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PROJETO NURC-RJ

Tema: "Meios de Comunicação"

Inquérito 0308

Locutor 374
Sexo feminino, 37 anos de idade, pais cariocas
Profissão: professora de filosofia
Zona residencial: Sul e Norte

Data do registro: 17 de outubro de 1975

Duração: 40 minutos

Som Clique aqui e ouça a narração do texto


D
 (inint.)
L
 (inint.) sobre meios de comunicação (inint.) bom, bom, então, acho que o telefone é muito importante, assim, como meio de comunicação, porque, inclusive, é o que a gente utiliza mais, né, para se comunicar com outra pessoa. E eu, pessoalmente, não gosto muito de falar em telefone. Acho que ... Gosto de falar em telefone pra rápido. Acho muito útil porque você dá um, um recado, eh, transmitir uma mensagem qualquer. Agora, não gosto de conversas em telefone, tá? Conversando, conversas demoradas em telefone. E, nem telefone, nem por meio de cartas. Eu, quando escrevo carta, sou muito lacônica. Comunico o que tenho que comunicar, porque eu acho que você, é muito mais fácil você falar o que você, é importante mesmo, e, e que você se comunica, realmente, com uma pessoa falando pessoalmente. Agora o ... Eu acho que tudo isso é muito útil, quer dizer, o correio é um meio de comunicação muito útil. O, o, o telefone nem se fala. Agora, então, com a possibilidade de você discar mais rápido pra longe, tudo isso se você tem uma pressa em, em transmitir alguma notícia, se você tem urgência, o (sup.)
D
 (sup.) Como é agora?
L
 Como é?
D
 Essa maneira mais rápida?
L
 É, disc... discagem direta à distância, né, o DDD. Eh, isso dá, dá uma facilidade. Agora, realmente é uma coisa que só pode ser usada em caso de uma necessidade mesmo de se comunicar, porque você ficar telefonando pra longe toda hora e conversando, isso não, não funciona, quer dizer, a não ser pra aumentar a conta do telefone, né? Eh, ma... mais, muito mais prático, nesse caso, é escrever pra pessoa. Fica um, um meio de comunicação mais, mais barato, né, do que o telefone. A... agora, quanto a outras, outras meios de comunicação, eh, existem o, os meios de difusão, né, de notícias, o jornal, revistas, eh, rádio, televisão, o ... E jornal, eu, eu, eu leio normalmente o jornal, né, pra saber as notícias e, eh, em geral leio o Jornal do Brasil todo dia pra estar em dia com as notícias. E não sou muito dada assim a ler revistas não. Leio mais, gosto mais de ler mesmo é revistas assim de moda, ti... tipo Cláudia essas coisas. Pra notícias mesmo, eu prefiro o jornal. E gosto muito de ut... utilizar rádio pra ouvir música quando ... Inclusive a hora em que eu estou trabalhando assim acho que você escutar música é uma coisa muito agradável. E a, a televisão, eu também gosto bastante de ver televisão. Acho que distrai e é legal, acho que tem gente que tem, principalmente intelectual, às vezes tem preconceito com televisão e não sei quê ... Eu acho que esse negócio, realmente não é ficar a noite inteira grudada numa televisão, mas um programa que você goste, até mesmo uma novela e tudo, eu acho que distrai bastante, é bem, é uma maneira inclusive também muito, muito útil, né, de levar informação a, assim a regiões que têm pouc... pouca possibilidade de obter informações de outra maneira, onde a leitura não é muito usada. Eu acho que, eh, ela, a televisão bem utilizada seria um meio de divulgação cultural muito importante. Que mais?
D
 Assim em televisão você costuma ver programas determinados ou ...
L
 É, e... eu costumo ver o, os noticiários, né, e em geral eu costumo acompanhar a, a novela das dez na, na Globo. Acho que em geral é, é divertido, né, é boa. Acho que, eh, de noite, inclusive eu não gosto muito de estudar de noite, nem de trabalhar de noite e eu acho que é uma maneira de relaxar um pouco. Mas é a única coisa que eu costumo, costumo ver mesmo é, é essa novela das dez. E vejo o noticiário ou, esporadicamente, algum outro programa que esteja me interessando: Globo Repórter ou um programa assim que eu ainda vejo.
