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PROJETO NURC-RJ

Tema: "Alimentação"

Inquérito 0328

Locutor 402
Sexo feminino, 37 anos de idade, pais cariocas
Profissão: professora de psicologia
Zona residencial: Suburbana

Data do registro: 12 de julho de 1976

Duração: 43 minutos

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D
 Bom, sobre alimentação aí o que que você tem visto que pode dizer pra gente?
L
 Bom, gente, eu acho que pra começar eu teria que falar mais sobre a parte assim de alimentação que diz respeito à minha pessoa, né? Realmente eu tenho muito cuidado com esse problema de alimentação, porque eu tenho uma facilidade enorme pra engordar, sabe? (riso) Então eu vivo assim quase praticamente em constante regime, eu procuro equilibrar a alimentação de modo a não acumular coisas que engordam todas no mesmo dia. Então, normalmente, eu como muito, eh, verduras e carne, sabe, tanto pela manhã quanto pela noite. E assim, durante a noite, quando eu como muita coisa que tenha engordado, alimentos assim que engordam, batata, macarrão, pão, quando eu por um acaso co... tiver comido isso de manhã, à noite então eu faço um, um balanço e procuro tirar as coisas, as outras coisas que possam vir a engordar, feijão, então tudo aquilo, arroz, aí eu como só o legume e realmente e a fruta. O que eu não posso realmente é deixar de comer coisa salgada à noite. Eu, eu sinto assim muita necessidade de comer coisas salgadas à noite. Então normalmente a minha alimentação constitui-se assim de verduras, né? Eu como cenoura, como chuchu, como vagem e a, no ca... no caso assim de verduras de folha, então eu como vagem, como al... eh, ervilha, como alface, muita salada, aqui em casa a gente tem muito o hábito de comer salada, eu gosto muito da salada, eu gosto de comer couve-flor, gosto mui... engraçado que eu gosto muito de chuchu embora todo mundo ache chuchu uma coisa assim sem graça, aguada, mas eu gosto. E carne a... aqui em casa nós fazemos de várias formas. Eu não, não gosto de fazer um regime assim desses regimes brutos, que tem que tirar muita coisa da alimentação não, eu procuro comer coisas que eu gosto mas que realmente não me engordem. O café da manhã geralmente eu tomo só café com leite, não como pão nem como biscoito, nada disso, que é pra evitar, justamente pra eu poder comer outras coisas que eu gosto mais durante o dia. E durante a noite eu faço também outra refeição, embora com menos coisas que engordem, porque eu tenho uma vida assim muito sedentária, eu faço pouco exercício, quase toda a minha atividade profissional é, é mais sentada, porque tanto na escola como na outra função que eu exerço, eu trabalho a maior parte do tempo sentada, venho pra casa sento pra estudar, pra ler, então realmente eu não tenho muita oportunidade de fazer exercício. Todo o tempo que eu tenho é tomado nas minhas atividades, eu não tenho ... Eu gostaria até de fazer ginástica. Já nas férias geralmente eu faço ginástica pra evitar justamente manter o tempo todo sentada, mas então eu procuro, por causa disso, controlar mais a alimentação e uma vez por semana assim eu me dou ao luxo de comer doces, sabe, ou outras coisas assim que engordem mais. Agora realmente você estava conversando comigo no início sobre essa parte de preços, eu pouco posso dizer, porque aqui em casa, como nós temos empregada, ela que faz a feira junto com a minha tia e normalmente eu não estou assim muito por dentro dos preços dos alimentos, embora eu ouça minha tia às vezes falar que está tudo muito caro, sei que de uma semana pra outra a, os legumes aumentam na, na fei... na feira, os preços aumentam, as verduras, aumentam as frutas. Fruta é outra coisa que eu como muito também, sabe?
D
 Que frutas?
L
 Eu gosto mais de laranja, eu gosto de qualquer tipo de fruta, mas como muito laranja, chupo muito laranja, tangerina. Maçã é uma fruta que constantemente eu como. Quando eu quero levar assim uma merenda, que eu vou passar a maior parte do tempo na rua, eu geralmente eu levo maçã, sabe, eu gosto muito de maçã, eu como pera também, eu como. Toda fruta, morango, melancia, essas frutas assim que são mais conhecidas aqui no Rio. Porque engraçado que, quando a gente viaja, a gente observa que as frutas de outros estados são totalmente diferentes, coisas até bastante deco... desconhecidas, com nomes estranhíssimos e os que nós temos aqui têm nomes diferentes na, noutras regiões, né? Como, por exemplo, no norte, eles têm assim uma variedade de frutas imensa, mas são muitas frutas silves... assim selvagens, que eles tiram assim mesmo da, da mata. No Amazonas, por exemplo, que nós estivemos em Manaus, ah, nós passamos uma tarde num, num lugar onde eles serviram uma refeição e depois então era só frutas, mas frutas realmente que eu nunca havia visto, e são frutas assim muito, assim duras, sabe, não são, eh, não são esse tipo de fru... completamente diferente daqueles que nós estamos acostumadas aqui no Rio. E os nomes realmente eu não guardei porque são nomes muito, que tem assim uma influência muito indígena, né? O norte, principalmente na Amazonas e no Pará, a influência indígena sobre a alimentação é muito grande. Eles comem muitas coisas, todas assim muito relacionadas a coisas comidas pelos indígenas, principalmente na Amazonas. O Amazonas é impressionante o número de frutas, e frutas assim tudo duro, tipo assim cajá-manga, eles têm muita coisa assim, é tipo de cajá mesmo, realmente. É gozado como a gente sente essa diferença. Lá, lá a gente não, não comia fruta. A banana é uma banana tão grande que não dá pra você comer uma inteira. O que a gente chama de banana aqui, a banana deles lá é uma coisa imensa. Aqui no Rio tinha uma espécie de banana parecida, parece que se não me engano era banana-figo que eles chamam aqui no Rio, mas lá ainda é muito maior que a banana-figo. Então frutas, no, no, no, quando nós estivemos em João Pessoa, uma fruta também muito comum lá é a, aquela fruta-de-conde, que aqui no Rio é caríssima, lá vende assim por um preço baratíssimo. É muito comum você ver a fruta-de-conde. Aqui, por exemplo, quando a gente come banana, a gente acha banana aqui mais comum, laranja, né, lá é fruta-de-conde, que aqui agora está bem cara. Outro dia eu estive tentando comprar uma, eram quinze cruzeiros uma fruta-de-conde, eu até desisti. Então, lá não, lá tem com uma tranqüilidade. Você encontra fruta-de-conde a cada passo que você dá. Agora realmente, eh, a alimentação de outros estados é bem diferente daqui do Rio, sabe? (sup.)
