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PROJETO NURC-RJ

Tema: "Meios de Comunicação"

Inquérito 0232

Locutor 277
Sexo masculino, 43 anos de idade, pais não-cariocas
Profissão: engenheiro
Zona residencial: Sul e Suburbana

Data do registro: 19 de junho de 1974

Duração: 50 minutos

Clique aqui e ouça a narração do texto


D
 Então, você está ... O, o, o senhor pode começar, então, falando de, como o senhor faria pra enviar uma mensagem pra uma pessoa num outro estado, num outro país.
L
 Através de carta. A primeira providência, eh, é pegar o papel e geralmente a pessoa que pouco escreve não tem papel em casa, né? Então, a primeira coisa que é necessário fazer é procurar o papel pra poder escrever a carta a lápis, geralmente caneta, faz-se. E aquele que não está muito acostumado a escrever, geralmente não deve escrever diretamente, faz inicialmente um rascunho pra evitar os erros gramaticais (sup.)
D
 (sup.) Hum (sup.)
L
 (sup.) E pra poder coordenar melhor as idéias. Então, após a, não sei se ... Já depois da carta concluída, né, descreve um assunto, descreve aquilo que quer comunicar ou aquilo que quer saber, perguntar indagando a pessoa, ou comunicando alguma notícia ou procurando saber de alguma notícia, né? Após isso, procura-se um envelope, também quem não escreve carta não tem em casa, tem de comprar. Dobra-se o papel, coloca dentro da carta, leva-se ao correio, compra selo, sela-se a carta, deposita-se no, no local correspondente, ou carta aérea ou carta terrestre.
D
 E como é que o, o carteiro vai saber pra quem entregar? (sup.)
L
 (sup.) Ah, bom, isso tem de endereçar também, botar endereço, botar có... código do local, né, botar também, como a propaganda de televisão mostra, botar, ah, o, o endereço do remetente. Caso não ache, não ache, o, o destinatário, possa ser devolvida a carta. E se a pessoa quiser com segurança que a carta chegue ao destino, é registrar, né?
D
 Registrar, como é que se registra a carta?
L
 Olha, sinceramente, poucas vezes eu registrei carta, mas creio que no correio paga-se uma taxa extra para registro, né, e há um (sup.)
D
 (sup.) E é mais seguro? (sup.)
L
 (sup.) Local especial. É mais seguro porque a carta deve ser entregue e, ao ser entregue, ela é, é entregue contra recibo, né? Ou no caso ... Quer dizer, então a pessoa tem certeza de que a carta foi entregue realmente, né? Geralmente a carta registrada é quando o assunto é importante. Há necessidade de encontrar a pessoa, de comunicar e saber que de fato a carta foi entregue.
D
 A... agora, lá dentro do correio, qual, qual que o senhor acha que seria o mecanismo de... pra que a carta chegue até o destinatário?
L
 Bom, gera... sinceramente eu não sei. Quando ... Há já no, no próprio correio, na própria agência, já há uma espécie de selecionamento, né? Há uma seleção na carta, seja carta aérea ou marítima, ou seja ela para o exterior, ou para o interior, ou carta local, já é separado, né? Acredito que depois vá para um, um, não entendo bem, um mecanismo do correio, mas racionalmente deve ir para um, vamos dizer, um orgão central que faça a distribuição, rementendo para os, os locais ao qual as cartas são destinadas, né? (sup.)
D
 (sup.) Então pra entrar (sup.)
L
 (sup.) Acredito que seja assim, né? (sup.)
D
 (sup./inint.)
L
 (sup.) Chegando lá, então a carta, ah, acredito que lá exista um outro orgão central de distribuição no local, no estado ou na cidade. Aí então deve ser remetido para os bairros, para então ser entregue por determinadas zonas. E os carteiros, eu acredito que cada um deve ter uma zona para entregar os, as cartas, né?
D
 É, eles depois ficam (sup.)
L
 (sup.) É, eles dev... é, eu acho que eles devem levar em sacolas, né? Sinceramente eu não sei, né, eu não conheço o mecanismo do, do, do trabalho do correio.
D
 É. Agora, o senhor, o senhor, se o senhor quiser enviar um, um, um embrulho ou então uma encomenda qualquer, como é que a gente faz?
L
 Eu acho que procede do mesmo jeito que o, que para a carta, né? A pessoa procura o número, procura ... Se o artigo for de certa fragilidade, a pessoa deve procurar fazer uma boa embalagem. Atualmente muito enrolado no isopor, né?
D
 É? Qual a função do isopor?
L
 O isopor, é porque ele é leve, né? Ele acondiciona bem qualquer material, inclusive a pessoa com certo cuidado pode inclusive fazer ranhuras, reentrâncias para que o objeto possa ficar bem alojado, sem o perigo de, de baques, né? Depois de bem embrulhado, bem embalado, é levado ao correio. Lá então ele é pesado, né, para ver o peso que a pessoa ... Cobra, paga uma, uma taxa por peso e por volume, né? Essa taxa deve variar, assim, oh, a remessa é aérea ou se é terrestre, né?
D
 E se é terrestre, ela é transportada como? (sup.)
L
 (sup./inint.)
D
 (sup./inint.)
L
 (sup.) Eu acredito que o terrestre deve ser trem. Em princípio, o trem, né? Talvez ônibus mesmo, ônibus, também quase não entrega, né? Tem as entregas, eu não sei se existe companhias, se existe carros especiais do correio, onde há algumas delegações rodoviárias como no Rio e São Paulo. Eu acredito que deva ser entregue através de malotes especiais, através de veículo, né?
D
 É porque existe umas transp... transportadoras também, né?
L
 É, mas as transp... eu não sei se, se as transportadoras transportam, eh, questão de responsabilidade, eu não sei. O órgão, ao menos no Brasil, eu não sei. Através de filmes americanos, nós vemos que nos Estados Unidos a coisa é mais importante, né? Através do filme que se vê existe até o próprio sistema de segurança (sup.)