D
 (inint.) noticiário da televisão e as notícias que saem no jornal? São as mesmas? Como é que funciona isso?
L
 Eu acho que, eh, são. Em geral, são as mesmas. Agora, a maneira como é dado varia, né? Eu acho, tem, tem certos noticiários da televisão que eu não acho bons não. Aquele, aquele jornal, o último jornal depois das dez horas, acho que antigamente ele era melhor. Agora ele está muito, sei lá ... A maneira de dar a notícia assim eu acho muito fraca, não, não dá, acho que não dá, eh, a notícia é mui... muito resumida e o, o, o jornal, já o jornal das oito horas às vezes tem uns comentários, umas coisas assim que são meio tendenciosas, mas eu acho que em essência a notícia é a mesma. O que sai no jornal de manhã, aparece de noite na, no noticiário da televisão. Eu acho importante quando você vê a imagem, né? Eu acho que é uma coisa interessante você ver a fotografia do que está se passando.
D
 Você mesma falou pra mim que lê jornal com freqüência.
L
 É, eu leio o Jornal do Brasil todo dia porque se compra aqui em casa (sup.)
D
 (sup.) É todo ou tem partes que você prefere, que você lê sempre?
L
 É, eu leio em geral o noticiário internacional. Se tiver alguma notícia daqui que me interessa eu leio. Leio a parte do Caderno B que é assim mais, assim, recreativa, né? É isso que eu costumo ler sempre.
D
 O que que tem no Caderno B?
L
 Ah, tem sobre cinema, sobre teatro, sobre televisão, sobre livro.
D
 Você acha que lendo jornal a pessoa fica bem informada?
L
 Não sei se fica bem informada, (riso) mas é o único meio que a gente tem de ficar informada, realmente são esses, né? Depende, né? Acho que bem informada, tem outros elementos aí que influem pra informação não ser tão boa como podia ser, né?
D
 Em termos assim de avaliação de, dos jornais que nós temos, eh, o que que você acha deles (inint.)
L
 Olha, eu, aqui em casa a gente lê o Jornal do Brasil (inint.) compra todo dia o Jornal do Brasil. Então, é o que eu leio. Agora, eu acho que é o melhor, né? Realmente (sup.)
D
 (sup.) Por quê?
L
 Eh, porque eu acho que é o que não é tão assim tendencioso, que é mais, tenta ser mais, eh, como é que a gente diz, uma coisa que não, que não toma uma posição assim muito específica, né, mais neutro.
D
 Quais são os outros jornais que você conhece? O que que você sabe sobre eles?
L
 Os outros? Bom, conheço O Globo ... Qual é o outro jornal? Que eu possa ler de vez em quando? Só quando eu vejo assim n'O Globo alguma notícia que me interessa que eu, que eu leio. Outro jornal, eu não leio mais nenhum.
D
 Mas você sabe que existe?
L
 Ah, existe. Existe O Dia, existe A Notícia, existe certo tipo de imprensa marrom, né? Eh, existe, não é, Diário Oficial, não é, que só se a gente tiver que ver alguma coisa assim, que acho que a gente vai comprar o Diário Oficial.
D
 Vem cá, você tem idéia, pra fazer um jornal, esse que a gente recebe todo dia de manhã, o que que é preciso? Como é que aquilo tudo é feito, assim, no, no geral?
L
 Não, nunca fui a uma redação de jornal não. Mas eu acho que é preciso máquinas, né, é preciso repórteres. Acho que tem, todo jornal tem, eh, utiliza muito, já vi em cinema esse negócio, utiliza muito assim telefone, né, está ocorrendo alguma coisa em algum lugar, aí o, o ... Manda-se u... um repórter pra esse lugar, eh, para fazer uma reportagem, para verificar o que está acontecendo. É preciso ter correspondentes, né, no, no estrangeiro, pra documentar os acontecimentos que estão ocorrendo no estrangeiro (sup.)
D
 (sup.\inint.) você tem idéia?
L
 Precisa de papel, precisa de máquinas. Agora como é que chamam essas máquinas? Eu não, não sei bem como é que funciona isso não.