D
 (sup.) Você foi ao sul, ao norte? Como é que você compararia? (inint./sup.)
L
 (sup.) É, a do sul é mais parecida com a da, a nossa.
D
 Por quê? Qual é a base (inint.)
L
 Porque eu acho que a base é mais a carne, sabe? Lá em cima não, eles têm muitos produtos, eh, inclusive coisa assim muito que engorda também mas é muito produto ligado a mar, muita coisa ligada a mar (sup.)
D
 (sup.) Você se lembra (inint.)
L
 Em Manaus, por exemplo, eh, tudo, tudo tem, tem base com peixe, carne lá é muito difícil, verdura também é muito difícil, nós, eu por exemplo que estou acostumada a comer só verdura e carne, eu tive muita dificuldade de me alimentar lá, porque é tudo na base do peixe e peixes também desconhecidos pra nós. Eles pescam muito peixe de rio e usam muito na alimentação peixe de rio, sabe, se bem que são gostosos, sabe?
D
 Acompanhando com o quê, geralmente lá?
L
 Geralmente eles acompanham com farinha, coisa misturada com farinha, sabe? Muito essa base assim de alimentação na base da mandioca, é justamente isso, é muito ligado à parte indígena, sabe, então, eh, eles ligam muito a, o peixe, a, a farinha. Lá em Belém, por exemplo, era uma farinha misturada com água, eles fazem assim uma espécie de uma, um melado. Inclusive o tal pato no tucupi eu achei muito ruim, sabe, eu não gostei realmente, achei ruim demais, não, não sei se é por que não é ... Eles lá acham aquilo maravilhoso, né, mas pro meu gosto (sup.)
D
 (sup.) Como é? Você sabe?
L
 É o pato, é assim, ele vem o pato cozido, feito uma espécie de canja, só que, eh, o caldo é justamente é uma água misturada com uma farinha, eu acho que é, é ta... tacacá, se não me engano, o nome da farinha que eles usam. É uma farinha tirada de uma folha de árvore, uma coisa assim, que eles depois fazem uma farinha. Eu realmente não me detive muito (sup.)
D
 (sup.) Não é tacacá não, é uma outra erva (sup.)
L
 (sup.) É uma, eles põem uma erva, põem uma farinha misturada com água e servem como se fosse uma sopa e o pato cozido ali dentro. Realmente eu não, eu não, não gostei não.
D
 Tem um gosto diferente?
L
 É, tem um gosto bastante diferente daquilo que a gente está acostumado, então realmente não ... Eu gostei mais da comida do (sup.)
D
 (sup.) Do sul? (sup.)
L
 (sup.) Não, eu gostei de Pernambuco. Quando eu estive em Recife nós comemos muita comida típica. Tanto em Recife quanto em Salvador. As comidas baianas eu gostei muito, sabe, eu experimentei de todas. Então havia restaurantes que eles serviam assim um pouquinho de cada coisa. Então nós comemos muito xinxim de galinha, bobó de camarão, acarajé, eu adorei o tal do acarajé, porque quando serviram aqui uma vez eu vi e não gostei, sabe, mas de, feito pela, por uma baiana, eles lá indicaram: ah, vai na fulana que a fulana serve muito bem o acarajé. Nós fomos, aí eu gostei muito. Eu gosto muito de coisa misturada assim com azeite-de-dendê (sup.)
D
 (sup.) Ele é feito de quê, você sabe? (sup.)
L
 (sup.) O acarajé? Eu acho que é de feijão, não é? Feijão, eles fazem bolinho de feijão e aí depois fazem vários molhos, você pode escolher, tem até molhos doces e molhos salgados. Nós comemos com, eh, com molho de azeite-de-dendê misturado com pimenta, eles fazem um molho com pimenta muito gostoso, se bem que é muito, que é muito forte, né, a gente sente assim aquele gosto muito picante. Agora em Salvador tem assim restaurantes muito bons, eles estão incrementando muito o turismo lá e eles servem muito bem, sabe? Assim os restaurantes onde nós estivemos nós comemos muito bem todas aquelas comidas assim muito típicas lá da, da Bahia e são, eu achei gostosas. Recife também, Recife nós comemos coisas assim muito gostosas, também muito ligada a peixe. Eles também, eles comem muita coisa, a lagosta de lá é uma delícia, a lagosta de Recife.
D
 (inint.) ótima e barata.
