelo, quer dizer, é uma flor composta também que forma assim quase que um pendãozinho amarelo e embaixo da árvore fica todo amarelo. Ah, o fedegoso, eu antigamente até chamava de acácia silvestre, quer dizer, chamava de acácia porque é uma espécie de acácia. Tem acácia-silvestre e tem a acácia imperial. Eu tinha até aqui em casa, uma acácia-imperial linda que dá aquele pendão e depois uma ambulância entrou por aqui, botou abaixo o muro e bo... houve uma sacudidela na árvore e ela depois acabou morrendo. Segurou porque senão seria em cima da casa que a ambulância ia arrebentar, mas, mas a árvore acabou morrendo. Mas o que a gente tem também lá no sítio, acácia- silvestre, é aquele tipo que não dá aquele pendão grande, dá aquelas outras flores. E eu chamava o fedegoso de acácia porque acho o nome de fedegoso muito feio. Até o dia que os meus filhos colheram grandes ramos de fedegoso e me deram de ca... de presente, eu enfeitei a casa inteira. Quando chegou de noite, não conseguia dormir porque exala um mau cheiro que é um horror! Daí que eu acho que o povo bota o nome de fedegoso, quer dizer, ele é lindo pra ver longe, pra ver assim no campo, ver mesmo pro... próximo de casa sim, mas dentro de casa dá um cheiro horrível, então daí que tem o nome de fedegoso. É amarelo e dá aqueles buquês e ele ... A, a acácia é mais esparramada, né? Agora o fedegoso fica um buquê redondo, a árvore toda amarela na época da floração, aquele verde mais forte da folha apesar de ser uma, uma leguminosa, as folhas são bem maiores do que da acácia e ele fica todo redondo. Falei também em jacaranda, não sei se conhece. O jacaranda alguns chamam de jacarandá-roxinho, agora não tenho certeza se é, porque o jacarandá aproveita a madeira pra fazer, pra madeira de lei, pra fazer móveis e tal. O jacaranda eu creio que não dá a grossura disso. Agora ele dá uma flor roxa, um roxo bem roxo, bem lindo e dá um pendão grande e ele fica todo coberto. Às vezes perde as folhas conforme o clima, em clima mais frio ele perde as folhas, então fica todo coberto de flores roxas. Agora é época de floração do jacaranda ou jacarandá roxinho. Nós temos (sup.)
D
 (sup.) Lá nesses sítios a senhora tinha árvore frutífera também?
L
 Nós plantamos. Lá quando nós compramos não tinha nada só tinha ma... pasto e formigueiro. Inclusive foi uma dificuldade louca, eh, pra matar formiga. Agora não, existe um, um remédio não, um veneno de formiga que acaba com os formigueiros, com a saúva, que era saúva, né, que agora fez tanto sucesso na televisão. Mas eu disse: o Pero Vaz Caminha quando disse que aqui em se plantando dar-se-á nela tudo, não conhecia a saúva, porque a saúva acaba com tudo, isso sim. E quando a gente consegue a... acabar assim com essa, consegue acabar com a saúva, quer dizer, consegue combater a saúva, vem um camarada e vinha e botava formicida em cima da planta e acabava com a planta porque foi isso que aconteceu. Eu plantava a minha trepadeira na beira e vinha a saúva comia tudo, e vinha a saúva e comia tudo, quando eu conseguia que aquilo crescesse mais vinha um camarada e regava com formicida e aí exterilizava até o terreno pra tudo. Foi um ... Agora com essa nova, eu não me lembro como é o, esse novo medicamento que eles usam, mas então aí é uma iscazinha que a saúva leva pra dentro do formigueiro e depois eu não sei se exala algum gás, alguma coisa, eu sei que acaba realmente com ela.
D
 Sei, quer dizer que a senhora não conseguiu plantar muita árvore de fruta (sup.)
