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PROJETO NURC-RJ

Tema: "Comércio Exterior e Política Nacional"

Inquérito 0344

Locutor 422
Sexo feminino, 38 anos de idade, pais cariocas
Profissão: advogada
Zona residencial: Norte

Data do registro: 04 de novembro de 1976

Duração: 51 minutos

Som Clique aqui e ouça a narração do texto


L
 (inint.) o petróleo atualmente é o, digo, a riqueza de um país, porque o país que tem, tem nas suas, na sua área, no seu subsolo, entendeu, petróleo pode se considerar um país com, de uma certa forma com uma assim garantia, porque não se pode fazer nem desenvolver a agricultura num país nem a pecuária se você não tem o meio de transporte nem acesso às áreas, então o petróleo, que eu digo, seria, diz, uma fonte de riqueza. O Brasil como é um país ainda praticamente assim novo, entendeu, no desenvolvimento das suas áreas petrolíferas, embora já, já se considere um país muito assim fértil nesse campo, entendeu, seu subsolo é muito rico, ele não tem praticamente assim, como di... como diria assim, uma, um interesse assim ou um constante direto em, de ir cada vez mais pesquisar e ver, eh, fazer sondagens pra descobrir poços petrolíferos. Atualmente já se fala que o petróleo não é a maior riqueza, né, que pode, o combustível pode ser substituído, inclusive foi até ultimamente o que mais se fala é que o álcool vai ser no futuro, né, muito mais utilizado como combustível do que propriamente o petróleo, né? Mas isso é uma coisa ainda que eu diria assim, está ainda no início, né, no berço ainda.
D
 Agora (sup.)
L
 (sup.) Porque o petróleo (sup.)
D
 (sup.) Todo esse problema de petróleo teve uma repercussão no país, né? Em termos assim (sup.)
L
 (sup.) Econômicos? (sup.)
D
 (sup.) Da economia do país (sup.)
L
 (sup.) Ah, mas é claro (sup.)
D
 (sup.) Do desenvolvimento (sup.)
L
 (sup.) Por exemplo, a Bahia, você vê, a Bahia se desenvolveu também quando começaram a descobrir poços petrolíferos e tal, aí que foi o desenvolvimento da Bahia, né? A Bahia não podia, seria uma pequena Venezuela, daqui a uns anos vai se comparar, porque a área da Bahia, como se diz, a extensão da Bahia é quase que não sei (riso) muito um, assim uma geografia muito exata, mas me parece que daria mesmo pra assim ser uma segunda Venezuela.
D
 Uma segunda Venezuela em que termos?
L
 Assim, em termos de petróleo, em poços petrolíferos. Que a Bahia é muito rica em petróleo, a Bahia.
D
 E o que que caracterizaria a Venezuela?
L
 Heim? A riqueza petrolífera, né? A Venezuela é um país que é estritamente assim rico em, em petro... em petróleo, né, o subsolo dele é muito rico em petróleo, né? Os Estados Unidos tira grande proveito, tirou pelo menos, não sei se atualmente ainda tira proveito da Venezuela, mas tirava, né? Agora a não ser isso você vê na Arábia Saudita, lá do outro lado, né, lá no oriente é que você vai encontrar mesmo riquezas petrolíferas. Os Estados Unidos também tem muito, né, tem muita reserva de petróleo e tudo.
D
 Tem uma idéia assim, de que que é preciso pra se chegar a tirar petróleo, ter petróleo?
L
 A tirar petróleo? (sup.)
D
 (sup.) Subprodutos de petróleo?
L
 Ah, o petróleo dá uma porção de coisas, né? Você pode inclusive, as matérias-primas, eh, tiradas do petróleo você pode, eh, são em nume... em números elevadíssimas, né? Você pode, do, do petróleo você não, não estou muito por dentro disso, negócio de petróleo, né, não me ligo muito nisso, mas tem uma infinidade (sup.)
D
 (sup.) Que que o pessoal está fazendo aí? (sup.)
L
 (sup.) O quê?
D
 Que que se tem feito? Que que o Brasil tem programado nesse sentido?
L
 De desenvolvimento?
D
 É. De desenvolvimento, em termos de comércio (sup.)
L
 (sup.) Não estou assim muito a par disso não assim de ...
D
 Em termos de, de toda essa política de petróleo?
L
 Olha, eu de um ce... eu não, assim essa parte assim de política e de governo, de desenvolvimento do governo, eu não me prendo muito não. Primeiro eu tenho muito pouco tempo, entendeu? Eu já estou correndo aí, vivo assim uma vida muito intensa, então ouço, às vezes, eh, 'en passant' assim falarem e tudo mas não tenho (sup.)
D
 (sup.) É isso, é isso que você ouve 'en passant' que está nos interessando. Porque de um modo geral as pessoas ouvem 'en passant'. Se a gente quisesse, digamos assim, o específico, o entendido, a gente ia entrevistar sobre o assunto a pessoa que conhecesse o tema. É exatamente assim: a noção geral e a informação geral que você tem sobre isso. Por exemplo, ultimamente o petróleo vem sendo um problema, se refletindo num problema de, por exemplo de gasolina, de transporte, de restrições econômicas pro país poder importar petróleo, porque o petróleo ficou caro, né? (interferência da filha da locutora, que fala com ela à parte) Então esta, por exemplo, o Brasil não está produzindo a quantidade de petróleo que gasta. Uma coisa que está aí em todos os jornais, as pessoas estão falando. Ham, fala-se em déficit comercial brasileiro. Houve assim todo, ultimamente, toda uma programação de produção no Brasil, em função de suprir essa necessidade de comprar petróleo de outros países. Tem alguma idéia, sobre essas coisas?