L
 É, a lagosta de lá é muito gostosa. E, e no, em Fortaleza nós comemos também muita coisa ligada a mar e peixes assim muito gostosos, eles fazem muito, preparado assim de peixe com camarão. Lá eles usam muito ligar o peixe ao camarão, sabe? E comemos também uma, uma comida lá feita com feijão que eles chamavam de baião-de-dois. É feijão com arroz, é o feijão com arroz lá tem o nome de baião-de-dois, mas não é o feijão preto, é o feijão tipo o daqui, a gente pode comparar ao feijão manteiga, sabe, mas também uma delícia, as comidas de Fortaleza nós comemos também muito bem e eram comidas assim... Lá o norte é muito ligado (sup.)
D
 (sup.) Agora, na parte do nordeste, você que gosta de carne, você não experimentou uma carne (inint./sup.)
L
 (sup.) Ah, a tal carne-seca, né, que eles fazem, que você está falando, aquela carne seca ao sol?
D
 Isto.
L
 Não, nós não tivemos, isso nós não tivemos oportunidade de comer não. Agora carne nós comemos muito no sul, se bem que a viagem que eu fiz ao sul foi há muitos anos, eu não lembro mais assim muito o que nós comemos lá assim. Mas é mais à base de churrasco, né? Lá eles têm muito churrasco e galeto, feito com aquelas galinhas, não é bem galinha, eles pegam frango pra fazer o galeto. Agora esse ano nós comemos muito churrasco foi na Argentina, né? O churrasco da Argentina dizem que se equipara ao, ao do Rio Grande do Sul, é realmente, é parecido, se bem que o do Ri... o do Rio Grande do Sul são um pouco mais minguados, né, os churrasco da, de Buenos Aires, mas era cada bife que você não agüentava comer. Agora é engraçado que você saindo do Brasil a gente sente uma falta muito grande dessa parte de verduras. Eu falo muito em verduras porque justamente é a base da minha alimentação, entende? Então a salada pro, pro pessoal de Buenos Aires a salada se resume a alface e tomate. Aqui não, você pede uma salada vêm outros legumes, né?
D
 E geralmente quando eles servem o churrasco eles não servem além da, do alface e do tomate, eles não servem uma coisa picadinha assim (inint./sup.)
L
 (sup.) É sempre cebola, é. Eles não, não (sup.)
D
 (sup./inint.)
L
 (sup.) É, eles usam muito só isso, a salada que eles usam com o churrasco é mais cebola e, agora eles usam também batata frita, que é diferente da nossa batata frita aqui. A batata frita de lá é redonda e eles usam um processo na hora de fritar que incha a batata, então ela fica gorda, ela fica alta, feito a nossa batata corada, porém ela é, é, é, é oca por dentro, sabe, então eles servem muito aquilo com o churrasco. Lá eles chamam de 'papas' fritas, não chamam de batata frita não. Mas a falta de verduras a gente sente muito. É, não tem. Verdura na, na parte da Argentina nós não vimos nada, sabe? Se ressente, a gente se ressente muito (sup.)
D
 (sup.) Agora aquela, aquela zona ali do Paraná, eu tenho uns parentes lá, as sobremesas deles você teve oportunidade de (sup.)
L
 (sup.) Ah, sobremesas. Não, nós não ficamos muito tempo em Curitiba, nós fomos, fomos a, viemos, quando nós voltamos da Argentina nós fizemos pernoite só em Curitiba e viemos, entende? Mas que eu me lembre nós passamos uma noite, nós fomos a um restaurante lá, numa região de, mas é uma região muito típica italiana, quer dizer, assim para o Brasil, eh, pra nós falarmos assim, se nós tivermos de falar de alimentação brasileira realmente não, não teria assim muita relação, né? Porque eles, nós tivemos essa noite (sup.)
D
 (inint./sup.)
L
 (sup.) É, eles usam, eles têm mais influ... Há uma, uma infiltração italiana muito grande na parte do sul, não é, e em Curitiba eles têm uma, uma zona assim semelhante à, à Barra aqui, à Barra da Tijuca, onde só tem assim uma fileira de restaurantes onde eles servem comidas típicas italianas. Mas a parte de sobremesas eles têm muita torta, né, a parte assim de doces eles têm muita torta, também servem muitas frutas, lá a base é mais a uva, né, a uva de várias qualidades, eles fazem assim vinhos muito gostosos, né? Agora eu estive num restaurante no sul, a sobremesa foi muito, eh, exatamente a minha dificuldade é porque eu não me, eu não me prendo muito à parte de doces, entendeu? Geralmente eu, que eu, eu me prendo mais à parte de frutas, porque é o que eu como mais. Mas a ba... as sobremesas que eles usam muito é, são tortas, né? E onde, onde tem sobremesas assim, doce de coco, por exemplo, doce de coco, quindim, que eles usam muito, é na Bahia, né, cocadas, isso, eh, eles, se bem que é, é a preços bem exorbitantes. Lá nós comemos um quindim por quinze cruzeiros, também era um senhor quindins, mas, poxa, um quindim por quinze cruzeiros é, foi um quindim um pouco caro, mas tem muito assim, doce em calda eu não vi não, eu vi mais doce de coco, quindins, cocadas, eles servem muito, bom-bocados também, eles servem muito assim no norte, na Bahia, na Bahia principalmente, em Salvador, nós comemos sobremesas desse ti... desse tipo. No sul eu me, eu me prendi mais foi justamente às frutas, né?
D
 Você disse que você gosta de (inint.) mas o seu café, você reduz o café, você toma (sup.)
L
 (sup.) É, de manhã eu tomo café com leite, normalmente.