L
 (sup.) Oh, oh, quer dizer, ahn, ahn ... Fruta, o meu marido plantou muito, tem muito pé de abacate, tem ... Mas sabe como é, eh, na beira da estrada, eh, quando tem fruta está bichada ou tem marimbondo no pé, né? Abacate a gente consegue ter, agora as outra frutas, goiaba que tem muito os meninos pegam tudo, araçá, goiaba, também teve muito foi frutas cítricas. Nós tivemos muito tangerina, laranja, limão, mas fica velho. Esse é uma fruta ... Nós temos esse sítio há vinte anos e então tem que renovar e como meu marido depois começou a se interessar muito é pra parte de galinha e aviário, então ele não, não se interessa. Inclusive também com essa parte de horta ele diz que fica mais barato comprar. Realmente umas vezes nós tivemos horta, mas a dificuldade de obter pessoa que trate é incrível. Uma vez por exemplo veio um hortelão: ah, conheço muito horta e tal. Aí no dia seguinte eu mandei buscar espinafre que estava aquele canteiro lindo de espinafre: não tem espinafre! Eu digo: como não tem espinafre, eu vi o canteiro lindo! Ah, eu pensei que aquilo era mato! Então passou a foice, todo, pensando que era mato. Quer dizer, o preparo deles é esse. Eles não têm o menor conhecimento, não tem preparo. Então como meu marido se interessa muito é pelos ovos e pelas galinhas, nós estamos com trinta e cinco mil cabeças atualmente, galinha de postura só, não é pra corte, então ele deixa essa outra parte, né? E aí as pessoas dizem: ah, mas por que que você não se ocupa? Aí tem um problema: meu marido além de ser militar apesar dele dizer que não, porque ele é médico, mas não, so... sofre a influência da carreira de militar e ter exercido cargo de, de chefia durante muitos anos, né, ele também é paraibano, né, e é doze anos mais velho do que eu então ele é mandão que é danado. Eu me dou muito bem com ele porque eu já tive a mãe mais mandona do mundo, então aprendi a conviver com gente mandona. Com meu, minha mãe era pior porque ela cobrava aquilo que ela mandava, então havia problemas e tal de não obedecer e com meu marido ele não cobra, então ele manda e eu deixo. Entra por aqui s... entra por um ouvido, sai pelo outro, aquilo que eu estou com vontade de fazer eu faço, o que eu não estou com vontade de fazer eu não faço, não ligo. Então nós nos damos muito bem porque eu já fui condicionada pra viver com gente mandona. Agora, se eu for me meter a fa... a fazer alguma coisa no sítio, ele vai querer ficar mandando em mim e eu não gosto que mandem em mim, apesar de ter sido filha de mandona, eu não gosto que mandem em mim. Então eu prefiro não, não me meter. Eu sou a mulher do fazendeiro, como a história do, mulher do leão, eu sou a mulher do fazendeiro. Então eu vou pro sítio e nós ficamos admiravelmente bem, porque eu fico deitada na rede lendo os meus livros, que eu adoro ler e ele fica lá mandando nos, nos subordinados dele e (sup.)
D
 (sup.) Vendo suas plantas (sup.)
L
 (sup.) É, fico admirando as minhas plantas e, eh, às vezes quando eu paro de ler mesmo pra admirar a natureza, pra olhar pras plantas, pra olhar pra, pras árvores, pra apreciar o contraste do verde com o azul do céu, fica lindo! Então as árvores agora estão formando aquela abóboda e fica lindo olhar assim e ver através o céu bem azul, aquele céu lavado que nós não temos aqui que é um céu sempre com um pouco de poluição, não é? É raro a gente ver aquele céu bem azul, então a... acho lindo. Fico no "dolce far niente" mesmo, né? Ou então dou meus passeiozinhos a pé ou então quando tem companhia aí eu vou pra piscina e tal, mas a piscina é longe porque ele sempre teve preocupação de cair alguma criança dentro da piscina. Então depois nós compramos um outro sítio ao lado que tem outra casa porque a família cresceu muito, os filhos casaram e os netos e tudo, então com essa outra casa que ficou uma sucursal e a piscina é mais perto dessa outra casa. Então quando eu estou sozinha eu fico com preguiça de ir pra piscina, mas quando eu estou com os netos ou com os filhos e tal, então eu vou. Mas quer dizer, me meter mesmo na atividade do sítio eu não me meto. Ele já se queixou muito e, que eu não ajudo, e houve uma época, que eu tenho certa facilidade pra fazer cálculo de cabeça, então ele ficava: quanto é isso vezes isso mais isso tal? E eu dava o resultado. Mais aí eu me enchi, comprei uma máquina de calcular pra ele, né? (risos/sup.)