D
 Agora vamos supor que os repórteres colhem essas notícias, etc. Eles chegam e, e aí como é que seria, eh, pra chegar a, a, até o jornal (inint.) você tem idéia (sup.)
L
 (sup.) Não (sup.)
D
 (sup.) De funções diversas das pessoas dentro de, de uma redação, depois que a notícia já foi imprimida?
L
 Não. Acho que tem os gráficos, né, que fazem o trabalho lá. Agora, eu não ... Tem o diretor do jornal que deve di... eh, dirigir como que as notícias são, vão ser colocadas. O que que vai ser, se vai, se vai ser primeira página. O que que é mais importante pra ir pra tal caderno, tal seção de jornal. Isso daí eu ... Muito por alto. Eu não sei com detalhes (inint.)
D
 E livros? Você tem idéia de como se faz (sup.)
L
 (sup.) Como se faz livro? (sup.)
D
 (sup.) Pra chegar a, a, ao produto pronto?
L
 Não tenho não. (riso) Acho que, sei lá, eh (sup.\inint.)
D
 (sup.) Você nunca viu aqui, por exemplo, seu pai que já publicou vários livros, quando os livros estavam pra ser publicados? Se vinham pra ele assim (sup.\inint.) como é que é tudo isso? (sup.)
L
 (sup.) Ah, vêm. Sim, vêm as provas pra serem revistos, antes de ser lançada a edição, ass... isso eu sei. Agora, como é que são as máquinas lá, como é que faz a impressão do livro, eh, eu não sei. Isso eu nunca fui num, num lugar desses pra saber não.
D
 Mas essas fases assim, quer dizer, as provas ... Então, eh, o que que é feito com as provas? Por que é que eles mandam pra pessoa?
L
 O que que eles mandam? Acho que mandam (sup.)
D
 (sup.) Pra quê?
L
 Pra quê? Sim, pra pessoa ver se tem algum erro de impressão, né? Agora, por que que tem erro de im... tanto erro de impressão, isso eu não sei. Porque eu não sei como é que se faz. Porque ... Se é mimeografado, como é que é, isso eu não tenho idéia não.
D
 Você nunca ajudou o seu pai a ver que erro, que prova?
L
 Não. (riso)
D
 (inint.) você tinha ... Falou no sistema DDD. Você tinha uma irmã que morava em Brasília. Você, como é que você fazia (inint.)
L
 É, a gente ligava pra lá uma vez por semana. É, uma semana ligava daqui, uma semana eles ligavam de lá, depois da, de onze horas da noite quando (sup.)
D
 (sup.) Por quê?
L
 Porque é mais barato depois, domingo depois de onze horas da noite, tá? E, agora, isso é muito difícil de controlar, né? Porque a pessoa (inint.) fala à beça. Acaba, é difícil de controlar o tempo assim. Mas em geral eu telefonava pra saber se estava tudo bem.
D
 (inint.) o tempo em que você fala, isso, depois, como vem pra você, pra você pagar? Pra ter idéia, mais ou menos, de como é que funciona isso?
L
 É, isso, é, parece que é um computador, né, que faz a, o, a contagem dos minutos que você fala.
D
 E quantos minutos, em geral, a pessoa tem direito até (sup.)
L
 (sup.) Três minutos.
D
 E depois disso, como é que funciona? Você tem idéia?
L
 Depois disso, eu não sei. Eu acho que vai aumentando a cada três minutos, não é? Mais três minutos, vai aumentando. Não sei. Eu sei que já veio conta bem grande pra cá de telefonema, por causa de, eh, dessas comunicações com Brasília.
D
 Vocês têm telefone há muito tempo?
L
 Heim?
D
 Vocês têm telefone há muito tempo?
L
 Ah, sempre, desde que eu nasci tem telefone em casa.
D
 (inint.) como é que se faz pra comprar um telefone? Pra obter um telefone?
L
 A pessoa compra, pode comprar um telefone, né? Pode ficar pagando durante algum tempo, e depois recebe, né, o telefone.
D
 Como é que é esse, esse processo? Por que tem pessoas que compram logo o telefone?