D
 Puro? Com mais nada (sup.)
L
 (sup.) Puro, é, não como, não, não como pão. Às vezes como biscoito, geralmente biscoito assim, esses biscoito tipo integral é que eu como mais mesmo de manhã. De manhã, é engraçado que quando a gente vai pra fora, e é um hábito que eu gostaria de ter, que a gente custa a implantar em casa, porque o intervalo entre as refeições é pequeno, né, aqui. Você geralmente viajando você não, não se prende muito a horários, então normalmente você almoça horas bem mais tarde. Aqui, porque você tem o problema de trabalhar, você tem uma hora fixa pra almoçar. Então se eu comer muito na hora do café eu não vou ter vontade de almoçar. Mas é um hábito que eu acho que seria, que eu acho que é muito saudável é você colocar frutas de manhã no café, você falando sobre como o ca... como é o café, isso me ocorreu. É assim usar frutas, né, de manhã no café. Normalmente quando você vai pra fora eles servem um, um café bem mais, eh, abundante, né? Você tem frutas, você tem frios, eles servem suco, depois então ainda servem o café com leite. Mas realmente se você tomar isso tudo, me... onze e meia que é a hora que eu almoço normalmente, eu não tenho vontade de almoçar e aí, já sabe, a minha taxa de, a gordura vai aumentar sensivelmente porque come um tanto de coisa (inint.) vai comer (sup.)
D
 (inint./sup.) essa disciplina (sup.)
L
 (sup.) Pois é, ah, isso eu tenho realmente muito cuidado. E tendo que almoçar justamente eu, eu, como eu gosto por exemplo muito de feijão, muito de arroz, que são coisas que engordam, e pra eu manter isso na hora do almoço eu não posso carregar demais na hora da, do café. Mas é um hábito que realmen... eu, sei lá, eu acho que a gente se sente muito bem comendo assim frutas de manhã, né? Você tem a impressão que, eh, são coisas leves porque fruta, as frutas que são colocadas são frutas leves, normalmente eles colocam abacaxi, colocam mamão, a não ser às vezes eles colocam melancia, que pra mim eu acho um pouquinho indigesto. Mas eu geralmente quando eles têm assim pra escolher no, no, nos hotéis, aí eu geral... geralmente escolho mamão, escolho abacaxi, e, sei lá, eu acho que você fica se sentindo assim mais leve de manhã, do que comer pão. Pão é uma coisa que eu não tenho por hábito comer, eu não sei se é porque eu, eu fico com remorso até de comer o pão, sabe, quando eu como, porque eu sei que estou engordando, então (risos) eu, então, eh, eu acho que a alimentação também é uma coisa, é uma questão de hábito. E eu acho que o brasileiro não tem assim bons hábitos à mesa, principalmente nesses lugares que a gente visita mais pra cima, eu não sei se é pela dificuldade que eles têm, eles procuram colocar na alimentação aquilo que para eles é mais barato, que eles têm mais em abundância na região, né, então não há realmente um equilíbrio. As comidas por exemplo baianas são, você acabava de, de almoçar, você naquele dia você não tinha vontade de comer mais nada. Se você comer uma comida típica baiana, realmente é tão incrementada, tão cheia de óleo, tão cheia de coisas assim, eles, eh, eu acho que é de carboidratos né, que eles chamam, então eu acho realmente que você fica satisfeita pro resto do dia. É muito pesada e é engraçado como isso influi na sua atividade durante o dia, entende? Eu acho que pra eles, eu talvez, eu, eu não sei bem, porque a gente passando assim como, eh, viajando apenas pra, pra passear, você não tem, ah, por hábito, eh, sentir, eh, durante o dia, durante todos os dias como a pessoa vive, né? Você não dá assim pra você sentir muito bem os costumes daquela região. Mas eu tenho a impressão que eles normalmente não usam aquilo nas refeições. Depois trabalhar depois de uma refeição daquelas realmente é impossível e talvez seja por isso que dizem que o baiano é preguiçoso, que o cearense é preguiçoso, porque realmente você depois de comer aquilo tudo você tem que ter uma hora pra descansar, porque não dá pra, você não tem condições pra trabalhar depois de uma refeição daquelas (sup.)
D
 (sup.) Você não chegou a conviver com nenhuma família baiana n~ao, né? (sup.)
L
 (sup.) Não, não, isso é que é o mais difícil (sup.)
D
 (sup.) Porque talvez isso não seja uma constante na alimentação deles (sup.)
L
 (sup.) Eu acho que realmente não é, entende? Porque não dá por exemplo, não dá condições pra você desenvolver qualquer tipo de atividade nem física nem mental depois de uma, depois de uma refeição daquele tipo, entende? Eu tenho a impressão que eles comem coisas mais leves na hora das refeições diárias, porque realmente não dá pra você comer aquilo tudo (sup.)
D
 (sup.) É como aqui, a famosa (inint.) pessoal sábado e domingo se reúne pra comer (sup.)
L
 (sup.) Aqui não, aqui, mesmo no sul, não. Pois é, aquele tipo de refeição é que você serviria. Eu acho que eles não servem normalmente durante os dias da semana, talvez seja uma coisa assim pra fim de semana ou uma festa ou, ou alguma comemoração que eles façam e sirvam aquele tipo de refeição, entende? Porque normalmente, normalmente eu não, eles não devem comer aquilo, porque não dá condições pra você trabalhar, a gente fica muito cansada, realmente dá assim uma vontade de você deitar e dormir, porque as refeições são muito pesadas.
D
 Agora, você que come bem carne, está habituada, quais são os tipos de carne assim que você come, como, de que modo, essa carne é preparada (inint.)