D
 (sup.) Deu de presente (sup.)
L
 (sup.) E dei de presente no aniversário, pra me deixar sossegada. Porque essa era a colaboração, eu servir de máquina de calcular. E às vezes eu perguntava: mas pra que que é? Não interessa, calcula aí! (risos) Quer dizer, então é mesmo pra mandão, não é? Então eu dei a máquina de calcular e pronto. Agora nem cálculo não faço mais, né?
D
 Agora, nessas viagens que a senhora fez, dona B., o que que observou em matéria de planta? Porque já vi que a senhora tem muito gosto por isso (sup.)
L
 (sup.) É (sup.)
D
 (sup.) Deve ter observado nos Estados Unidos, lá na Europa (sup.)
L
 (sup.) É. Olha e na Europa uma coisa que me impressionou, que eu achei maravilhoso (sup.)
D
 (sup.) Tipos de árvores que lá tem aqui não tem (sup.)
L
 (sup.) Em Portugal foi a estufa fria que eles fizeram em Lisboa, eu não sei se conhece. Eles chamam estufa fria, mas é um ripado que eles têm, mas imenso, é uma coisa, um colosso e tem cachoeira e tem riacho e tem que é, que é água e tem laguinho e tal, tudo de plantas tropicais ou semi-tropicais, então abrigadas do sol, em vez de ser ... Quer dizer, o sol é filtrado porque aquele tre... aquela treliça grande que a gente vê realmente o céu mais um pouco e eles mantêm, eu não sei se eles esquentam, porque em Lisboa sempre faz um pouco de frio. Se bem que eles inclusive melhoraram muito o clima de Lisboa e eu achei também muito interessante na viagem que n... na, num passeio que nós fizemos, numa excursão que fomos a Sintra, fazer aquela Volta Saloia, que eles dizem, né? Então eles têm um trecho que eles fizeram um verdadeiro biombo de eucaliptos. Eles plantaram uma, um, um bosque de eucaliptos, então esse biombo como eu digo, eles impedem os ventos do Atlântico e diminuiu a umidade sobre a cidade de Lisboa. Aliás isso eu já tinha tido conhecimento que eles fizeram também no sul da Rússia, que eles plantaram uma floresta, agora eu não sei de que espécie de, de veg... de árvores que foi, mas fazendo um biombo, impedindo aqueles ventos quentes que vem do, do norte da África, que atravessa e que alcança o sul da Rússia. Em outros lugares da Europa eles têm feito isso, com florestas modificado o clima da, da região o, conforme o tipo de vento. Em Lisboa é o vento úmido. Esse eu vi porque eu passei por essa, essa, esse bosque, essa mata artificial, né? Quer dizer, essa, essa estufa eu achei maravilhosa. Também em Estocolmo, eu tive oportunidade de visitar aí estufa de flores, como também em Copenhague, como também achei lindos os arredores que nós estivemos no verão, apesar do máximo de, de a, a temperatura máxima ter sido dezenove graus, eu acho que o verão lá foi numa terça-feira, porque o resto do dia a gente tremelicava de frio e estava sempre de, de, de p... de agasalho, de, de, de mantô, eu observei que todas as senhoras usavam mantôs, apenas eles dizem que não é mantô de pele, tem que ser colorido, né? Porque senão é gafe usar mantô de pele ou colorido. Mas, eh, o frio é muito grande, pra nós que somos tropicais é muito grande. Mas eu achei lindo ao redor de Estocolmo, as matas. Então aí as matas de temper... de temperada, né? Eh, mata de coníferas e mata muito abertas que a gente pode passear na floresta como a história de "vamos passear na floresta senão seu lobo está aí!" Porque floresta nossa nós não podemos passear, né, por causa da, eh, mata muito fechada. E essas matas achei muito bonitas. Aliás na União Soviética também e aquelas matas de taiga que eles chamam de coníferas, né, muito bonitas e outras que eles têm que o tronco é todo branco então fica o tronco branco, fino, branco, bem afastadas as árvores umas das outras e, e essa aí eu não sei que tipo de árvore era essa, mas achei muito interessante. Parecia pintado até o tronco branco das árvores. Agora (sup.)