L
 O Brasil então pretende exportar, né? Tem que fazer o, justamente, porque ele só através da exportação que ele pode, né, aumentar o ágio e pode desenvolver o, a indústria, né?
D
 Ham, ham.
L
 E a agricultura ...
D
 O que que ele tem procurado exportar? Que tipo de material você acha que ele tem (inint./sup.)
L
 (sup.) Ah, você acha ... Eu, eu não sei se ele está exportando petróleo em quantidade assim suficiente pra justamente sup... eh, se diz, para, com essa finalidade que ele se propunha, entendeu? Não sei, não estou por, muito assim a par disso. Quer dizer que, mas (sup.)
D
 (sup.) Mas, e outros produtos?
L
 Que o Brasil (sup.)
D
 (sup.) Sem ser o petróleo.
L
 Ah, por exemplo, inclusive o Brasil até ... A borracha, todo mundo sabe que o Brasil exporta borracha, era o maior produtor de borracha e continua sendo ainda o maior produtor de borracha, né? O, a, a, por exemplo, banana, entendeu, era um produto que também ele foi considerado, agora não, mas era considerado o primeiro produtor de, de banana. O café que é a riqueza do Brasil, que é uma coisa que, mais do que, todo mundo conhece, né, o café. Ele, eh, o babaçu, que é uma riqueza também. Deixa eu ver que ... Agora a cana-de-açúcar que (riso/inint.) eu compararia (inint.) ela deu um salto, entendeu? Do estágio assim praticamente de, eh, alimentício, né, e passou pra pa... mais assim como a parte mais de combustível, né? Agora ela é considerada também equivalente ao petróleo, né? Vejamos mais o que que o Brasil assim exporta, em quantidade assim que eu diria assim significativa, né? Carne também, né? Você vê que nós estamos com esta restrição de carne. Agora mesmo o feijão, né? O feijão, que era a coisa que nunca podia se passar, nunca não podia passar pela cabeça de alguém que algum dia nós tivéssemos assim restrição de feijão, né, feijão.
D
 E o que que ele importa assim (sup.)
L
 (sup.) Minério. Tem os minérios de ferro, né, carvão. Deixa eu ver se eu me lembro, tenho idéia de mais alguma coisa assim.
D
 E em termos agrícolas, de agricultura. Ultimamente tem havido assim todo um desenvolvimento de culturas visando à exportação.
L
 Você fala de exportação em grande escala ou em pequena escala? (sup.)
D
 (sup.) Em grande escala mesmo. Inclusive por exemplo a falta de feijão se atribui muito a (sup.)
L
 (sup.) Pois é. O feijão, né, está sendo exportado justamente. As farinhas, né, a farinha-de-mandioca que tem também, sai assim mais numa quantidade grande. O algodão (sup.)
D
 (sup.) Há uma, há uma (inint./sup.)
L
 (sup.) O algodão. Isso seria interessante se a gente fizesse assim um retrospecto dos estados, assim descendo os estados que é pra gente saber mais ou menos, né, por exemplo (sup.)
D
 (sup.) É, isso seria mais ... O Amazonas, você que conhece mais o norte, como foi, o que que você viu? (sup.)
L
 (sup.) O Ama... eh, eh, eu não cheguei à região amazônica, Transamazônica nem nada, mas no norte por exemplo a riqueza do estado é o babaçu, todo mundo sabe, né? E eles realmente vivem praticamente disso. As farinha, farinha-de-mandioca. Já descendo mais, quer dizer, a parte também de, eles tiram muito assim de alimento do mar, o peixe, entendeu? Já nos estados, assim nos estados do, do norte, como no Maranhão por exemplo é um estado que é rico, então eles exportam muito essa parte assim de peixe assim e tiram muito do mar. Eles também, como, o que que eles falavam muito lá? Ah, a tartaruga, que eles chamam de muçuã, eh, não sei se é jururá ou muçuã, eu não tenho idéia assim, né, não me recordo. Era também exportada, exportada em quantidade suficiente, que eles faziam criação pra exportar. Mas isso era em pequena escala que não é uma coisa muito assim divulgada nem nada, nem muito apreciado, né? (sup.)
D
 (sup.) É mais característico de lá, né? (sup.)