L
 Aqui em casa geralmente a titia compra muito é alcatra, chã-de dentro, quando ela quer fazer assim carne picada, né, aqui em casa a gente usa muito carne, bate... fazer a carne na máquina, picadinha e aí refoga, faz com ovo, coloca às vezes como recheio em alguma coisa, num bolinho, né, por exemplo faz bolinho de batata recheado com aquela carne picadinha. Normalmente ela faz com verduras, então ela cozinha o, o, as verduras, os legumes, eh, e aí esses legumes ela refoga, e a gente faz uma comida que a titia chama de jardineira, com couvinha mineira, faz couvinha mineira, junta com, aquela couvinha bem partidinha, ba... faz na, na frigideira, depois põe por cima da carne e põe os legumes em cima. A gente usa muito esse tipo de comida aqui em casa. Por exemplo chuchu também ela refoga, faz com ovo, sabe, e aí a gente come com a carne, eh, por exemplo faz o que a gente chama aqui em casa de trouxinha. Eu acho que é a, é o nome que a gente dá normalmente por aí, enrola carne no toucinho, às vezes ela quer melhorar um pouco mais, põe cenoura, põe pimentão dentro, faz aquele recheio, enrola e faz, eh, pra comer com alguma (inint.)
D
 (inint.) a carne é mais assim cozida, refogada (sup.)
L
 (sup.) É, é. Ah, ou... outra coisa que a gente evita também aqui em casa é fritura, sabe? A gente faz mais fritura à noite, porque meu tio não gosta de coisa muito cozida, então a gente deixa a fritura pra noite, aí faz bife à milanesa, que é aquele bife passado no ovo e na farinha de rosca, faz o bife simples, né, e faz também a, eh, o que ele come às vezes é bife a, nós chamamos bife de panela, que é, parte a carne em pedaços maiores, não tão grandes como pra fazer o bife, mas em pedaços que dêem pra refogar, também faz aquele refogadinho de tomate, cebola, às vezes põe azeitona e a gente usa fazendo como bife de panela, né? Usa também muito bolinho, porque às vezes quando a, quando a, as despesas estão um pouquinho apertadas, tem que se fazer uma contenção de despesas, a gente aproveita a carne. Aí faz bolinho, por exemplo às vezes nós fazendo carne assada nos domingos, aí titia durante a semana aproveita aquela carne assada, faz na máquina, pode também refogar, aí faz bolinho de carne, que a gente chama de croquete, faz também muito almôndega, aqui em casa a gente come muito almôndega, sabe?
D
 Mas vocês comem sempre carne de boi?
L
 Ah, é. Não, não, a titia, aqui a gente varia, a gente come carne de boi, pode comer, a gente come galinha também, come peixe. Ela procura fazer um, uma coisa assim de cada, eh, em cada dia da semana a gente procura variar. Mas a base mesmo é a carne, porque eu acho que sai mais barato. Peixe, por exemplo, se você compra, a gente compra só em dia de feira porque é o peixe mais fresco, o peixe na peixaria geralmente é muito caro e na feira é mais fresquinho e é mais em conta, sabe? Então a titia compra o peixe e faz ou frito ou faz cozido com pirão, eh, faz também, às vezes ela faz esca... faz aquela, tira aquele filé de peixe que a gente come com molho de camarão, também ela usa fazer aqui em casa. Uma coisa que eu como também, embora o pessoal aqui em casa não coma muito, são os miúdos do boi. Eu como fígado, como rim, como a tripa, que a gente normalmente chama, aqui em casa a gente chama de tripa, mas a gente ouve falar também por exemplo, em merenda escolar, a gente chama de dobradinha. Mas eu como tripa, como também ... A única coisa que a gente não tem por hábito é coração, comer a gente não come coração não. Mas como miolo, o miolo eu gosto muito refogado, sabe, eu acho aquilo, sei lá, eu acho aquilo tem, não sei, não sei se é porque a gente sabe que é miolo, que é, vem do cérebro, sin... eu sinto que tem alguma coisa assim de substancioso, que é, é importante pra saúde, aquele tipo de alimentação. O que mais? Peixe a gente co... galinha também uma vez por semana a titia faz, quando não faz durante a semana faz no dia de domingo, faz galinha sob várias formas, aqui em casa a gente come várias coisas de galinha, usando a galinha, come a galinha na canja, ela faz às vezes croquete com a galinha, faz galinha com macarrão, galinha com, ensopada com legumes.
D
 E vocês comem também os miúdos da galinha?
L
 Comemos também, ela faz tu... ela usa os miúdos pra fazer a farofa. Normalmente quando ela faz faro... eh, galinha assada no forno ela usa fa... pegar os miúdos pra fazer a farofa junto com a galinha, sabe?
D
 Nessa área de merenda escolar, que você tocou nisso, né, você tem alguma noção assim (inint.) que tipo de alimentação estão servindo (sup.)