D
 (sup.) É, como é? (sup.)
L
 (sup.) Do correio, né? Porque eles enviam valores, né? No próprio correio, além de cartas e pacotes e tudo, eles também transportam valores, né?
D
 É, e como é que eles fazem?
L
 Sinceramente, eu não sei (sup.)
D
 (inint./sup.)
L
 (sup.) Seria (inint.) até mesmo (sup.)
D
 (sup.) Mas mesmo no Brasil tam... eh, a gente pode enviar também qualquer importância (sup.)
L
 (sup.) Pode. Eu acredito que pode.
D
 Tem um mecanismo especial (sup.)
L
 (sup.) Não, não, a importância geralmente é através de, de, de vale postal, né, ou então através do banco, né?
D
 É?
L
 Geralmente a pessoa deposita no banco da cidade e o banco da, da cidade a quem vai, a quem mo... aonde mora o destinatário está lá sacado através de comunicação do próprio banco, né? É o que eles chamam de remessas bancárias, né? Agora acredito também que particularmente ainda existem companhias que fazem o transporte de mercadorias como devem fazer, não de carta, né, que carta é especificamente de correio, né? A não ser que a pessoa dentro de um pacote bote uma carta, né?
D
 É. Agora outra ... O, o correio fornece também outro tipo de serviço, né, sem ser o de, de, de carta, um outro, uma outra espécie de mensagem também.
L
 Bom, o correio transporta jornais, trans... transporta revistas, né, propagandas (sup.)
D
 (sup.) É, mas um outro meio que eu disse em enviar uma mensagem?
L
 Ah, através de rádio, se é rádio-amador, né?
D
 Não, se é o próprio correio? (sup.)
L
 (sup.) Se, se é o próprio correio? (sup.)
D
 (sup.) Uma mensagem mais reduzida?
L
 Bom, existe o telegrama, né?
D
 O telegrama, né?
L
 É!
D
 Como é que a gente faz pra mandar um telegrama?
L
 Telegrama, geralmente a pessoa também vai ao correio, ao telégrafo, né? Não sei se é ... Atualmente ... Antigamente eram, eles eram juntos, né, tanto correio quanto telégrafo. Eu acredito também, atualmente, a agência seja a mesma, né? E a pessoa lá tem os impressos próprios pra pessoa preencher o endereço do destinatário, a cidade, o bairro, eh, também o remetente, o endereço do remetente. E a pessoa então, preenche esse formulário com a mensagem que quer mandar, inclusive, são mensagens características que não são usadas, ponto, vírgula, mas são escritos, né, não são abreviados, né? O ponto é pê tê, vírgula é vê gê, né, e a pessoa paga por número de palavras, né, pagando sempre pelo número de palavras, né?
D
 E como é que é feita essa transmissão?
L
 Transmissão, eu acredito que seja feita através de teletipo, né?
D
 Teletipo?
L
 É, que a pessoa escreve numa espécie de uma máquina de escrever aqui. No local ou agência pra onde vai ser enviado existe uma máquina, vamos dizer, uma máquina de escrever correspondente que vai já registrando a palavra, né?
D
 E aquele som característico (sup.)
L
 (sup.) O som é através do telégrafo, né? Existe o telégrafo, mas isso eu acho que atualmente não é mais usado, né?
D
 Está fora de moda?
L
 Acredito que sim, a não ser telégrafo ... Isso eu sei porque quando eu era garoto eu mexia muito com ...
D
 Ah, é?
L
 Parte de rádio. Agora telegrafia sem, sem fio tem uma penetração muito maior do que teletipo, e através de fonia mesmo, né, quer dizer, mesmo tempestades magnéticas que influenciam muito comunicação através de rádio, não dão tan... tanta influência, tanta interferência. Talvez devido à freqüência, o som é muito alto, né? A alta freqüência não há dispersão, né?
D
 Então (sup.)
L
 (sup.) Existe um código especial que é o código morse, não?
D
 Como é que é?
L
 O código morse, eh, é um código composto de traços e pontos. Cada letra corresponde a um conjunto de pontos e traços, né?
D
 Hum.
L
 É um código internacional, né?
D
 E esse código do, do, do telégrafo, do número de batidas, como é que é? (sup.)
L
 (sup.) Ah, esse daí eu não entendo. Eu sei que ele, ele, o, através de, através de ... Não sei se (inint.) a comunicação sem fio ou com fio. Eu não sei. Eu sei que é uma espécie de máquina de escrever. A pessoa bate na máquina, no, no outro lado, ah, existe uma máquina também que vai registrando automaticamente aquilo que está sendo escrito na outra que está enviando a mensagem.
D
 No Brasil já tem disso?
L
 Já, hoje em dia até os bancos têm isso.
D
 Ah, é?
L
 Principalmente pra saber cotação de Bolsa, né?
D
 Ahn?
L
 É.
D
 Ah, cotação de Bolsa, né? Bom, agora, por exemplo, saindo do, da parte de, de correio, como é que se faria ... Um outro meio que o senhor tinha falado no começo, sem ser o escrito?
L
 O oral, né?
D
 O oral. Como é que se faria uma comunicação a essa distância? (sup.)
L
 (sup.) O oral é através de telefone, né?
D
 Hum.
L
 Através de Companhia Telefônica. Atualmente, através de códigos, é possível a pessoa inclusive falar para fora do país, da própria residência, né?
D
 É, como é?
L
 E inclusive a comunicação é muito boa, né?
D
 É melhor do que (sup.)
L
 (sup.) Às vezes melhor do que aqui. Às vezes é melhor do que aqui mesmo.
D
 Hum.
L
 A comunicação é perfeita, é bem audível, né ? Ao menos com esse sistema de ...
D
 Pra fora do país?
L
 Pra fora do país.
D
 Como é que é feita a ligação pra fora do país?
L
 Existe um código de discagem, né? Inclusive a discagem direta, né?