L
 (sup.) É mais característico de uma região. A palha, entendeu, trabalham muito em palhas e ... Todo mundo sabe, o norte, entendeu (inint.) tem estados no norte que a gente assim fica até com certa assim, a gente fica assim, até certa assim, um pouco const... assim constrangido até de dizer: puxa, eu moro num estado como, eh, Rio de Janeiro, né? Tem alguém que mora lá num estado pequenininho, não é pequenininho no sentido assim de área não, pequeno assim no sentido de desenvolvimento, entendeu, e pa... e conseguem viver e têm um sorriso ainda nos lábios. O Piauí é um estado assim que te... rico, quer dizer, podia ser, ter assim um recurso, agora mesmo, se fala no Piauí que o presidente esteve lá, né, e que justamente ele quer dar uma ajuda ao estado, né? Uma ajuda assim financeira, pra que o estado possa desenvolver o que ele tem aí, o seu potencial, entendeu? A terra fértil não está desenvolvida, não está, eh, trabalhar mais no sentido de irrigação do estado, né? Então a gente vê que aquele estado, coitadinho, é um estado sofrido. Aquela, o povo de lá, quer dizer, ou ele fica ali, vive da maneira que se apresentam as situações ou então ele parte, vai, sai, como se diz, eh, pra aventurar, né? Então (inint.) o Brasil, quer dizer que, que justamente tem a finalidade de deixar que cada pessoa na sua região, com as suas características próprias, se fixe naquela região, não, aos poucos vai perdendo, entendeu, esses caracteres próprios da região. Mas por causa de quê? São deficiências, são, como se diz, o po... não tem condições pra pessoa se desenvolver no estado, né? Então é de você, é uma coisa assim que realmente é lamentável a gente ver. Então essa região, como eu estava dizendo, no Piauí que produz muita palha, eles traba... a madeira é muito boa, a madeira é maravilhosa a madeira de lá, que pode ser muito aproveitado, ainda, no estado agora, como ele está precário, porque, eu digo assim 'a priori', né, porque daqui a uns anos pode ser que com que ajuda financeira que o governo pretende dar, quer dizer, que possa desenvolver, eh, num sentido assim mais amplo. Já podia ser utilizado, mas isso tudo também depende desse fator que a gente vê, transporte. Então entra outra, outro fator, né? E o petróleo entra sempre inclusive segurando, existe como um ante... anteparo em todo o desenvolvimento do país, né? Descendo mais pra cá, nós vamos chegar mais assim eu não conheço, eh, o Ceará, né, mas o Ceará também é um estado muito rico, né? O ceará está, inclusive, está numa situação muito melhor, né? Agora a Bahia, a Bahia. A Bahia tem inclusive nos, no, o coco da, que já é divulgado aí, né, todo mundo ... Eles fazem uma série de coisas, as gorduras tiradas, eh, que a utilização que eles dão ao coco, né? Tem também, tem assim, eu ...
D
 Cultura característica do sul da Bahia?
L
 Do sul da Bahia. Também utilizado em vários partes do país, né?
D
 Seria assim, voltando a época áurea (inint.) de Jorge Amado e ...
L
 Essa é um paí... é uma, se diz, a (sup.)
D
 (inint.)
L
 No país, no país repercutiu muito a, a Bahia como, em toda a sua cultura, porque ele foi um berço do, praticamente assim de uma, de uma ci... de uma civilização que se desenvolvia, né, assim mestiça, né?
D
 Em termos históricos assim, quer dizer, a Bahia começa como capital do país e toda aquela área Bahia, Pernambuco, exportando, plantando pra exportação, cana-de-açúcar (sup.)
L
 Cana-de-açúcar. Cana-de-açúcar em quantidade ...
D
 Depois tem toda uma fase de sul de plantação de, de um outro vegetal também que é muito cotado em termos assim de exterior e o Brasil é um grande produtor, e a área produtora básica ...
L
 (sup.) Sul (sup.)
D
 (sup.) É essa área do sul da Bahia.
L
 Lá pro sul da Bahia?
D
 É produto agrícola também. (riso) A gente faz chocolate, coisas do tipo, né?
L
 O cacau! O cacau! (riso)
D
 Toda parte lá do sul.
L
 É justamente Pernambuco e tem Bahia ali na parte de lá, o cacau justamente foi a riqueza da (sup.)
D
 (sup.) Pois é (sup.)
L
 (sup.) Do tempo mesmo colonial do Brasil que, do início mesmo da, dos escravos lá, desenvolvia aquelas culturas, a cana-de-açúcar e o cacau depois veio. Primeiro a cana-de-açúcar e depois o cacau, né?
D
 E mais aqui pra nossa zona de estado do Rio, Espírito Santo, Minas, que você conheceu, como é que é a parte econômica em Minas, assim?
L
 Minas é um estado relativamente assim, eh, não é, eh, mais rico, não é o mais rico, mas é um estado que tem uma situação econômica muito boa. A agri... a pecuária é mais desenvolvida nessa região, tanto no, na área bovina, né? Eles são, os laticínios, né? É uma região muito, que se desenvolve muito nesse sentido. Tem agora também em Minas eles estão desenvolvendo também a, essa agricultura assim no sentido de também, eh, pequena agricultura que eles chamam, né? Assim a parte de, os alimentos, eh, os legumes todos (inint.) inclusive pra Guanabara está recebendo muita coisa de Minas, né? Eles estão mandando muita coisa pra (sup.)
D
 (sup.) Você teria uma idéia assim em termos desses produtos básicos, eh, como é que eles, digamos assim, por que fases, por que etapas ele passa pra chegar a ser posto no mercado como um produto já industrializado?
L
 Bom, o produto primeiro por exemplo nas fazendas, elas saem, ela, eles são, vão pra, pros celeiros, são armazenados e são, como se diz, vão, são vendidos ao mercado central. Toda região tem um mercado central. E esse mercado ele recebe oferta dos consumidores da regi... dos es... do estado, do estado e de outros estados, né? Então, eh, dali eles saem, então tem uma, frota mesmo própria os transportes ali, e são armazenados no outro ce... justamente celeiro ou, aí já não é mais celeiro, é no horto central de abastecimento, né, do estado. Quando eles são comprados, por exemplo, pelo consumidor particular, ele já vai diretamente prum destino, né, já, ou senão ele é, ele é estocado. Vai pro esto... vai estocar, de estocado vai pros, pros refrigeradores se são produtos perecíveis, né? E se não são produtos assim que, de consumo imediato, eles já vão diretamente pro, podem ser colocados à venda, né?