L
 Depende da esta... Bom, pode comprar direto de uma pessoa que tenha telefone. Agora, você pode comprar na companhia também, né? E dependendo da facilidade de dar telefone para aquela estação, então você obtém mais rápido ou mais ... Ou demora mais. Por exemplo, eu sei que esse pessoal que, que eu, que tem telefone da Cetel, que eles têm o telefone muito mais rápido. Quem compra telefone da Cetel é mais rápido, porque tem menos telefone nessas zonas, né, que são da, da Cetel. Então é mais fácil pra eles terem instala... a instalação do telefone é bem mais rápida.
D
 E, e o seu telefone é da Cetel?
L
 Não, é da CTB.
D
 E como é que foi, agora, com a mudança? O que que aconteceu?
L
 Mudou a estação, né? Eles fizeram uma nova estação e, e tiraram os telefones da estação antiga pra darem pra outros bairros.
D
 E com isso, o que que aconteceu? Ficou tudo bem? Funcionou (inint.)
L
 Funciona, o telefone funciona direito. Desde que eles instalaram, nunca teve problema não.
D
 Você não nota uma diferença no seu telefone, há algum tempo atrás pra agora?
L
 Diferença de que tipo?
D
 Se tinha a mesma facilidade que se tem hoje pra usar o telefone?
L
 Se tinha a mesma facilidade? Eu acho que agora tem até menos, porque a, o telefone enguiça à beça e, às vezes, fica difícil pra virem consertar. Não sei, em certos, certos lug... (sup.)
D
 (sup.) Pra você (inint.)
L
 Sim. Você, você pede o, o, o número, né, do cód... o, o número, eh, o número do código mais um número lá e, e liga a estação, né, dois, sete, quatro mais um outro número. E aí eles mandam, pede conserto, e aí eles mandam consertar.
D
 Qual é, assim, o tipo de enguiço que tem dado aqui?
L
 Aqui?
D
 Ham.
L
 Ah, o telefone daqui, de vez em quando, fica mudo, um dia, dois dias. Aí, a gente reclama. Aí, vem e conserta. Depois ele fica, às vezes ele está dando só, eh, você liga e continua dando sinal, sabe, barulho pra discar, não faz a ligação. Você está ligando e ele está ... Não consegue ligar pra fora. Só consegue ligar de fora pra cá. A gente, daqui pra fora, não consegue ligar. Isso dá muito aqui.
D
 E em termos de comparação, por exemplo, quando você esteve viajando nos Estados Unidos e Europa, que tipo de coisa, assim, de esses meios de comunicação tipo telefone, correio, eh, de lá e o que nós temos aqui.
L
 Bom, na época que eu estive nos Estados Unidos, eu acho que, eh, já havia esse DDD lá, e aqui não havia, né? Então, a ligação pra fora da, da cidade era muito mais fácil do que aqui, naturalmente. A... agora a questão de correio não. Eu acho que é a mesma coisa. Acho que o correio daqui funciona direito.
D
 Sempre funcionou?
L
 Pra mim, eu nunca tive problema de carta extraviada. Eu acho que esse pessoal que fala que extravia carta é um pouco de cascata, porque eu, eu já recebi carta, uma vez, ah, sem meu sobrenome, com o nome da rua, sem o número e ... Do meu primo, escreveu uma carta pra mim assim: L. R. (riso) eh, rua Artur Araripe. Pronto. E a carta chegou aqui. Agora como é que chegou ... (riso)
D
 Você tem uma idéia de como é que funciona todo esse mecanismo, até que essa carta chegue aqui?
L
 Eh, isso eu não sei (sup.)
D
 (sup.) Por que que você acha que a carta chegou?
L
 Por quê? Ah, eu não faço idéia. Sei que chegou.
D
 O que estaria por trás disso, como atividade?
L
 Eh, não sei não. Não tem muita (sup\inint.)
D
 (sup.\inint.) mandar carta, tudo ficou mais fácil, né? Antigamente você não tinha as facilidades que tem hoje (inint.) como é que você faz pra mandar uma carta?
L
 Como é que eu faço pra mandar uma carta?
D
 Ham.
L
 Ham, eu escrevo a carta, boto no correio. Ponho a carta no correio, com o endereço da, da pessoa.