D
 Discagem direta. Pra fora do país?
L
 Pra fora do país. Discagem direta, né?
D
 Hum.
L
 E a cobrança também vem direto, né?
D
 Ah, vem direto. E dentro dos estados?
L
 Dentro dos estados também existe a discagem direta e inclusive isso é através de satélites, né, que ... Inclusive, eu acredito que a companhia lá, a Cetel não, a Cetel é ... O ministério de Comunicações deve ter direito a alguns canais para enviar aos satélites que mantém, né?
D
 Hum.
L
 Pra ser feita então essa emissão, né?
D
 E a (sup./inint.)
L
 (sup.) A discagem direta inclusive, que é como se diz, que os números daqui são acrescentados ao número do telefone local, num código em algarismo, né, que fazem a comunicação direta, né?
D
 E antes dessa, dessa comunicação direta, como é que era feito?
L
 Era feito através de pedido de, da telefonista, né? A pessoa discava e através da telefonista ela fazia a comunicação, né?
D
 E era eficiente essa comunicação?
L
 Anteriormente eu creio que era bem deficiente, né, porque ... Inclusive agora está mais aperfeiçoado, né, quer dizer, é bem audível, né? Antigamente havia interferência, não sei se era ... Não havia o sistema de microondas, né? O sistema antigamente era através de cabos submarinos, né?
D
 Hum.
L
 Atualmente não, através, eh, atualmente é sem cabo, né?
D
 E como é que é esse sistema de microondas? O senhor pode me dar uma idéia?
L
 O sistema de microondas é um sistema tipo de rádio, né? Tipo de televisão com alta freqüência. Existe uns espelhos que eles chamam, o caso, por exemplo, satélites, daqui é emitido para o satélite. Os satélites transmi... retransmitem para a terra, né?
D
 Hum.
L
 É o caso de microondas. Eu, na firma que eu trabalho, Furnas, nós temos um sistema de microondas, né? Existem os pontos mais elevados, eh, esse sistema de microondas, né? Existe, eu acho que eles chamam de espelhos refletidores, né, que a onda refletida e vai transmitindo de pontos em pontos, inclusive os mais altos. Aqui, por exemplo, é o caso do Sumaré, né? O Sumaré tem antenas tanto de televisão quanto de companhias particulares. Furnas tem, inclusive, existe em Furnas um centro que é chamado de Centro de Despacho de Carga, que se tem uma noção de, de, de controle de todas as subestações desde São Paulo até Brasília, né, trazendo o consumo de energia, né, que está havendo na cidade.
D
 Essa transmissão é só de sons ou de imagem também? Essa de microondas?
L
 É de, de imagem também. É o caso da Copa que está sendo transmitida, né, diretamente lá da, da Europa pra cá, né? É som e imagem.
D
 É (inint.) de televisão, né?
L
 É.
D
 Bom, aí, mas aí, o senhor estava falando (sup.)
L
 (sup.) Bom, desde que haja imagem, há televisão, né?
D
 É, pois é. Mas aí, o senhor estava falando do, do sistema de telefonista, né? (sup.)
L
 (sup.) Sistema de telefonista (sup.)
D
 (sup.) Como ele era, né? E, e pra li ... pra discagem aqui, dessa cidade mesmo.
L
 Desde que se consiga a linha, né, é só registrar os algarismos que formam o número do telefone para quem se queira falar, né?
D
 Como é que você podia descrever um telefone, pra gente?
L
 Ah, o telefone é um aparelho, geralmente ... Atualmen... antigamente era só de uma cor, era preto. Atualmente tem as mais variadas cores e formatos, desde os formatos simples e clássicos até os rebuscados e os modernos, né? Compõe de um sistema de, de audição e um sistema de, vamos dizer, pra falar, de falação, né? (sup.)
D
 (sup./inint.)
L
 (inint.) deve ser fone ou de ouvido e microfone de falar, né? E existe um, um disco em que ele registra os algarismos, isto deve ser através de contato, né, através de ... Um algarismo corresponde a um contato, dois a dois contatos, e então esse contato é um contato elétrico que é uma espécie de um sistema de transmissão através de um fio. Composto esse, esse algarismo, esse número através desses algarismos. É então mantido o contato através de uma campainha, né? Se a pessoa estiver em casa, não estiver falando no telefone, a pessoa atende. Geralmente com um clássico alô, o outro pergunta: quem fala, né?
D
 Eh, e quando não, não dá o número que o senhor discou?
L
 Geralmente a pessoa pede desculpa.
D
 Mas o que pode estar acontecendo, aí? (sup.)
L
 (sup.) Ah, a pessoa pode se enganar. Na discagem que é fácil o dedo resvala. Se a pessoa discar rapidamente, o registro pode não ser perfeito, eh, então dá o número errado. Ou então, como é muito comum atualmente, mesmo a pessoa discando certo, cai o número errado, né?
D
 Eh, como é que a gente podia explicar isso, heim?
L
 Eu acho que nem a Companhia Telefônica explica isso, né? Esse é o mistério.
D
 (risos) Um mistério! Agora se paga, né?
L
 Paga, paga porque a cobrança de telefone é feita através dos impulsos, né?
D
 Ah é? Como é feito?
L
 Não sei como é que é feito o registro não, mas da, a partir da hora, do momento que a pessoa estabelece a comunicação, deve haver um sistema de contagem do impulso por minuto e a pessoa paga. Então cada minuto deve corresponder a um número xis de impulsos, né?
D
 E isso é registrado?
L
 Isso é, deve ser registrado. Deve ser um sistema através de comp... computador, né?
D
 Hum, hum.
L
 É, faz o controle e, automaticamente, quando a pessoa levanta aquilo, alô, no número correspondente no computador começa a registrar o que a pessoa está, está discando, né?
D
 Hum. Agora uma outra pergunta que eu queria fazer ao senhor, eh, com a discagem direta, a telefonista perdeu um pouco da função em termos de ligação interurbana. Agora há, há uns novos serviços que a Companhia Telefônica (sup./inint.)