D
 Nós estamos inclusive falando do problema de exportação e de industrialização de carne. Tem uma idéia assim de como é que esses grandes frigoríficos, que que eles fazem, fazem com a carne?
L
 Eles refrigeram, vão pros refrigeradores, né?
D
 Sei. Mas e pra exportar, pra mandar pra fora pra evitar exatamente a deterioração de uma coisa perecível como é carne?
L
 Eu não sei se eles usam algum produto, produto químico, não sei, se pra conservar. Inclusive nós tínhamos a (sup.)
D
 (sup.) Nós temos em supermercado por exemplo (inint./sup.)
L
 (sup.) A carne é (sup.)
D
 (sup.) A carne sob diversas formas (sup.)
L
 (sup.) Como? Como assim? (sup.)
D
 (sup.) Enlatadas e (sup.)
L
 (sup.) Ah! Você fala, você já industrializar a carne?
D
 (sup.) Ham, ham (sup.)
L
 (sup.) Industriali... ela pode vir da forma industria... já industrializada, entendeu? Eu não, mas eu não, assim não sabia, inclusive estou sabendo agora que ela já ia pro exterior toda industrializada. Que ela me parece que ela ia em bruto mesmo, refrigerada, grande, a maioria da carne vai refrigerada, né?
D
 Há uma parte que vai refrigerada, quer dizer, a carne vai como produto. A carne, né? (sup.)
L
 (sup.) Vai como produto.
D
 Há outra que vai ...
L
 Hoje em dia não vai mais, não? Vai toda industrializada? Já vai toda industrializada, os próprios frigoríficos compram a carne pra transformar. Eu pensei que houvesse países que comprassem carne (sup.)
D
 (sup.) Não, porque você come carne assim do (sup.)
L
 (sup./inint.) atualmente o Brasil compra carne de fora pra manter o consumo interno. Não, isso eu sei.
D
 E o, a utilização na indústria nossa (sup./inint.)
L
 (sup.) Você sabe por que que eu falei isso? Porque há algum tempo nós compramos, nós importamos da Argentina carne. Alguns anos, não sei, me parece, foi até uma crise que houve aqui. E a carne vinha bruta assim mesmo. Não vinha, ela vinha refrigerada, era uma carne até um pouco dura, porque, eh, o processo de refrigeração era um processo bem assim forte mesmo e bem longo. Então ela vinha uma carne dura. Então me pareceu também que o Brasil exportasse, entendeu, dessa mesma forma, porque seria tão desagradável você sempre chegar consumir, o consumidor só encontrar assim, eh, a carne enlatada, já ultra assim, ou defumada, de uma forma ou outra, industrializada. Quer dizer que assim é uma coisa assim quase que ... Eu acho que não, não ia, entendeu, suprir aquela finalidade que é você comia, comer a carne como ela se encontra, entendeu, você vendo carne, sentindo que é carne.
D
 Agora, em termos assim de industrialização ainda, por exemplo saindo do plano de um produto como carne, o processo por exemplo de fabricação desses chamados elementos de indústria pesada, como automóveis, tratores. Tudo isso exige outras indústrias e outras produções pra que a gente chegue, digamos assim, à coisa final, que seria o automóvel. A coisa montada, que seria a locomotiva, que seria o trator. Tem uma idéia assim de como é o desenvolvimento disso?
L
 De quê?
D
 Pra você chegar a implantar uma indústria automobilística que tipos (inint./sup.)
L
 (sup.) Olha, eu só vi, eu só tenho uma idéia. A única indústria, eu vi o primeiro carro fabricado no Brasil que foi o JK, na, na Fábrica Nacional de Motores. Aliás foi uma coisa assim muito interessante porque nós fomos fazer a visita, visita à fábrica, nessa época eu trabalhava no governo e então eu, assim, nós fomos fazer uma visita mais assim, mais comemorativa daquele evento, de um carro brasileiro ser colocado assim à, às vistas do público, né? Então, nós passamos por aquela, fizemos uma visita à fábrica. Então nós vimos aquelas várias seções, entendeu? Então cada seção com suas pe... (sup./inint.)
D
 (sup./inint.) que você (inint.) dissesse o que que estava lá, quais eram as seções, que que faziam?
L
 Era uma infinidade de seções. Todas assim, todas especializadas. Desde o parafuso que era, que ia ser utilizado na montagem até a parte mais assim de, de, assim decorativa, que seria a parte de assentos e couro, aquelas coisas todas. Ela foi toda, era todo feito ali naquela fábrica. Então ela tinha vários assim, eh, como se diz, eh, os elementos, ela usava vários elementos, desde o ferro até o couro. Os funcionários, um não conhecia praticamente o que a outra seção fazia, porque eles eram especializados naquele setor. E como toda assim fa... fábrica, uma fábrica muito grande, entendeu, eles quase, às vezes, muitas vezes não chegavam nem a se conhecerem, entendeu? Então quando a gente perguntava pra eles: escuta, você quer me dizer o que que vai, o que se passa na outra? Não sei não, dizer, não senhora, só sei aqui, trabalho aqui, cumpro a minha ho... carga horária, daqui não sei mais nada. Então nós fomos ver, quan... quando as peças todas, que vão formar o motor, que eles começam primeiro pela parte assim do motor, né? Com o motor todo formado, com essas pequenas peças que vai compor o motor, esse motor era levado a uma, assim a uma seção maior e testado. Faziam a parte de testagem, né? Enquanto isso num outro setor, que parecia assim outro galpão, porque era um tipo de galpão a fábrica, agora eu não sei se houve uma remodelação, eles faziam outra parte que seria o chach... chassis (sic) que chama, né? Chassis (sic)?