D
 (sup.) No, no sul do Brasil a, o tipo de, de, de vegetação (sup.)
L
 (sup.) De vegeta... (sup.)
D
 (sup.) É outro, né? (sup.)
L
 É outro. Eu estive justamente lá, eh, lá (sup.)
D
 (sup.) O plantio.
L
 É. Não só avistando através, quando a gente vai com av... com av... av... avião, através de avião, como nos passeios que eu fiz lá, indo à, às cidades vizinhas de Porto Alegre, ali passa por São Leo... Canoas, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Gra... Nova Petrópolis, Gramado e tal, é tipo de colcha de retalho que nós não, não vemos quando vamos pro norte, porque no norte a gente vê é tipo mais, tipo monocultura, propriedades todas com monocultura, com uma plantação só de cana ou então de algodão ou então que eles plantam agora, pra plantas forrageiras pra darem pro gado, palmatória ou palma, outras plantas assim ou então sisal, que a gente avista muito no norte. Também no México eu vi também, eles plantam muito sisal, eu acho que é até planta nacional lá é o sisal, que eles fazem o pulque que a gente bebe e aquela outra, tequila, é feito também do sisal, que tem de outro tipo, que eles dão outro nome, né? Maguey. Mas é o mesmo, acho, pode ser pequena a diferença, mas é o mesmo tipo de planta. Então são todos monoculturas, enquanto que no sul, são todos policulturas. Então a gente vê aquela colcha de retalho, aqueles retângulos, um pouco maiores, menores, diferenças cores como a gente vê na Europa. Quando (sup.)
D
 (sup.) E de quê? Que que está plantado?
L
 O que eles plantam lá? Aí, perto de Porto Alegre mesmo, eu creio que tenha parte de horta que eles plantam, né? Agora eles plantam, um pouco mais afastado eles plantam muito arroz, inclusive sem ser dentro dágua. Eles plantam arroz no seco, eles já estão plantando mais pro interior muita soja também, inclusive ocupando o lugar que antes eles plantavam muito de milho, que também eles plantavam. Agora plantas então, agricultura também de subsistência. Eles têm muito agri... ali perto daquelas cidades próximas, agricultura de subsistência.
D
 A senhora teve oportunidade de visitar as cidades gaúchas que produzem vinho? Ou, ou também na Europa, se a senhora teve chance (sup.)
L
 (sup.) Não. Aí é (sup.)
D
 (sup.) De ver como é que faz a plantação (sup.)
L
 (sup.) Aí é, aí é Bento Gonçalves, é que eles plantam muito que é perto de Bento Gonçalves, de Caxias é que eles têm muito vinho. Aí eu não tive oportunidade de ver. É pena, né? Mas eu não tive oportunidade de visitar. Eu estive lá em Gramado, eles têm muitas flores, é uma maravilha. Nessa época começam as hortênsias vai até março mais ou menos, mas é uma loucura as hortênsias! Quando a gente passa assim como se fosse cerca-viva são hortênsias. Altas, quase da altura de uma pessoa, todas cobertas de flores, né? Mas lindo, lindo, lindo! Também eu estive em maio, aí a hortênsia já acabou, mas então os buganvílias estão maravilhosos, tem uma outra planta que eles chamam alegria-do jardim, que é vermelho, ele tem desde pequenininho, ele pode criar, crescer feito tamanho de um arbusto. Tem uma variedade de flores lindas, né, em Gramado, Gramado e Canelas. E tem lá inclusive uma casa de um milionário, quer dizer, era uma casa de milionário, um parque que ele dôou pra fazer parque assim da, da, da municipalidade e aberto a visita, então não só em árvores como em flores, uma coisa maravilhosa que se pode ver. É (sup.)
D
 (sup.) A respeito de plantas medicinais, apesar do seu marido ser médico, a senhora, eh, costuma usar ou já usou alguma vez?