D
 Precisa ir ao posto do correio? Como é que está agora isso?
L
 Ah, tem, eu sei que tem essas caixinhas na rua, né, pra você botar a carta. Mas em geral eu não ponho não. Eu vou no, eu prefiro ir no correio.
D
 (inint.)
L
 Sabe por quê? Porque eu nunca tenho selo e você tem que ter selo em casa. Então a gente não, não tem. Eu acredito que não se extravie, entende, que eles recolham. Mas eu acabo indo sempre no correio. Nunca usei assim essas caixas não, de correspondência. Nos Estados Unidos o pessoal usa isso normalmente, né?
D
 Já tem os selos ...
L
 Heim?
D
 Já tem os selos.
L
 É, costuma ter selos esses negócios, em casa, pra usar, né?
D
 Tem um correio aqui por perto?
L
 Aqui tem um correio, aqui na PUC. E tem outro ali no Jardim Botânico, na Pacheco Leão, na estrada Pacheco Leão.
D
 Como é que é? Descreve lá.
L
 O quê? O correio?
D
 Hum, hum.
L
 Eh, tem os funcionários, tem lugar pra passar telegrama, lugar pra você botar carta pro estrangeiro, lugar pra você botar carta pro Brasil, tem o venda de selos, tem a... aquela máquina que faz o, sela sem, sem o selo, né, tem o (sup.)
D
 (sup.) Sabe como é que chama aquilo?
L
 Eh, eu sei. Mas eu esqueci (inint.) eu não estou lembrando (sup.)
D
 (sup.) Não faz mal (inint.)
L
 O ... Tem também o registro pra mandar carta registrada.
D
 (inint.) você falou em telegrama. Como é que funciona?
L
 O telegrama? Bom, a gente (sup.)
D
 (sup.) Você acha que mudou? Havia mais de uma possibilidade de você passar telegrama (inint.)
L
 Eu acho que telegrama pelo correio comum demora muito, né? Então a gente tem que passar aqueles telegramas Embratel, esses telegramas mais, pra chegar mesmo no, na hora. Telegrama de correio comum, só aqui pra, pra o Rio mesmo. Mais longe um pouquinho (sup.)
D
 (sup./inint.) passar um telegrama para alguém?
L
 Ah, passo telegrama quando precisa assim pra mandar, casamento, pêsames. Isso aí a gente passa telegrama, né, em geral.
D
 Como é que você pode passar um telegrama? Você precisa ir ao (sup.)
L
 (sup.) Pode passar até por telefone.
D
 E o que é que você tem que ... E o que é que você tem que dar? Quais são os dados que você tem que preencher ou dizer?
L
 Tem que dizer quem está mandando o telegrama, pra quem é o telegrama, o endereço da pessoa que, pra quem vai o telegrama, o meu endereço pra eles mandarem o, a cópia do telegrama, né? E depois eles botam na conta do telefone. E a mensagem do telegrama, o que você ... As palavras que você quer mandar escritas no telegrama.
D
 Você falou em, que você lê mais jornais, mas revistas assim que têm notícia, etc. você não lia não. Você sabe que há várias, né?
L
 É, sei.
D
 Você podia dizer assim o nome de algumas? As diferenças entre elas, etc.
L
 Sei que tem a Veja, que tem muita gente que lê, né? De vez em quando eu leio também. Tem Manchete. Tem outras que não, não são muito boas. Cruzeiro. Outra revista assim eu não conheço não.
D
 E a Veja? O que que ela traz? Como é que é?
L
 Acho que é uma revista bastante informativa, né, que tem ... Que dá notícias de uma maneira bem feita. E inclusive consegue fazer uns comentários interessantes sobre, sobre os assuntos, né? Eu acho que ... Tem muita gente que prefere inclusive ler a Veja do que ler o jornal. Acha que é mais informativo (inint.) informação melhor.
D
 (inint.) que cada número da Veja traz uma coisa diferente, ou se há uma repetição, mais ou menos, neles (sup.)