D
 (sup.) Hum, hum (sup.)
L
 (sup./riso) Está certo? (sup.)
D
 (sup.) É isso aí.
L
 Então, eles faziam o chassis (sic), montavam o chassis (sic) todo, com as peças todas, né? E outra, outra seção que seria a seção de acabamentos, seria, ela faria a parte de cromagem, pintura, né? Quando aque... essas partes estavam feitas isoladamente mas completas, então eram, existia uma seção, que essa seção recebia já, entendeu, todas as, por exemplo, motor completo ou parte interna do estofamento completo e tudo, então eles faziam aquela montagem e aquele carro estava praticamente pronto. Ele saía ali. Então era a fase final, que ele era levado à prova de, de, se realmente tinha condições de ser posto à venda, né? De ser levado ao, ao, pra comércio, né? Então eles pegavam o carro e faziam mesmo aquelas pistas próprias lá da, das instalações da fábrica, tinha aqueles pilotos próprio, eles faziam testagem assim bem assim arriscadas, né, pra saber se ele tinha garantia.
D
 Mas, e antes, o Brasil sem produzir, sem pensar em produzir os automóveis, como é que ele fazia automóvel?
L
 Ah, ele importava o automóvel. O Brasil importava.
D
 Você tem idéia assim do que fazia pra importar (inint.) alguma coisa?
L
 Pra importar alguma coisa, primeiro você tem que ter dinheiro e dinheiro sempre em dólar, entendeu? (fala de circunstante/inint.) assim dólar, porque sem você ter, muito esforço, né? (riso) Sem dólar não daria mesmo, né, então o Brasil, ele importava divisas, justamente pra poder comprar o que ele precisava mais que era um, no momento ...
D
 Que tipos de pessoas e entidades trabalhavam nessa parte?
L
 Bom, essa parte cabe ao ministro da Fazenda, né, o ministro da Fazenda é que pode, como se diz, saber quanto dispõe, entendeu, ou não. As decisões são tomadas pelo presidente da república e, e, mas o ministro da Fazenda é que ...
D
 Agora em termos ainda desse problema de, de utilização de moedas, você falou em dólar, você teve uma experiência de ir um dia á Argentina. Então o que que você precisou para ir à Argentina em termos assim de dinheiro? Providências a tomar? Providências.
L
 Bom, na Argentina você usa o, nós levamos era (estalido bucal) peso, né? Peso argentino.
D
 Mas como é que você fez pra ...
L
 Eu troquei. Eu cambiei, né? (sup.)
D
 (sup.) Aonde? (sup.)
L
 (sup.) Em casa de câmbio. Você vai em casa de câmbio. (sup.)
D
 (sup.) Pois é, esse tipo de entidade (sup.)
L
 (sup.) Exato. Você leva a moeda nacional e troca por moeda estrangeira, né? Da nacionalidade da, do país que você vai, que se destina e vai utilizar, né?
D
 Sei. Você pode sair sem algum tipo de documentação? Não, né?
L
 Você tem que ter o passaporte, né? Leva o passaporte, leva o documento, a carteira de identidade, evidentemente, e hoje você tem que depositar doze mil cruzeiros.
D
 Isso que é brabo. Porque em termos ... Por que isso? Por que que há isso de depositar doze mil cruzeiros (inint./sup.)
L
 (sup.) Não, eh, o que acontecia é que muita gente saía, entendeu, mas saía assim na pior, você está entendendo, deixava uma série de, assim de compromissos às vezes aqui e depois não tinha condições mais de retornar ao país, né, não tinha mesmo, né? E muitas vezes, eh, eu não sei, eu não quero me aprofundar muito nisso, porque cada um sabe o que, que deve fazer, o que que não deve, sei que eram aventureiros muitas vezes ... Muitos, não quer dizer que o brasileiro tenha esse espírito, que não tem. Muitas vezes se aventuram com quase nada, entendeu? E hoje em dia não, o governo, que ele não fica com esse dinheiro, é um depósito, entendeu? Então é uma garantia de um retorno daquele, daquela pessoa que se destina a um país voltar, né, porque você sabe que se você deixou doze mil num país, você acaba voltando, né, de certa forma, né?
D
 Mas não houve assim nenhum problema comercial envolvido? Problema de gasto fora?
L
 Gastos excessivos? Sim é justamente pra cobrir, é justamente, eh, como se fosse assim um fundo de garantia assim.
D
 Agora, eh, em termos de sua viagem à Argentina, você chegou lá comprou coisas?