L
 (sup.) Eu creio que não, porque às vezes a pessoa discan... numa discagem direta não consegue, né?
D
 Ah, aí como é que faz?
L
 Aí, pede auxílio à telefonista (sup.)
D
 (sup.) Ah, então ela continua trabalhando (sup.)
L
 (sup.) E continua trabalhando, né, informações, por exemplo, né? É muito comum se, por exemplo, a pessoa quer discar para São Paulo ou qualquer outro local, a pessoa ali disca para a, a Companhia Telefônica local para pedido pra informação de endereço da pessoa. No endereço ele deve ter, ah, o número telefônico, né?
D
 Hum. Agora (sup.)
L
 (sup./inint.) da pessoa, porque geralmente não se tem catálogo da, dos outros estados, né? Geralmente só se tem do serviço local, né? É o caso, por exemplo, nós só temos catálogos da Guanabara. No estado do Rio, pra mim saber, eu teria de ou procurar um catálogo ou então fazer a discagem para a companhia do local e pedindo informação.
D
 E qual a informação que o catálogo for... eh, fornece? As informações. Ele dá o número de telefone ou ...
L
 Ele dá o número. Gera... O catálogo é mais pra fornecer o número do telefone, né? Então a pessoa tem, vamos dizer, entrada, né, lá na, no catálogo, o pessoal pode através do endereço ou através do nome da pessoa então (inint.) tem o catálogo de ... Isso falando, vamos dizer, a questão de comunicação telefônica particular, né? Existe os comerciais. Existe o catálogo comercial, né? Mas assinante, a pessoa pelo nome, a pessoa vai no catálogo de assinante e encontra o número do telefone. Ou, sabendo o endereço, a pessoa vai no catálogo de endereço, pela rua e o número da casa, apartamento, a pessoa vê qual é o número que está querendo, né?
D
 Agora, nestes dois catálogos é preciso se pagar alguma coisa pra, pra ter o nome? (sup.)
L
 (sup.) Não, geralmente, não, geralmente a pessoa, a pessoa já tem automaticamente o número do, o nome em escrito. Ele está computado, vamos dizer, no preço que se paga pelo telefone, né?
D
 E o outro catálogo comercial que o senhor tinha falado? (sup.)
L
 (sup.) Eu acredito que o comercial deve pagar como propaganda, né?
D
 É, paga a propaganda ou pra, pra ter o nome lá?
L
 Não, não, o nome é automático, né?
D
 É automático, né?
L
 Agora, talvez em ... Inclusive eu acho que até pra pessoa, se a pessoa quiser destacar o nome pode, mas paga, né? Existe o tal telefone lista vermelha, né?
D
 É, o que é isso?
L
 A lista vermelha é o contrário. A pessoa sabe o número do telefone e sabe, e procura pelo número do telefone encontra o endereço, eh, a quem pertence o telefone.
D
 Eu não sabia não. E (sup.)
L
 (sup.) É lista vermelha. (sup.)
D
 (sup.) E quem fornece esse livro?
L
 Esse é vendido separadamente.
D
 Por quem?
L
 Não sei. Existe uma companhia que faz o, compõe todos os catálogos, é a, acho que é Lista Telefônica, se não me engano. (sup.)
D
 (sup.) Não é a Companhia Telefônica? (sup.)
L
 (sup.) Não, não é a Companhia Telefônica não. Inclusive eu acho que até o próprio catalógo é feito particularmente para Companhia Telefônica.
D
 Hum, por, por uma empresa particular.
L
 Exatamente.
D
 Agora ...
L
 (inint.)
D
 E, agora eu queria falar é sobre a telefonista. Além desses, dos interurbanos, a Companhia Telefônica tem agora umas outras pessoas que têm um serviço especial. Isso foi muito anunciado no, no, na televisão, se lembra?
L
 Não. Não sei não.
D
 Parece que a gente disca um número, eh, um, um certo número, depois os quatro primeiros números do, do nosso telefone pro pedido especial.
L
 Não, esse é o serviço de informação, serviço de reclamação, serviço de conserto, né?
D
 Isso é novo, né?
L
 É, isso é novo porque, eh, a discagem, a, a, o número da estação do código local, vamos dizer, da estação do Leblon, é o caso de oito sete, a pessoa disca oito sete e acrescenta mais dois ou três algarismos que faz a ligação para a Companhia Telefônica. Não tem cinzeiro!
D
 Não, não faz mal. Eu ponho aqui. Agora uma, uma outra coisa que eu queria saber do senhor, aqui o senhor tem um telefone próprio, né?
L
 É.
D
 Como é que o senhor faz pra conseguir esse telefone?
L
 Bom, através de muita paciência. Eu me inscrevi no plano de expansão. Eh, isso através do plano de expansão a pessoa compra ... Pra ter direito ao telefone é obrigado a ser, vamos dizer assim, acionista da Companhia. Então a pessoa se inscreve nesse plano, ela faz uma espécie de carnê, pago, era pago mensalmente. Se não me engano eram vinte e quatro ou trinta cotas, né? Eh, após o término a pessoa pega, vamos dizer, as ações da Companhia Telefônica, né, quer dizer, um montante de dinheiro relativo ao que a pessoa pagou. A pessoa recebe as ações, automaticamente fica como acionista da Companhia Telefônica.
D
 Não paga mais o resto da vida?
L
 Não, não, paga só o telefone, né? Normalmente tem que pagar mais.
D
 Agora outra coisa: esse, esse barulho que está fazendo aqui, tem outro lá em cima, né?
L
 Tem, tem uma extensão.
D
 Tem uma extensão, né? (sup.)
L
 (sup.) Tem uma extensão.
D
 Eh, e a extensão é só pra colocar dentro da mesma casa ou a gente pode (inint./sup.)