L
 (sup.) Olha, eu realmente, realmente não sei, porque eu não leio sempre, entende? Quando eu vejo que alguém tem, lá na faculdade, aí, ou, ou se eu vejo que tem algum assunto específico que me interesse, aí eu posso comprar. Mas é muito raro, sabe? Por exemplo, uma Veja que trouxe reportagem sobre política indigenista. Como eu estou dando um curso sobre, eh, o índio brasileiro, então eu comprei pra discutir a reportagem com, com os alunos. Mas isso eu compro assim quando há alguma coisa específica que me interesse. Sei lá, eu acho que tem sempre assunto de política, assunto de política internacional, assuntos assim sobre problemas brasileiros, de uma maneira geral. Acho que assim uma constante, né, na revista, né, que vêm esses assuntos.
D
 E você costuma comprar outras?
L
 Não.
D
 Não?
L
 Não.
D
 E nem compra jornal?
L
 É, só o Jornal do Brasil (sup.)
D
 (sup.) Mas compra ou, ou (sup.)
L
 (sup.) Eh, não, eu, minha mãe compra. Mas eu, se ela não comprar, se ela estiver viajando ou qualquer coisa, eu compro.
D
 Como é que você compra?
L
 Aqui embaixo no jornaleiro.
D
 (inint.) jornaleiro?
L
 É, tem. A gente tinha uma assinatura, mas, eh, falhava, de vez em quando não vinha, então desistimos da assinatura e, e a gente compra todo dia, aí embaixo no jornaleiro.
D
 Como é que é esse jornaleiro?
L
 Ué, um jornaleiro. (risos)
D
 Descreve pra mim, descreve, como é que ele é.
L
 Como é que ele é? Uma pessoa, assim, simpático. A gente, a minha irmã compra muita revista, ele, eh, fia revista pra ela, é conhecido dela, aí fica, fica ele, às vezes fica a irmã dele (sup.)
D
 (sup.) Mas ele vende em algum lugar específico?
L
 Numa banca, numa banca.
D
 E o que que tem nesta banca?
L
 Jornais e revistas.
D
 (inint.) tipos diferentes ...
L
 Tem, tem várias revistas, eh, tem revistas de, de fotonovela, revista de, eh, tipo revista feminina, figurinos, tem, eh, revistas, essas coleções, né, de livros também, de enciclopédia, essas coisas que, assim, saem agora, tem muito, né? Tem tudo isso. Só não tem revista estrangeira, em geral não tem aí na banca (sup.)
D
 (sup.) E pra criança?
L
 Ah, revistinhas infantis também tem. Tem Mônica, Luluzinha, assim, costuma ter.
D
 E você de vez em quando dá uma olhada nelas?
L
 Ah, eu gosto muito. (riso) Mônica, Luluzinha. Bom, as crianças aqui em casa compram, né? A V. gosta muito de ler revistinhas. Ela não sabe ler não, mas é (inint.) e a gente, eh, quando tem uma assim que seja mais interessante, a gente lê também.
D
 E como é que são essas? São diferentes, né, de uma revista como Veja, né?
L
 Ah, claro, né? (risos)
D
 (inint.)
L
 Bom, são histórias em quadrinhos, né, tipo história em quadrinho, desenho, não é, com aqueles per... personagens sempre: a Luluzinha, aquela revista tem bastante tempo que existe. Vem sempre com aquelas histórias dos mesmos personagens, Bolinha, Luluzinha, Aninha, o Carequinha. E eu acho muito engraçada. Eu gosto muito de ler, quando tem por aí.
D
 Agora, ultimamente, tem saído esse tipo de, de revista pra adultos também, não é?
L
 Como? Assim, em história em quadrinho ? Eu nunca li nenhuma assim especificamente não. Não conheço não.
D
 E certos jornais também que saem por essa linha mais tradicional. Às vezes, eles não saem nem todo dia ...
L
 O que você fala? Pasquim, esse tipo de coisa?
D
 Hum, hum.
L
 Eu não costumo ler não. Leio assim de vez em quando, sabe?
D
 Mas são diferentes dos outros?
L
 Bom, é um, um jornal mais humorístico, né, o Pasquim. Tem também esse Opinião, de vez em quando eu também leio, quando tem alguma coisa assim especificamente que me interessa eu leio. Mas não compro sempre não. Nem me lembro. Eu, se me lembrasse, eu compraria mais. Mas quando os alunos falam que saiu alguma coisa interessante, aí a gente ... Eu compro e dou um lida.