L
 Eu já usei. Houve uma época que eu estava ... Tinham me dito que erva-tostão era muito bom pro fígado, eu estava com umas manchas aqui. Também uma vez que eu estava, que eu não me dei bem com o que eu comi, não me lembro o que foi, aí a minha, a minha empregada ela gosta muito de chás, né, então me deu chá de erva- cidreira e eu me dei muito bem com chá de erva-cidreira. Parece incrível. Eu estava assim como se eu tivesse comido um boi inteiro e deixado o chifre de fora, né, feito uma jibóia. E eu fui tomando aquele chá de erva-cidreira e realmente foi melhorando, melhorando. Depois eu andei tomando porque no ano passado, minha netinha de São Paulo, a filha da Z. nasceu em julho e eu fiquei lá durante um mês e minha filha não estava dormindo muito bem. Então a sogra dela também gosta muito desses chás medicinais, então ensinou a ela pra tomar de noite em vez de tomar calmante, que não se deve, que na gravidez evitar de tomar qualquer tipo de calmante, então ela tomava chá de camomila ou então chá de erva-doce ou então chá de erva-cidreira ou tinha mais chá de um outro que eles, não sei, eles dão um outro nome, mas nós aqui, conhe... eu conheço pelo menos, com nome de, de, eh, de limão-de-cheiro. Não, limão-de-cheiro não, é capim-cheiroso. Tem um cheiro de limão a folha e parece que a raiz também é cheirosa, pra se botar no meio da, da, da roupa, né? E o ca... a planta, ela ensinou a fazer chá desse capim cheiroso e ela dá um outro nome. E eu entrei no chá também estava um frio desgraçado, aí eu tomei chá, toda noite nós tomamos umas duas xícaras de chá. Realmente faz dormir bem e mal não faz e é gostoso, não é? E pra quem está com frio é ótimo, né? Agora (sup.)
D
 (sup.) E em matéria assim, a senhora é uma senhora muito elegante (sup.)
L
 (sup.) Não. Ah, sei. Não. Ih, meu Deus! (sup.)
D
 Em matéria assim de vegetal na mesa ( sup./inint.)
L
 (sup.) Bom, eu sempre tive mania de comer muito legumes. Eu agora diminuí porque eu acho que a gente vai ficando mais velho e vai comendo menos, então eu, eu diminuí, eu só faço um legume. Mas sempre aqui era um prato, ou carne ou galinha ou peixe que fosse e dois legumes acompanhamento, dois legumes. Arroz sempre eu não como, mas o meu marido come porque eu acho que ele come arroz até com salada. Mania de comer arroz até, com tudo. Mas sempre o acompanhamento dois legumes ou então salada. E sempre eu tive (sup.)
D
 (sup.) Quais são as preferências?
L
 Ah, de tudo, eu vario muito, né? Cenoura, abóbora, agora eu enjoei abóbora, adorava abóbora. Agora enjoei, não sei, enjoei de tanto comer. Mas cenoura, abóbora, beterraba, chuchu, espinafre, bertalha, brócolis, alface, tomate, ahn, acho que to... quase todos esses, evitando esses que são mais feculentos, quer dizer, eu sirvo batata, mas eu mesmo como pouco. Batata, aipim, batata-baroa ou mandioqui... eles chamam mandioquinha-de São Paulo, quer dizer, na minha famíla chamava. A minha mãe era paulis... minha avó era paulista. Então agora eu vi lá em São Paulo, eles chamam também mandioquinha, mas não de São Paulo. Nós chamávamos mandioquinha-de-São Paulo, eles chamam mandioquinha só ou macaxeira como eles chamam no norte, né? Jerimum, macaxeira (sup.)
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 (sup.) Em mat'eria assim de suco (sup./inint.)