L
 (sup.) Eu acredito que eles po... Eu acho que a Companhia faz instalações de telefones em outras casas, né, com o mesmo número.
D
 Com o mesmo número?
L
 Com o mesmo número. Eles fazem ... Não sei se há alguma, alguma, alguma ... Eu acho que só mesmo dentro da mesma estação que é possível fazer isso, né, pra ser perfeito, né?
D
 E quando o senhor por exemplo está morando, o senhor está morando aqui no Leblon, né, sua estação é oito sete.
L
 Oito sete.
D
 Se o senhor quisesse mudar pra Tijuca, como é que o senhor faria? (sup/inint.)
L
 (sup.) Então eu deveria ir à Companhia Telefônica comunicar a mudança de endereço e solicitar uma transferência.
D
 Uma transferência? E isso seria rápido?
L
 Eu não sei. Sinceramente, não sei. Eu acredito que seja, porque no próprio plano de expansão existe uma reserva, uma percentagem de linhas exatamente já prevendo essa transferência, crescimento, talvez, do bairro, né? E geralmente previsão, isso sempre falha, né?
D
 Agora, tem uma outra companhia também (sup./inint.)
L
 (sup.) É a Cetel, né?
D
 Cetel é particular? (sup.)
L
 (sup.) Cetel não é particular não, é estadual, né, Companhia Telefônica Estadual. É interligada ao sistema da Companhia Telefônica, né?
D
 E ela a... atua em que área?
L
 Ela atinge a área, eu acho que só a área rural, né? Área rural, é Jacarepaguá, Campo Grande, Nova Iguaçu, Nova Iguaçu não, Nova Iguaçu é estado do Rio. Mas é dentro da área rural só (sup.)
D
 (sup./inint.)
L
 (sup.) Convênio com a própria Telefônica (inint.) acho que a Cetel deve, deve atuar na, nas áreas que antes não eram atingidas pela CTB, né?
D
 Agora, como nível de funcionamento assim ...
L
 (inint.) geralmente, inclusive já existem muitas ligações entre ...
D
 Ah, é?
L
 Mas elas não são, não, não é possível a pessoa dum telefone da CTB ligar pra um da Cetel.
D
 Como será que isso é feito?
L
 Através da Central Telefônica, né?
D
 Central Telefônica, né? Agora, voltando para o aparelho particular, que outros tipos de, de, de aparelhos o senhor teria se o senhor não tivesse telefone em sua casa? Como o senhor con... conseguiria falar com uma outra pessoa pelo telefone?
L
 Ah, teria de pedir ao vizinho.
D
 Ao vizinho! (risos)
L
 Ou então eu iria a um telefone público, né?
D
 A um telefone público, né?
L
 Atualmente os famosos orelhões, né?
D
 Os orelhões. E como é que o senhor conseguiria falar? Pegaria, falaria?
L
 Bom, geralmente a pessoa ... É preciso ter uma ficha.
D
 Ah, uma ficha.
L
 Porque o, o aparelho só, só completa a ligação se for colocado, se for introduzida uma ficha correspondente ao valor da chamada. E essa chamada, eh, você pode, se não me engano, ficar três minutos.
D
 Três minutos.
L
 Após os três minutos, automaticamente, desliga, né?
D
 Ah, desliga.
L
 A não ser que a pessoa introduza nova ficha. Dá um ruído, dá um (sup.)
D
 (sup.) Dentro da mesma ligação? (sup.)
L
 (sup.) Dentro da mesma ligação é possível. Acredito que é possível porque dá um ruído, um ruído característico, né, que a ligação te... vai mais meio, meio minuto estará terminada. Então, se a pessoa acrescentar, há uma, faz uma espécie de prorrogação automática, né?
D
 E, eh, sem ser em orelhões, o ... Há telefones públicos também em outros lugares, né?
L
 Há telefone público geralmente em casas comerciais, né? Funcionam também através de fichas, né? E geralmente é só para chamadas locais, né? (sup.)
D
 (inint./sup.)
L
 (sup.) Não existe para chamada interurbana.
D
 E se uma pessoa não tem telefone e quer fazer uma chamada interurbana?
L
 Aí é obrigada a ir em agências da Telefônica, que tem que ir em determinados bairros para então fazer a chamada interurbana, né? Ou, e se eu, eu, eu acho que não me engano, no Rio, Petrópolis, Petrópolis para, para o Rio, se faz discagem direta, mas só na Companhia Telefônica, quer dizer, através de fichas, né? Já é um sistema local, né? Agora, pra mais longe, a pessoa então fala à telefonista, paga uma certa taxa. Elas fazem a ligação, após a ligação elas lêem quantos minutos que a pessoa falou e qual é o preço. Então a pessoa ou completa o pagamento, ou então recebe o troco.
D
 Agora a gente vai mudar um pouquinho pra outro que estava faltando, que era a imprensa, né, e que é uma comunicação escrita também, mas aí, vai ser feita em outros, outros termos. Como é que o senhor podia assim, em termos de jornal, no Rio de Janeiro, o que que a gente tem, quais são os tipos de jornais (inint.)
L
 Acho que, geralmente o jornal procura ... São os jornais, vamos dizer, característicos, são os jornais que procuram atingir, vamos dizer, uma determinada parte da população, né? Então ...
D
 Que tipo de jornais pra que tipo de população?
L
 Ah, esse é o caso, por exemplo, existe o Jornal dos Esportes, é um jornal caracteristicamente para aqueles que gostam das notícias esportiva, né? Há jornais de informações gerais, (tosse) é o caso do Jornal do Brasil. Existem várias seções, dentro da seção, seções comerciais, seções policiais, seções políticas, seções locais, do, de movimentação do estado, seções de, financeira, né, quer dizer, os jornais procuram complementar (inint.) de um modo geral todo jornal procura atingir cem por cento da população, né?
D
 Cem por cento. Agora e os outros (inint./sup.)
L
 (sup.) Aí tem em geral. Há jornais comerciais (sup.)