L
 Comprei coisas? Bom, a gente sempre compra, né? Eu por exemplo, eu quando viajo eu gosto muito de ver o que tem de assim mais assim importante no pa... no país, gosto de sentir o povo, entendeu, povo de rua, gosto de ir aos melhores lugares, entendeu? E também gosto da parte artística, porque eu acho que me envolvo muito com isso, entendeu? Então no fim você acaba comprando coisa como uma conseqüência da sua viagem, mas não foi, não é propriamente a finalidade, entendeu?
D
 Sei, agora e a experiência de, de trazer essas coisas? Qualquer pessoa que saia, que vá a outro país, pode comprar o que quiser e depois traz pro (inint.)
L
 Não, tem um limite, né?
D
 Tem um limite.
L
 É. Bom, esse limite, não é o que você compra. Você pode comprar o que você quiser, lá. Co... como você vai trazer é que é o problema, está entendendo?
D
 O que que impede.
L
 É. O que impede. Porque você não pode entrar num país com um, como se diz, com um excesso de coisas compradas, porque, co... se for só pro seu uso, é claro, você não vai comprar uma coisa, uma infinidade de coisa, eh, há uma limitação, pra fins comerciais. Então você tem que pagar os direitos daquilo que você traz, entendeu? Então quando você traz baga... bagagem em excesso, porque bagagem, eu estou dizendo bagagem, porque inclui o que você comprou na bagagem, você tem que pagar o direito daquilo que você trouxe, né? Senão não (inint./sup.)
D
 (sup.) Paga aonde?
L
 Na alfândega.
D
 E como é que as pessoas fazem? Como é que elas sabem que você está (inint.)
L
 Claro, você passa, você tem ali mesmo você sai, você vai pra uma fiscali... tem uma fiscalização, né? Eles examinam a bagagem, vê o que você tem direito de trazer, o limite do que você tem direito de trazer que é sem pagar nada, né, e o que for excesso de bagagem você inclusive, você pode até ficar sem ela, né? Se for um excesso mesmo, excesso e que você trouxe sem, como se diz, como se diz, esconde... querendo, como se diz, eh, ou não mostrando ou saindo de uma forma ou de outra ilegal, você acaba perdendo o que você trouxe, né?
D
 (inint.) por exemplo, assim em termos de terminologia, dos termos usados. É que decorrentes disso, as pessoas, às vezes há organizações, empresas que burlam as leis e pretendem trazer coisas. Isso tem um nome e há toda uma repressão assim mundial em relação a esse tipo de coisa.
L
 (inint.) clandestino, né?
D
 Clandestino? Tem uma outra designação pra esse tipo de coisa. Por exemplo, uma coisa, um produto como uísque, a gente compra caro em determinados lugares e compra mais em conta através de quê, onde a gente compra mais em conta o uísque?
L
 Você fala contran... contrabandista?
D
 Sim, e há, e há um tipo de pro... processo comercial, né? E o que que seria isso, qual é a atividade do contrabandista? Geral (sup.)
L
 (sup.) Contrabandista, ele (sup.)
D
 (sup.) O que que a gente chama de contrabandista?
L
 Contrabandista ele tem assim uma característica própria. Ele se envolve, como se diz, com pessoas que têm, como se diz, como se diz, certo assim, eh, com dinheiro, entendeu, com pessoas que têm assim esse desembaraço, viajam e têm o, o ma... o material que eles pretendem, né? E através deles, eles fazem assim, como assim quase que um contrato assim verbal, né, de trazer, eh, de vender aquilo e depois pagar de uma forma ou outra logo que seja efetuada a venda, né? Mas sempre ilegal, né?
D
 (inint.) situação de ilegalidade, né? Agora, outra coisa, você falou em termos assim, geral que, a parte de que que o Brasil pode comprar, pode vender, depende do ministro da Fazenda. Você tem uma idéia assim de constituição do governo de um país? Como é que em termos teóricos, por exemplo, é constituído o governo brasileiro? Há os três poderes. Quais são eles? Como é que ...
L
 Os três poderes? Tem o presidente da república, com o seu ministério, né, os ministros, e a câmara e o senado.
D
 O ministé... e o ministério dele, que ti... que ministros são? Que ministros nós temos?
L
 São ministros de estado, né?
D
 Sim, mas qual, de que áreas eles?
L
 Ah, o ministro da Fazenda, Agricultura, de Minas e Energia, de Educação, ministro de Relação, eh, ministro de Relações Exteriores, os ministérios dele, simplesmente não me, não me lembro mais. (riso) O total. Tem, mas tem mais, tem mais um ministro.
D
 Ministro de Educação (inint.) da Fazenda (sup.)
L
 (sup.) Tem mais um (sup.)
D
 Sim, a mim interessa ver a constituição, o sistema. A constituição, o sistema, né? A constituição, o sistema, eh, de decisões dentro de um país em termos de governo.
L
 Eu deixei de falar no vice-presidente da república também (sup.)
D
 (sup.) Ham, ham. Então, eh, e o presidente representa que tipo de poder? (sup.)
L
 (sup.) Bom, o poder decisório cabe ao presidente da república. É o poder máximo, né? Representa a nação e ...
D
 Mas ele, ele não é o único, né? Quer dizer, há outros poderes. Quais são?
L
 Tem o poder legislativo. E os senadores que representam os estados da União.
D
 Tem um terceiro.
L
 É o poder judiciário. (riso)
D
 (riso) Era exatamente (inint.) eu não vou entrar muito nesse, nesse, nesse aspecto, que é a sua profissão, né? Interessava à gente assim ter uma idéia de como é que essas pessoas chegam a ser, digamos, presidente, a ser senador, a ser deputado. Agora mesmo nós estamos aí.