L
 (sup.) Olha, eu, não, não, não tenho, não tenho realmente porque trabalhando em escola de segundo grau, sabe, eles não fornecem a merenda escolar. Se bem que este ano nós conseguimos lá pra escola uma merenda, eh, mas é uma merenda assim, não é, não é bem merenda, eles chamam de desjejum. Foi uma, um instituto de nutrição ofereceu à escola, eh, uma merenda, eu tenho a impressão que inclusive aquilo é importado, não é brasileiro não. É um leite que eles, parece que é um leite americano que quando chega aqui tem que ser tratado, lá na escola eles dissolvem aquilo e servem às meninas. É um leite chocola... tem um, tem vários, misturados com, eh, de vários sabores. Tem o leite chocolatado, tem com tipo, misturado com banana, parece que tem com morango também, eu ainda não tive a oportunidade de ver porque nós começamos a servir agora no mês de junho. E eles normalmente servem aquilo com biscoito, um biscoito assim, até é um biscoito muito pesado que vem com uma, é feito com uma farinha assim, não sei nem que tipo de farinha é aquela, e vem recheado com, com goiabada, sabe? Mas eu, merenda escolar eu tenho pouca noção, eu sei que nas escolas de primeiro grau eles servem, servem, eles costumam faz... costumavam, na minha época de professora primária eles costumavam dar macarrão, eles davam muito arroz com dobradinha, serviam assim, em escolas mais afastadas eles serviam comidas, eh, coisas assim mais salgadas, né, e escolas assim mais próximas aonde o meio é melhor eles procuram servir coisas mais (sup.)
D
 (sup.) Mais merenda, o outro era mais (inint./sup.)
L
 (sup.) É, menos substanciosas, mais tipo de al... eh, o outro era tipo almoço, aqui mais, é tipo merenda mesmo, como a gente costuma chamar, né? Agora merenda escolar eu tenho pouca, pouco contato com isso porque o meu trabalho não, mesmo o segundo grau eles não, eles não servem, né, na escola em que eu trabalho não estão servindo no momento merenda escolar (sup.)
D
 (sup.) Mas vocês conseguem manter assim uma regularidade de alimentação assim, horários fixos, trabalhando fora, porque é um problema, né, quando a gente trabalha fora (sup.)
L
 (sup.) É, esse ano, esse ano eu estou com um horário assim mais regular, mais equilibrado, sabe? Eu tenho tido opo... Como eu trabalho três vezes por semana num lugar e três vezes por semana no outro lugar, eu tenho três tardes ocupadas e três manhãs ocupadas, então eu procuro justamente não fazer com que essas tardes e essas manhãs se encontrem, pra eu ter oportunidade de almoçar em casa. Porque justamente por esse meu problema de equilibrar as refeições eu evito comer na rua, sabe, eu evito justamente porque, como eu tenho essa regularidade de alimentação, eu, eu sinto, eu me ressinto muito da comida de, de rua por exemplo eh, problema de óleo, geralmente eu não me, eu não passo muito bem, sabe, então eu procuro evitar comer na rua. Então eu procuro comer em casa mantendo mais ou menos um horário regular. Claro que às vezes a gente tem dificuldade. E os dias que eu tenho, que eu tenho, que a, quando, eh, são três tardes e três manhãs, eu, no dia que eu tenho que comer fora por exemplo, que não dá tempo de eu vir em casa pra almoçar, eu não, não como fora não, eu procuro levar uma merenda. Então a minha tia, como ela tem assim disponibilidade de tempo, ela de manhã ela sempre faz uma merenda pra mim. Então eu levo pão com, ou com bife ou com uma fritada de ovo com carne, ou com ovo que ela faz batido na, na frigideira e uma fruta. Então eu almoço aquilo e em casa, e de, à noite então eu janto mais, entende? Mas eu tenho co... eu tenho podido, justamente por esse ano eu estar assim mais folgada em questão de horário, eu tenho podido manter, eh, a, eh, a, consegui... tenho conseguido comer (sup.)
D
 (sup.) Você faz três refeições só (sup./inint.)
L
 (sup.) É, normalmente só essas refeições. Nem, nem entre almoço e jan... nem entre almoço e jantar, nem entre café e almoço eu normalmente não como nada. Eu tomo assim na casa, na escola, eles servem café, eu tomo cafezinho, entende, mas eu tenho muito cuidado com isso, porque pra mim é um transtorno. Eu não gosto de ficar gorda, eu não gosto de me sentir gorda, então eu procuro justamente evitar comer doce. Na escola serve, tem merenda, né? Eles servem merenda pros professores, então tem sanduíche, lá na escola eles fazem, até para os alunos, a escola mantém uma cantina, explora. Lá tem assim uma espécie de uma cantina que explora essa parte de merenda para alunos. Então eles fornecem sanduíche e tem as serventes, elas procuram fazer essa merenda. Você falou em merenda escolar e eu pensei em merenda fornecida pelo governo. Lá na escola realmente nós não temos, tem agora esse tipo de desjejum. Mas eles têm podido, eh, explorar uma cantina e essa cantina fornece merenda aos alunos que a, que é, quer dizer, as, as merendeiras, então elas fazem pastel, fazem aquele rissoles ou fazem pastel comum. É realmente pra mim uma tentação porque eu sinto fome, entende, entre as refeições, entre o café da manhã e a hora do almoço eu sinto fome. Então na hora do, do, do, da merenda dos professores e dos alunos, para os alunos eles vendem a merenda e para os professores também, então normalmente eles oferecem pastel e o rissoles, porque são coisas que não têm assim muita dificuldade de fazer, entende, que dá um certo lucro pra escola, que é aproveitado para a escola, o dinheiro é aproveitado pra escola, e que não dá assim muita mão de-obra, dá tempo pra elas chegarem de manhã cedo e poderem preparar essa merenda. Pra mim realmente é um sacrifício, eu às vezes vejo o pastel, me dá vontade de comer, mas eu procuro evitar e não comer, sabe, então eu tomo só o cafezinho. E venho almoçar, geralmente eu almoço em volta de, por volta de meio-dia e janto por volta das sete horas, sete e meia. E depois disso não faço mais nada (sup.)