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 (sup.) De suco, eh, abacaxi, caju, eu gosto muito de tomar, maracujá então eu tomo, eu compro, atualmente eu não ... Eu compro desses que bota no congelador, então no verão nós gostamos sempre de tomar na hora antes de dormir. Maracujá, tangerina, eh, caju, eh, laranja mesmo, mas laranja já não acho tão gostoso, né? Esse Tanjal, tem outros tipos também, outras qualidades sem ser, eu estou me lembrando de Tanjal mas tem outras qualidades, né? Então nós tomamos sempre. Não tanto de maçã, eles fazem de maçã também, mas nós gostamos mais assim dessas frutas assim mais tropicais. Acho mais saborosas as frutas e ma... e abacaxi eu acho uma delícia, né? Eu evito de comer muito porque eu não sabia, mas me dava espinha. Eu guardo da adolescência, isso de ter espinha, ó, está até marcado aqui. Uma vez mandaram do norte uma cesta de abacaxis, mas uns abacaxis deliciosos, como aqui nós não temos idéia. Eles são cor-de-âmbar, transparentes, não tem um esbranquiçado e doce, doce. Então era pra eu dividir com os irmãos do meu marido. E eu telefonei pras minhas cunhadas virem buscar e elas não vieram. Enquanto elas não vieram, um gênero perecível, eu fui comendo. Quer dizer, eu comi um abacaxi na hora do almoço, era meu almoço, um abacaxi. Mas me saiu tanta espinha que eu fui no dermatologista e digo: eu não sei por que é que eu estou com tanta espinha, eu estou fazendo uma dieta, quase que eu só como fruta. E ele disse: mas que fruta? Abacaxi! Ele botou a mão na cabeça. E disse: mas faz um mal danado, abacaxi! Eu não tinha idéia, né, que fizesse (sup.)
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 (sup.) Além do abacaxi, no nordeste tem uma outra fruta (sup.)
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 (sup.) Manga, é, uma delícia manga. Eles têm lá uma manga que eles chamam manga-família, porque é desse tamanho, ser... serve pra alimentar a família toda, né? Eu quando vou lá, eu aproveito pra comer quantidade de manga. O café da manhã é manga, né? Manga com café.
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 Na Paraíba há, há alguma fruta que seja do local (sup.)
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 (sup.) Olha, tem umas frutas que (sup.)
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 (sup.) Que não apareça por aqui (sup.)
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 (sup.) Por aqui? Tem, tem mangaba e tem pitomba. Pitomba é o tipo da fruta besta e a gente come por, não sei se conhece, é só mesmo por cacoete, por não ter nada que fazer, assim como quem está fumando um cigarrinho até é bom, eu parei de fumar, arranjar pitomba pra comer, porque você dá uma dentadinha, faz um estalinho, aí tem um carocinho com uma polpa em volta, mas grudadinha. Então você dá três voltinhas na língua e depois cospe fora igualzinho como engoliu, a pitomba você cospe. Então você fica comendo a pitomba cuspindo fora aquilo, porque gosto não tem nenhum. Agora, a mangaba já tem um certo gosto, inclusive eles fazem o sorvete de mangaba. Aqui no sul eu acho que nunca vi essas frutas, nem mangaba, nem pitomba. Só lá é que eu vi. As outras frutas que eles têm lá e que nós conhecemos é caju, manga, abacaxi, eu acho que aqui também tem.
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 Em matéria assim de plantação na Paraíba, no interior, tem zona fértil pra plantas (sup./inint.)
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  (sup.) Bom, lá eles têm ... Tem a zona da mata que é próxima ao litoral, que tem um solo muito fértil, solo de massapê e é a zona que chove, então nessa zona é que sempre fizeram a cultura do açúcar. Inclusive nos ciclos históricos, aí sem querer está falando no meu setor, né, tem o ciclo da cana-de-açúcar, começou a colonização do Brasil, justamente depois do pau-brasil, foi o ciclo da cana-de-açúcar. Agora, depois tem o agreste, que é a re... a região intermediária entre justamente essa parte chuvosa da zona-da-mata, do litoral e o interior do sertão, que é semi árido. Na zona do agreste eles plantam também, antigamente é onde plantavam o algodão e onde hoje em dia eles plantam também muito, eh, planta forrageira pra gado. Agora, hoje em dia eles plantam no interior também o algodão, por causa da, da irrigação. Com a parte do açudes e com a, a, começando a fazer irrigação, todo nordeste, então, eles agora estão plantando também algodão no interior e então aproveitando, por exemplo, aí não é na Paraíba, mas no vale do São Francisco, que eles estão aproveitando pra fazer irrigação, nós temos melão, nós temos uva, não só essa uva que nós comemos aqui, essas uvas Itália, que é a principal, mas outras uvas, como Cinzano. Eles instalaram uma fábrica lá pra aproveitar as uvas, disseram que são uvas melhores que as européias, porque o solo é rico em mineral, quer dizer, falta só a parte de chuva, de irrigação, então também o humus, não é, a matéria orgânica em decomposição. Mas o solo em mineral é rico, uma vez que está irrigado, ele dá muito bem.