D
 (sup.) Ah, é? (sup.)
L
 (sup.) O próprio Jornal do Comércio, né, que trata mais da parte do comércio, parte de Bolsa, partes que atingem mesmo os mais, os, já os comércios em si, né? Há o jornal, Diário de Notícia, que era um jornal caracteristicamente, que dava notícia sobre o funcionalismo estadual.
D
 Ah é? É de algum órgão ou ...
L
 É de órgãos particulares, né?
D
 E, e, e outros?
L
 Ah, existem os órgãos oficiais. É o caso da Imprensa Nacional que emitem os Diários Oficiais, que publicam os decretos e as notícias tanto do estado, quer dizer, as notícias estaduais quanto as notícias federais, né? De âmbito federal, né?
D
 Agora, voltando pros particulares, o senhor já falou do nível esporte, do comércio, de informações gerais e o, os outros?
L
 Ah, tem uma série deles, né? Tem de propaganda como bairros, tem os jornais do indivíduo, bairro, né, quer dizer, que são jornais feitos pelo, pelo comércio, né, mais propaganda comercial, Se existe algum clube no bairro, ele dá a notícia do clube, né, quer dizer, são jornais mais que abordam mais os problemas do bairro.
D
 Do bairro, né? Eh, e os, os jornais de crime assim ...
L
 Ah, esse é o famoso, é O Dia, né (inint.) não sei.
D
 E atinge assim que faixa da população?
L
 Bom, eu acho que atinge mais aquelas que, que, que sentem um certo prazer em ler notícia de crime, né?
D
 Agora, dentro do jornal, o senhor tinha falado que nós temos várias, várias seções, né?
L
 Várias seções.
D
 Agora, que está, quem estava encarregado dessas seções? Como é que seria feita?
L
 Eu acredito que essas seções existem (inint.) mas do seu ramo, né, a parte de Letras, né? Aliás, a própria Academia de Letras tem um jornal, né?
D
 Ah, é?
L
 É. O jornal da Academia de Letras, e tem mais um jornal que é a parte dos literatos.
D
 E eles dão notícias?
L
 Dão notícias da Academia de Letras, né? Muitas obras de escritores novos, antigos, né, poetas. Eu acredito que os jornais (sup.)
D
 (sup.) Isso também não é um jornal, assim do tipo Jornal do Brasil, O Globo (inint./sup.)
L
 (sup.) Tem, tem o Jornal do Brasil, tem as notícias literárias, né? E, inclusive, acho que as seções são entregues aos repórteres, vamos dizer, especializados. E é uma profissão, como toda a profissão, existe a especialidade (sup./inint.)
D
 (sup./inint.) até, até uma facilidade, né?
L
 Não, existe sim. Comunicação, atualmente, é uma cadeira, né? Eu não sei se é dada em que curso, né? (sup.)
D
 (sup.) Não, isso é uma faculdade isolada (sup.)
L
 (sup.) O curso de psicologia ... Eu não sei, eu não sei se existe. Eu sei que pra comunicação existe até propaganda, né? Atualmente deve ser uma boa profissão, né?
D
 (risos) Muito badalada, né?
L
 É, badalada e bem paga, né? Você vê, inclusive, nos anúncios ... Os anúncios atualmente são uns anúncios bem, bem feitos, né? Não são como muitos que eram feitos antigamente sem técnica, né?
D
 Hum. Como é que são os anúncios agora mais ou menos?
L
 Acredito que eles tenham uma, uma certa técnica, inclusive abordam muito o lado humorístico, procurando tirar partido, então, pra chamar atenção, né? Aí inclusive existe uma certa, vamos dizer, a renovação do tipo de anúncio, talvez pra não cansar tanto aquele que esteja ouvindo ou vendo o anúncio, né?
D
 Eu não sei, parece que ...
L
 É uma técnica, né? (sup.)
D
 (sup.) Companhia (sup.)
L
 (sup.) Escola (sup./inint.)
D
 (sup./inint.)
L
 (sup.) Não, eu acho que existem (sup.)
D
 (sup.) Organizações, né? (sup.)
L
 (sup.) Companhias de organizações de propagandas, né?
D
 É. Como é que (inint.) trabalha? (sup.)
L
 (sup.) Eu não sei. Eu acredito que eles devem (sup.)
D
 (sup.) São contratados? (sup.)
L
 (sup.) Eu acredito (inint.) bom, eles devem ser contratados por uma companhia que queira fazer determinado anúncio de um produto. Acredito que essas companhias devem ter, vamos dizer, pintores, devem ter, talvez, literatos, talvez pra compor, vamos dizer, compor uma frase que seja, que caia bem no ouvido do povo, né? Talvez artistas contratados pra fazer uma (sup./inint.)
D
 (sup.) E a parte visual? (sup.)
L
 (sup.) A parte visual, artística, né? Pra fazer um desenho ou então um artista, vamos dizer, pra fazer uma decoração, pra fazer uma maquiagem, né, quer dizer, existe uma técnica de comunicação, né?
D
 É. E essas organizações, como é que, que elas receberiam o pagamento, alguma coisa assim? Seria um contrato contínuo? (sup.)
L
 (sup.) Eu não acredito que seja, eu acredito que não seja através do produto, né?
D
 Como através do produto?
L
 Ah, o camarada pode fazer uma propaganda da Coca-cola e receber mensalmente caixas da Coca-cola, (risos) quer dizer, era o sistema de comércio arcaico, né (inint.) mas eu acredito que eles devem ter um contrato, né? E isso deve ser um contrato válido por um determinado tempo. Talvez com direito a renovação. Talvez renovação dos, dos anúncios, né, quer dizer, há uma variação.
D
 Eh, agora uma outra pergunta que eu queria fazer pro senhor, dentro de um jornal, pra se fazer esse jornal, um exemplo do, da, do lugar que se faz o jornal, onde se, se organiza o jornal. Como é que ... Quais seriam as, as fases (inint.) as fases (inint./sup.)