D
 (sup.) Depois do jantar (inint./sup.)
L
 (sup.) Não, não como nada, tomo café, eu tomo muito cafezinho durante o dia, que eu fumo também, né?
D
 Com açúcar?
L
 Não, não, normalmente eu uso sacarina. Não gosto de tomar Assugrin nem esses (sup.)
D
 (sup.) Há um derivado da, do leite que entra bem em regimes, dependendo do tipo, não é?
L
 É o queijo-de-minas, eu uso. De manhã às vezes eu como um pedaço de queijo-de-minas. E quando eu, eh, e quando eu sinto que vou passar também um período grande do dia fora de casa, que eu não vou chegar a tempo para comer meio-dia, eu então levo um pedaço de queijo-de-minas, é o que eu uso, e uso também muito ricota, gosto muito de ricota sa... iogurte, às vezes eu, em vez de tomar café com leite, eu tomo iogurte ou coalhada também, que eu gosto, sabe, eu gosto muito de coalhada, iogurte, assim esses produtos derivados realmente do leite eu, mas só queijos brancos, eu só como queijos brancos. Eu evito comer os outros queijos, embora goste muito, eu só faço essas extravagâncias assim uma vez por semana, eu tiro um dia ... Aqui em casa a gente faz assim, normalmente a minha tia justamente pra atender o meu regime e também porque eles já são idosos, não convém também ter uma alimentação pesada, né, então pra eles até é bom, eu até contribuo pra que eles não tenham essa alimentação pesada, que eles, porque fazem aqui pra, pra mim eles aproveitam e comem também, pra não ter quer fazer dois, três tipos de refeições. Que aqui em casa é uma coisa que nós não temos hábito, justamente por nós não termos também condições, eh, financeiras, aqui em casa a gente não tem por hábito de fazer quatro, cinco, seis pratos não. Normalmente nós fazemos quatro pratos, é o feijão, o arroz, o legume e a carne, sabe? Feijão e arroz são, são, fazem parte constante das nossas refeições, porque tanto eu como o meu tio gostamos muito, sabe? Então é uma, é um tipo de, de alimento que é constante aqui em casa. Agora fora disso ela procura também comer então, por exemplo essa parte de queijo, a gente compra muito queijo-de-minas, ela come também ricota e então às vezes pra variar a gente usa o queijo prato, sabe, queijo de prata, queijo, aquele queijo tipo reino, sabe, a gente usa também. Catupiri, aquele queijo de copinho também a gente come, aquele queijo cremoso também a gente usa comer com biscoito, né, eles comem também com pão a, e, e, meus tios gostam muito de pão, sabe, pão eles comem bastante. Eu é que evito comer o pão, né? Não, geralmente eu não como assim pão não.
D
 E a proliferação das lanchonetes na vida do carioca, heim?
L
 É, isso realmente está aumentando e é, é um, é um recurso que se tem pra você poder comer, justamente pro tipo de vida que se u... que se tem aqui no Rio, né, como a gente, o pessoal tem mais, sempre, quase sempre mais de um emprego e não tem oportunidade de sentar pra fazer uma refeição calma, né, tranqüila, a lanchonete serve pra quebrar o galho, né, como a gente costuma dizer. E também porque é mais barato, né, mais em conta. Você tem realmente um grande número desse tipo de, de, de, res... restaurante, né, não é bem restaurante, é lanchonete mesmo, que serve aquelas refeições ligeiras, mas eu evito também, sabe, eu evito comer porque eu sei que não, não me sinto muito bem, né? A gente, quando não tem, tem tempo, pode comer sanduíche, né, a gente come sanduíche. Eu também quando como em lanchonete eu não, não observo assim muito as outras pe... quer dizer, observar a gente até chega a observar e eu sinto que normalmente o que se come mais é sanduíche, né? Eh, o pessoal, não sei se por causa da pressa, ou se por causa também do gosto, mas eu tenho a impressão que o que se come mais mesmo é sanduíche, né, é mais (sup.)
D
 (sup.) Eles gostam mais de sanduíche (sup.)
L
 (sup.) É, o pessoal usa mais mesmo é sanduíche.
D
 E criança pequenininha, você que tem sobrinhos assim, tem esse tipo de experiência, como é esse negócio de alimentação de crianças pequenas?
L
 É, eu tenho, eu tenho um sobrinho, né? E a alimentação dele regula também, agora como ele tem dois anos a minha irmã também está introduzindo o mesmo tipo de alimentação que nós temos. Porque eu acho que a alimentação é uma questão muito de hábitos, né? Aqui eu sinto que, no Rio, quase todo mundo, você vai a outras casas, a gente vê que os hábitos são mais ou menos os mesmos, pelo menos dentro das minhas relações, eu não sei também se é porque o tipo de pessoas que você fre... você procura freqüentar casas de pessoas que têm mais ou menos as mesmas afinidades que você, então você vai, acaba vendo que esses hábitos também são os mesmos, né isso? Então eu acho que a alimentação é realmente uma questão de hábitos e como a minha irmã, como ela foi criada aqui em casa, ela também levou os nossos hábitos pra casa dela, né, então o filho, meu sobrinho, tem também os mes... quase os mesmos hábitos (sup.)
D
 (sup.) No início, no início, logo que ela teve o bebê, que tipo de alimentação (inint./sup.)
L
 (sup.) Bom, ela usava, ela não teve leite, né, ela, ela usou logo desde o início ela usou o leite em pó. Então ela usou muito o Nestogeno, ela usava também, ela fo... quase sempre agora ela usou, passou a usar depois o Lactogeno, se não me engano ela usou (sup.)