L
 Olha, o presidente da república, ele é escolhido, eh, primeiro indicado pelo partido, né? A pessoa é indicada pelo partido e quando, e justamente ele passa a ser o representante daquele partido para concorrer às eleições. As eleições são, são feitas de quatro em quatro anos, né? Será que eu estou certa (inint./riso) então é o voto popular, né? Eleito pelo voto popular. Aqui no Brasil, né? Interessante, nos Estados Unidos tem aquele, o, que eles falam, eles têm o, o, é como se fosse assim o, o, ora ... Mas ele ... Eles são eleitos pelo voto popular mas como se assim, tivesse assim, como se fosse, o partido tivesse um poder de ter um certo número de votos que eles chamam, que é o ... Distritais, que dariam, quer dizer, são ... Quer dizer que aquele que vencesse naquele estado teria direito àquele número de votos, né? É um ... Interessante, né?
D
 Você observou que é diferente do sistema brasileiro (sup.)
L
 (sup.) É diferente de, do sistema brasileiro, né? O que eu acho mais interessante é que as pessoas mais esclarecidas, que justamente que vivem atuando aí na política (inint.) setores, às vezes comentam, mas comentam muita coisa do Brasil e não, sabem pouco do exterior, entendeu? Quando acontece uma eleição dessa que é divulgada e, então que a pessoa começa a: puxa, aconteceu isso em tal país e aqui é completamente diferente! E começa a fazer a correlação, aí é que você vê que, como é que cada país tem um sistema de governo completamente diferente, desde a sua eleição já é diferente.
D
 O próprio processo, né?
L
 É uma democracia, como que se diz, mas é uma democracia diferente. É a democracia mas baseada em outros métodos, né? (sup.)
D
 (sup./inint.) com outros, outras características (sup.)
L
 (sup.) Outras características (sup.)
D
 (sup.) Em termos inclusive da atuação das pessoas. Por exemplo como é no Brasil, como é que a gente vota? Qualquer um de nós daqui a uma, duas semanas, né, vamos todos votar, né? Todos nós funcionários públicos (riso) somos obrigados, em termos assim, de um modo geral, em termos cívicos, né? Então me interessaria saber que que o brasileiro precisa fazer. Ter, fazer.
L
 Você tem que tirar o seu título eleitoral, né? Leva sua carteira de identidade, um retratinho, vai lá, né, se inscreve na zona eleitoral que você pertence, de acordo com o bairro. (fala à parte, com circunstante) Depois você com o título eleitoral, você no dia das eleições comparece naquela mesma zona que já traz exatamente identificada, né, e vai na, coloca o seu voto na urna, né?
D
 Você pode descrever como é que é esse voto?
L
 Esse voto? Esse voto, você recebe um papel, tem dentro da urna uma relação de candidatos, com os números, o número do candidato e o nome do candidato, você recebe num, um papel e ali você coloca o número do candidato, fecha, n'e, dobra e coloca na urna.
D
 E depois que que acontece com a urna?
L
 Essa urna é fechada, lacrada, guardada, entendeu, levada prum local apropriado e depois começam a computação dos votos, né?
D
 Você reparou alguma diferença no sistema nosso de computação desses votos e o do americano? (sup.)
L
 (sup.) Que o nosso é manual e o deles é eletrônico, é? (riso)
D
 (riso) Você sentiu alguma diferença agora?
L
 Mas tem que sentir, né? Claro, o Brasil é o Brasil, os Estados Unidos é o Estados Unidos. (riso) Estão adiantado quanto tempo na nossa frente.
D
 Mas como (inint.) em termos ...
L
 Está adiantado em termos assim técnico. A tecnologia americana é muito mais avançada que a nossa, né? Evidentemente daqui a uns anos nós vamos ter também esse mesmo sistema aqui de computador eletrônico. Você vai colocar seu voto, na medida que bater o voto lá ... Vai ser um sistema muito mais interessante, porque vai ser a cédula foto-elétrica, bateu aquilo é fotografado, imediatamente vai ser computado. (riso)
D
 Então qual é a conseqüência? Que a gente tem todo um sistema ...
L
 É que no mesmo dia, no mesmo dia você já sabe quem foi o vencedor, não precisa nem, vinte e quatro horas depois você já sabe quem é. Aqui não, leva mais de um mês, né? Mais de um mês, né?
D
 E agora nossas eleições são pra quê?
L
 Agora são, eh, pra vereador e deputado, né?
D
 Hum, hum. Eles, eh ...
L
 Espera aí. Tem senadores em outros estados também, né, me parece que ...
D
 (inint.) outros estados (inint.)
L
 É, outros estados estão fazendo eleição pra senador, né?
D
 (inint.) o que que é um vereador?
L
 O que ele faz lá dentro?
D
 (inint.) porque você falou ... Nesse sistema todo ... Em nível de governo, no país, a gente tem o presidente da república, você falou nos ministros, tem os senadores e deputados, tem o poder judiciário. Agora em nível de cada estado, a gente tem também um representante, tem representante do poder executivo, representante do poder legislativo e representante do poder judiciário. E no nível menor (inint.) de município também. Então em cada (sup.)
L
 Ô (inint.) os vereadores elegem o ... Os municípios elegem os vereadores, não é?