D
 (inint) voltando ao telefone ... Se você quer falar com alguém (inint.) o que que pode acontecer (inint.)
L
 O que que pode acontecer?
D
 É.
L
 Bom, pode se completar a ligação, pode não se completar ...
D
 Por quê?
L
 Porque pode ter um defeito na linha.
D
 Ou então?
L
 Ou então está ocupado . A pessoa está falando com, com outra pessoa, o telefone está ocupado. Aí, você, dá um sinal característico e você tem que esperar pra falar mais tarde.
D
 (inint.) você fala fora, com o sistema DDD, você liga apenas o número da pessoa?
L
 Não. Liga o código da área, né, onde a pessoa mora. Por exemplo, eu sei que pra Brasília você liga zero meia um dois. Aí, você depois liga o número da pessoa.
D
 E pra todos os locais as cidade têm DDD?
L
 Não.
D
 E se você não tiver? O que você faz?
L
 Tem que pedir o auxílio da telefonista. Eh, tem uma telefonista que faz as ligações interurbanas. Então, você liga para o número do interurbano e pede à telefonista pra fazer a ligação.
D
 E quem não tem telefone? Se precisar telefonar, o que que faz?
L
 Vai a, a, um posto, né, de, da telefônica e telefona de lá.
D
 Como é que é? Descreve aí um pouco. Você já foi a um posto (inint.)
L
 Eu aqui no Rio não. Eu já fui em São Paulo. É um local assim cheio de cabines com telefones. A gente escolhe uma cabine e faz a ligação lá.
D
 (inint.) pra fora de São Paulo?
L
 Sabe que eu não estou bem lembrada como é que foi? Eu acho que sim. Acho que você faz sim. Não me lembro se, se pedia alguém pra fazer ou se foi direto, ou não.
D
 E aqui dentro da cidade, pessoas que não têm telefone (inint.)
L
 Bom, aí pode falar em telefone público, né, fala nesses de orelhão ou então fala num telefone de farmácia ou (sup.)
D
 (sup.) Aí, o que precisa? Por exemplo uma (sup.)
L
 (sup.) Uma ficha.
D
 Hum, hum. Aí, então, o aspecto do telefone já é diferente?
L
 É porque aí ele precisa (sup.)
D
 (sup.) Como é que seriam, então, as partes de um telefone?
L
 Aí, tem um lugar pra botar a ficha, né, tem o disco, que vo... que você disca, que você põe a ficha. Depois você espera dar o sinal. Você espera primeiro dar o sinal, põe a ficha, aí (sup.)
D
 (sup.) Mas antes disso (inint.) você sabia (inint.) o sinal?
L
 Ué, retira o fone. Tem o fone, né, tem, tem o disco, tem a caixa.
D
 Quando nós estávamos lá, você estava falando que você tinha um problema aqui com a televisão.
L
 É, eh, um problema com a antena da televisão que não pega bem aqui.
D
 E aí, o que que dá?
L
 Dá interferência, fica torta a imagem, a cor vai e volta.
D
 Você tem um aparelho lá?
L
 É, eu tenho um aparelho ali naquela sala, onde a dona A. está costurando.
D
 Como é que é?
L
 Heim?
D
 E como é que é?
L
 O aparelho?
D
 Ham, ham.
L
 Ué, um aparelho de televisão. (risos) Tem uma, tem uma tela, (risos) assim, os botões pra regular a imagem, a cor, o brilho.
D
 L., a gente não manda só carta (inint.) e se você tiver alguém fora e quiser mandar um presente? Como é que você faz (inint.)
L
 Ué, você pode enviar pelo correio, né? Acontece que eu nunca enviei nada desse tipo de coisa pelo correio não.
D
 E sem ser pelo correio, como é que você pode fazer?
L
 Não sei. Não faço idéia de como que você pode mandar.
D
 E se você quiser mandar qualquer coisa (inint.)
L

  Pode mandar por avião, não pode? Pela companhia de aviação. Despachar, pagar uma taxa, despachar. Acho que pode fazer isso.