L
 (sup.) Isso sinceramente eu não sei. Mas eu acredito que, eu imagino que uma pessoa, por exemplo, que pega uma reportagem, escreve numa folha, devem passar, vamos dizer, por um, eh, responsável pelo jornal, que é seção de censura, né? Devem passar talvez através de alguém que conhece gramática pra não sair erro.
D
 E o nome (inint.)
L
 Aí eu não sei. Eh, deixa ver se eu lembro o nome ... Existe um nome, cada nome para uma função (inint.) redator, eu não sei se é redator, redator-chefe, né?
D
 É, o redator ...
L
 Redator é aquele que (inint.) aquele que faz a redação. O redator-chefe, talvez (sup./inint.)
D
 (sup.) Para rever?
L
 Deve ser um revisor, né, um revisor. Mas um revisor, acho que (inint.) eu acredito que (inint.) a uma, vamos dizer, uma ... A reportagem, deve passar então, vamos dizer assim, um verdadeiro crivo, né? Ele faz um crivo de censura, um crivo de gramática, né? Uma, uma certa composição, né? E, vamos dizer, certos repórteres já têm uma certa tarimba, já sabem organizar perfeitamente uma reportagem, né, ou já está bem familiarizado com o, com o jornal, com a direção do jornal. Mas há repórteres novos, né, que precisam ser orientados, talvez uma redação precisa ser corrigida, talvez reformada. Porque também há uma técnica, toda técnica de comunicação (inint.) uma mensagem para facilitar e pra pessoa poder, vamos dizer, ser agradável a leitura e chamar a atenção, né?
D
 Chamar a atenção de que forma?
L
 Não, chamar a atenção é o jeito que eu me expressei, né? Mas eu digo a própria extensão das letras e os tipos, o, o modo e o aspecto dos tipos, vamos dizer, pra que a leitura não seja cansativa, né?
D
 Agora, o tipo vai variar muito conforme o tipo de jornal, né? Por exemplo, O Dia vai colocar um título bem diferente de um Jornal do Brasil. Quais são, mais ou menos, as diferenças de uma mesma notícia?
L
 Tem esse caso famoso aí, né, que é uma piada, né, da, do camarada que, da bicicleta, né, anúncio de uma bicicleta, né? O camarada bota, um bota no Jornal do Brasil o anúncio: vende-se, né, vende se uma bicicleta, né? O outro n'O Dia, por exemplo: vende-se uma bicicleta trombada que morreu o dono num atropelamento, né? Tudo piada, né, vai mostrar exatamente o modo cômico que cada jornal dá a notícia, né? E há aqueles jornais que são mais, vamos dizer assim, sintéticos, aqueles jornais mais, que não dão tanto realce no, como é o caso do O Dia, que dá realce aos casos de crime, esse negócio. Ele dá realce mais a esse tipo, né, Jornal do Brasil, só quando fazem, vamos dizer assim, grande parte da população que eles dão realce.
D
 É, agora, depois da notícia escrita, como é que ela chega à própria folha, a, a folha que a gente vai receber?
L
 Pois é, isso (inint.) e tal. É feita a redação, vai ser entregue, vamos dizer, a um editor, o editor compõe o jornal. Acredito que o jornal vá pra, pra composição, né (sup./inint.)
D
 (sup./inint.)
L
 (sup.) Eu acho que deve ter algum encarregado pra dar, vamos dizer, dentro do, das páginas do jornal ele ir organizando as colunas, né?
D
 Hum, e como é que ele é impresso?
L
 Ele é impresso através de tipos, né, através de ... Agora, como é que funciona esses tipos, eu não sei. Eu sei que eles vão pras máquinas chamadas de rotativas, que são máquinas automáticas, impressoras, né? E que existe, eh, são automáticas (inint.) automática. Alimentação de papel é automática, né?
D
 Hum, o papel vai passando.
L
 O papel vai passando e aquilo vai imprimindo através de rolos seguidos, né, vai imprimindo folha e essas folhas vão sendo, vamos dizer, organizadas, cortadas e vão sendo arrumadas, né? Isso deve ser então um sistema todo automático, né?
D
 É. Agora esse tipo de papel é sempre de, de um material que é aproveitável de outra coisa, não é?
L
 O papel geralmente ele é feito de poupa de madeira, né? Geralmente é que desse, grande parte é importada e essas companhias (inint.) essa poupa de, de eucalipto e poupa de pinho, de pinheiro, né? Então era bem importada, antes era muito importada. É da, é muito vinda da Finlândia, né?
D
 E era importada?
L
 Era importada. Ainda atualmente é importada. Inclusive (inint./sup.)
D
 (sup.) Por que o papel suja tanto a, as nossas mãos (sup./inint.)
L
 (sup.) Ele não deve absorver a tinta, né? No próprio modo de, de, de impressão a tinta não deve ser uma tinta, uma tinta, vamos dizer, uma tinta especial. Se fosse tinta do, uma tinta especial encarece muito o preço da tinta. Então não compensa ao preço do jornal, que deve haver um interesse dos jornais em fornecerem um jornal abaixo do preço. Porque o jornal, vamos dizer, o jornal de hoje já não serve pra amanhã, você tem que fazer outro, quer dizer, então há necess... há o interesse de eles baratearem, vamos dizer, a, a, a produção do jornal.
D
 Agora, os tipos, o jornal não serve pra amanhã, essa nota a gente já sabe. Agora, os tipos por exemplo eles jogam fora ...
L
 O tipo, sinceramente, eu não sei. Eu acho, eu acredito que seja feito (inint.) então, de repente ele é refeito, né? Há um reaproveitamento.
D
 Reaproveitamento, né? E o tipo de jornal, se for bom jornal, quer dizer, um novo tipo de impressão que é muito badalado (inint.) estrangeira?
L
 Eu não sei qual é não.
D
 Esse era, parece que não era assim um tipo de (inint.) que seria reaproveitado. É (inint.)