D
 E em termos de governo de município, o executivo?
L
 Eles atuam na ...
D
 Eles elegem (sup.)
L
 (sup.) O quê? (sup.)
D
 (sup.) Eles são (inint.) governados, qual é o nome da pessoa que governa o município?
L
 Bom, tem o ... Bom, o, o prefeito, né, tem o prefeito e os vereadores da, do município, né? Eles são, eh, o prefe... os vereadores representam, cada município tem um representante na, no governo do estado, né? E depois os deputados, né? Aí tem os deputados, os deputados, eles já representam todo o, o estado. E atuam junto ao governador, né?
D
 Governador. Agora como é que a gente chama os auxiliares de nível executivo do governador?
L
 Auxiliares como?
D
 Seria, digamos, no nível estadual, o que os ministros ...
L
 São os assessores do governador (inint.)
D
 Assessores, a parte de assessoria, mas há cargo. Que tem no estado do Rio.
L
 Tem os secretários de estado, né?
D
 Os secretários de estado ...
L
 Cada estado tem seus, suas secretarias, que sã... que elas, essas secretarias, elas trabalham junto aos ministérios, entendeu? Quer dizer que é como se fosse umas, eh, uns subministérios que cada estado tem.
D
 Agora em termos assim, por exemplo, agora em nível de eleição americana, eleição brasileira, de um modo geral, o problema de campanha, o problema de campanha, como é que eles promovem? Ham. Eh, qualquer pessoa pode ser eleita, existe, ou existe alguma coisa prévia que seleciona?
L
 Ah, tem uma prévia, é claro. Eles fazem justamente, eles vêem o partido, eles fazem umas seleções prévias, vêem primeiro o candidato, se o candidato, se tem qualidade, entendeu, e aptidões pra exercer a presidência, né? Essa parte é importante isso, né? E geralmente eles nunca saem assim do nada. Eles já, já exerceram alguma atividade política ou uma governância, né? Nunca sai assim ser um desconhecido, né? Ele tem que ter vida política at... atuante, né? Então ali ele, se o partido ...
D
 (inint./ruído do microfone) o que que você chama de vida política atuante? Seria ... (sup.)
L
 (sup.) Você pode ter vida política e nunca ter atuado em nenhum cargo político, né, entendeu? Você pode ter uma vida política, você pode trabalhar assim numa, numa assessoria qualquer mas nunca ter sido um secretário de estado, um governador, um vereador, um deputado, né? E assim um membro representativo do povo, está entendendo? É isso que eu digo atuante, no sentido mesmo de representar o povo (sup.)
D
 (sup.) Sei (sup.)
L
 (sup.) Direta ou indiretamente. Assim diretamente quando você é um vereador ou um deputado. Quando é governância é diferente. Você vem, representa o povo mas não, como se diz, assim numa situação de, diz, de, de direção, entendeu? Agora, então, é o que eu estava falando assim de, então eles, como se diz, geralmente atuam nesse, no sentido ... Eu me perdi um pouquinho, porque a (inint.) passou aí, eu divaguei um pouquinho.
D
 Você estava dizendo que ninguém partia diretamente (sup./inint.)
L
 (sup.) Ah, não podem (sup.)
D
 (sup.) Tinha que ter uma atuação política (sup.)
L
 (sup.) Ah, não partem diretamente. Exato, uma atuação política (sup.)
D
 (sup.) Você falou em partido também.
L
 Os partidos, quer dizer ...
D
 O que seriam os partidos?
L
 São associações. Esses, pra você se, pra ter uma candidatura, pra ser levado a uma candidatura você tem que ser filiado ao partido. Você não pode ser assim um membro assim de gostar do partido, eh, não, você tem que ter a filiação do partido. Então no momento que você é filiado num partido, você é, com, com os demais candidatos, você é observado pelo partido e vê quem é que representaria melhor, como é que se diz, quem é que captaria melhor, se diz, o, os votos do povo, entendeu? Ou que, por exemplo, que tivesse mais proba... maior probabilidade de concorrer às eleições.
D
 E os partidos são o quê? Eles representam o quê? Como é que se forma um partido? A partir de que coisas a gente organiza um partido? Por que que há um partido xis e (sup.)
L
 (sup.) Idéias, ideais e, claro, você tem que trazer idéias, um propósito qualquer ou de reformular ou de criar algo de novo, segundo o próprio partido, e ali criam-se dessa, dentro, em torno dessas idéias eles formam os partidos.
D
 E aí? Pra que haja a eleição. Houve agora nos Estados Unidos toda uma campanha. No Brasil está havendo também. Como é que está sendo? Como é que foi a campanha lá, como é que foi a daqui?
L

  Campanha eleitoral nos Estados Unidos? Eu não estou assim muito a par dessa campanha eleitoral, mas me parece que o presidente viajou todos estados, entendeu? Ele, primeiro foi ao, como se diz, aos membros dos sindicatos, no sentido de se apresentar, de pedir voto, o apoio do sindicato, porque o sindicato é realmente um orgão muito importante nos estados e nos municípios também. E sentindo o apoio desses sindicatos, ele começou a fazer a campanha popular. Quer dizer que, eh, direta, dos comícios, palestras e reuniões pra ver, sentir do povo, entendeu, se as suas idéias expostas, seu programa de governo, era uma coisa que realmente se, eh, eh, que, como se diz, eu não sei. (interrupção).