D
 (sup.) Porque às vezes a criança não se dá bem (sup.)
L
 É, é, não, também por uma questão de proteínas, aqueles, aqueles tipos de, de, de ingredientes que o, que o leite tem, justamente pra fortalecer de acordo com a idade, eles introduzem um outro tipo de ou proteína ou lipídios ou, ou outros glicídios, né, então aquilo vai sendo introduzido de acordo com a idade da criança. Mas ele usou, ele usou leite mais ou menos, como base assim de alimentação, até quatro, cinco meses. Depois ela foi introduzindo, o médico mandou que ela fosse introduzindo já outros, feij... já foi introduzindo feijão, a batata, né, macarrão ele come, comia muito, e agora ela também está usando também o mesmo tipo quase que a gente usa, né? Legume, ela usa também carne, ela usa, eh, peixe, ela varia com fígado, eh, como a minha mãe, a minha mãe trabalha num laboratório, e, do Estado, e ela faz justamente, ela supervisiona essa parte de cozinha, sabe, e justamente como ela tem assim muito conhecimento, porque ela tem que fazer as refeições pro pessoal fazendo essa, esse balanço, esse equilíbrio entre as, as, as vitaminas que são necessárias, né, nas refeições, ela tem muito conhecimento nessa parte assim de alimentação. Então ela deu assim muitas dicas pra minha irmã, sabe? Mesmo, eh, o médico aconselhava e a minha mãe aproveitava e dava também muita instrução a ela a respeito de alimentação do garoto. De modo que é, a base é essa mesmo. Ele, engraçado, tem por hábito também não comer nada entre, eh, as refeições. Ele, ele, inclusive ele não gosta mesmo, sabe, ele não é assim muito comilão, não é muito guloso não, ele come só aquilo das refeições, ela também faz, de manhã ela dá frutas, ela faz a vitamina com frutas, né, usando a maçã, pera, mamão, eh, laranja lima e depois ela dá o almoço, na hora do café ela usa o leite, ele não toma leite puro, então ela mistura o leite com uma dessas farinhas que a gente tem por aí, tem várias qualidades, né, então ela também de meses em meses ela troca a farinha e ela en... põe aquilo com o leite pra ele tomar, faz uma espécie de mingau e ele toma e à noite ele janta. Ele também tem uma, uma alimentação mais ou menos regular, não tem assim (sup.)
D
 E bebida, você gosta de bebida? Tipos de bebida (sup.)
L
 (sup.) Olha, bebidas, eh, normal... (sup.)
D
 (sup.) Que acompanha normalmente a refeição?
L
 Não, não, também não, justamente pelo problema de engordar, você está vendo que eu sou assim meio chata pra essas coisas, né? (sup.)
D
 (sup.) Não, não, eu acho que é ótimo, porque na medida em que você se policia você tem noção do que, do que é e do que não é (sup.)
L
 (sup.) Eu não tenho por há... por exemplo refrige... eh, refrigerantes por exemplo eu normalmente não tomo, sabe? A não ser assim dia de domingo aqui em casa, eh, minha irmã vem um domingo sim, domingo não, ela vem almoçar conosco, com o menino, né? Então aí a gente melhora sempre a refeição, né, faz, eh, uma coisinha melhor (sup. vozes) é, e aí ela, meu cunhado como toma refrigerante, eles tomam muito Coca-cola, sabe, então aí eu tomo um pouquinho de Coca-cola, mas também não, não, e é o que eu digo a você: tudo é uma questão de hábito. Como eu não tenho por hábito, eu não sinto falta, entendeu, e até às vezes nem, nem gosto muito, entende, mas normalmente a gente toma Coca-cola aqui em casa.
D
 E bebida alcoólica?
L
 Bebida alcoólica eu gosto muito, sabe, e domingo também eu às vezes me dou ao luxo, eh, às vezes a gente põe assim um vinhozinho, então a gente toma vinho de acordo também com o tipo de comida, se é carne, aqueles hábitos que a gente tem, se é carne é vinho tinto, se é peixe a gente usa vinho branco, mas a gente to... (sup.)
D
 (sup./inint.) vocês tem hábito (sup.)
L
 (sup.) É. Quando meu pai era vivo nós, ele gostava muito de tomar batidas, sabe, então aos domingos sempre ele preparava, ele gostava de preparar, fazia questão de preparar uma batida diferente. Usava cachaça com uma fruta qualquer, a gente tirava o sumo da, da fruta, né, e fazia misturada com cachaça. A gente sempre tomava batidinha antes de, das refeições. Agora bebida alcoólica eu gosto de qualquer tipo de bebida: cachaça, desde a cachaça até o vinho mais fino, champanhe, eu, eu gosto muito, sabe, em festa. Geralmente assim à noite, quando eu vou assim sair à noite eu gosto muito também de uísque, sabe, eu tomo muito uísque e essas misturas que normalmente eles fazem nos restaurantes, né? Gim com tônica eu gosto, gosto de uísque com, puro. Verão a gente toma, eu tomo, eu gosto muito de mate, mate gelado, sabe? Mate, eu tomo muito mate, eh, eh ... (sup.)
D
 (sup.) Não engorda, saboroso, é ótimo para a saúde ...
L
 É, exatamente, pois é. E, e refrescos assim eu gosto muito de laranja, usar a laranja seleta pra fazer suco de laranja, também tomo assim no calor, às vezes entre a janta e o almoço, que dá assim muita sede, eu tomo um suco de laranja, sabe? Eu gosto muito de suco de laranja.
D
 Acho que a N. já colaborou aí.
L

É