L
 Eu não sei. Só se for um sistema de, de fotografia, né? (sup.)
D
 (sup./inint.)
L
 (sup.) Acredito que só através de fotografia. Eu não sei como é que é feito.
D
 E a impressão de um livro? Eu soube que seu lance é jornal, né?
L
 Eu não sei.
D
 Você não faz idéia (inint.)
L
 Eu não faço idéia. Não faço idéia. Só sei que deve ser bem diferente porque o livro é muito mais caro. Enquanto o jornal, a gente paga um cruzeiro pelo jornal. O jornal de domingo, por exemplo, sai muita matéria (inint.) a um cruzeiro e cinq"enta, dois cruzeiros. O livro sai praticamente na base de duzentos, trezentos ou mais, né? Quando o livro é importado vai até quatrocentos, quinhentos.
D
 Agora, o jornal, as folhas são, são soltas, né? Agora (inint./sup.)
L
 (sup.) São soltas. No livro é preso (inint.) o jornal ... O jeito é esse sistema de paginação. Às vezes também indica a paginação, a composição, né, a encadernação, né (inint.) vira uma revista. Se bem que numa revista a encadernação é mais na base de, de grampo, né (inint./sup.)
D
 (sup.) Ah, e o livro?
L
 O livro, o livro, eu acho que é perfurado. O livro, ele é feito de vários cadernos, né? Cadernos, vamos dizer, são um complexo de vinte páginas ou quatro folhas, considerando a folha como duas páginas. Então elas são presas através de uma linha e vai formando, vamos dizer, uns cadernos. O caderno depois compõe um livro, né? Essas linhas são coladas e costuradas (inint.) às vezes de brochura, às vezes encadernação (inint./sup.)
D
 (inint./sup.)
L
 (sup.) Papel mais vagabundo, geralmente é um papel mole. E ele é bem mais barato.
D
 Agora, e o outro tipo?
L
 O outro tipo tem, às vezes, encadernação, né (inint.) que tem gravuras impressas, né, que, que encarecem muito a, o livro (inint.) litogravuras, né, é uma espécie de uma gravura impressa, né? Às vezes é encadernação de luxo, a capa é toda trabalhada, o (inint.) capas de couro impressas (inint.) isso encarece muito o valor do livro, né? O va... o preço do livro, o valor é o que tem no conteúdo, né?
D
 E, e, e o, e o, as coleções que foram editadas e, e compradas nas bancas de jornais?
L
 (inint./sup.)
D
 (inint./sup.)
L
 É uma espécie desses cadernos escolares, né, que não existe uma capa, eu acho que uma capa com ... Não é bem escolar não, porque a pessoa, vinha uma capa e a pessoa comprava essa capa e depois eu acho que levava (inint.) e as revistas, então, entregues aos jornaleiros e mandavam uma para uma encadernadora, né? É tipo uma encadernação.
D
 E ele comprava como esse, as partes (sup.)
L
 (sup./inint.) as partes são, não eram cadernos não. Pra mim, eram números, né (inint.) eram semanais ou uns eram quinzenais, ou mensais, né? Então a pessoa fazia, vamos dizer, a coleção. Depois, a cada, o número, tipo de número, dez, quinze ou vinte, então correspondia a uma capa. E acho (inint.) tem direito a uma capa ou não, a capa é comprada, eu não sei, sinceramente, eu nunca (sup.)
D
 (sup.) Você acha que valeu a pena esse tipo de comunicação?
L
 (inint.) uma espécie de comunicação pra atingir, vamos dizer assim (inint.) eu sei que eles fizeram um, abordaram muitos temas literá... de, de literatura, né, de música, né? Inclusive tinha um que (inint.) não deixa de ser interessante. É quase uma cultura geral procurando atingir a população, né? Eu não sei se, se importa essa melhoria de cultura, né?
D
 (inint.) que, que atingiu, né (inint./sup.)
L
 (sup./inint.)
D
 (sup.) Aí, por, por exemplo: numa banca de jornal o que você encontraria pra comprar?
L
 Atualmente se encontra de tudo, né?
D
 O quê, por exemplo?
L
 Ah, se encontra jornal, revista, banca de jornal anda vendendo disco. Uma vende até cigarro, né? Uma vende ficha pra telefônica (inint./sup.)
D
 (sup.) Ficha de telefone! Agora, a diferença qual seria? Por exemplo, pra se comprar es... essas coleções bastaria já uma banca de jornal (sup./inint.)
L
 A banca de jornal ...
D
 Agora, e o livro (sup./inint.)
L
 (sup.) O livro ... O próprio jornaleiro, atualmente, vende o livro, né? Tem uns livros (inint.) edições de bolso, né, ou então o pessoal vai, eh, em livrarias para adquirir o livro, né?
D
 E esses livros são feitos por quem, por quem?
L
 Por produtoras, viu!
D
 Produtoras!
L
 Produtoras que estão a fim de determinado assunto, procurando lançar ... Às vezes fazem uma pesquisa de mercado desgraçada, às vezes lançam uma, uma edição, vamos dizer, um pouco alterada pra não encalhar o livro, né? Se o livro estiver saído, então é feita uma nova edição. Fazem propaganda também do livro, né?
D
 Agora, como é que é feita essa propaganda? (sup.)
L
 (sup.) A propaganda (inint.) o próprio Jornal do Brasil eu sei que de vez em quando ... No jornal existe uma seção que faz comentários sobre os livros lançados, né? Faz uma pequena crítica do livro (inint.)
D
 Aonde?
L
 Em seção especial. Mas isso é só livros, se eu não me engano.
D
 E, e, e tem ... Isso cai, esse tipo de propaganda?
L

  É razoável. Que a pessoa, no meu caso, às vezes eu vejo algum artigo assim que interesse e que força o interesse, né, quer dizer, então foi válida a propaganda, né? Então a pessoa procura comprar através de uma informação.