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PROJETO NURC-RJ

Tema: "Tempo cronológico"

Inquérito 0191

Locutor 218
Sexo feminino,44 anos de idade, pais não-cariocas
Profissão: professora de geografia e história
Zona residencial: Norte

Data do registro: 23 de novembro de 1973

Duração: 45 minutos

Som Clique aqui e ouça a narração do texto


L
 (inint.) uma hora e vinte, mais ou menos, de cinco para as onze a uma e pouco, depois eu vou almoçar. Venho e começo a concluir (inint.)
D
 Me diz uma coisa, esses dias seus são sempre assim?
L
 (inint.)
D
 (inint./sup.)
L
 (sup.) De horário? (sup.)
D
 (sup.) De horário.
L
 De segunda a sexta, o meu horário aqui no IBGE é de nove da manhã às doze e trinta e de catorze às dezoito e trinta. Agora três vezes por semana eu vou para o colégio dar aula à noite, de sete às dez e meia, ou melhor dizendo, vinte e duas e trinta.
D
 Sei. E assim em termos de atividade, um dia seu, digamos, você podia me descrever ... Assim, sabe, à medida que é um dia muito atribulado, digamos, vamos supor que seja um dia que você tenha que (inint./sup.)
L
 (sup.) Sei, tá, na ... Já ... No serviço (sup.)
D
 (inint./sup.) vir aqui e vir dar aula. Então qual seria assim aquela rotina sua?
L
 Bom, aqui no IBGE, a minha principal ocupação atualmente é a organização de cursos para aperfeiçoamento de professores. Então tem um cur... os cursos que são realizados aqui no Rio e quatro cursos que são realizados fora do Rio. Então (inint.) esses cursos são assim uma série de trabalhos preparatórios, né? Então por exemplo nós vamos descrever hoje, né, o dia de hoje por exemplo cheguei, já tem, estou numa fase de divulgação do curso, quer dizer, eu fui designada para coordenadora do curso então ...
D
 Você chegou aqui que horas?
L
 Nove horas.
D
 Eh, tem assim um rigor pra chegar àquela hora? (sup.)
L
 (sup.) Tem, quer dizer, né, um rigor absoluto não, eh, não é livre, porque tem o, tem ponto assinado, né? Então a gente tem que chegar na hora. Quer dizer, agora se eu chegar cinco minutos ou dez minutos atrasada, não vai me acontecer nada, por... atualmente, né, porque é ponto assinado. Mas, claro, se eu chegar muito tarde, o meu diretor vai achar ruim comigo (riso/sup.)
D
 (sup.) Sim (sup.)
L
 (sup.) Mas aí é uma questão de consciência, né, a gente procura chegar no horário, porque tem aquela obrigatoriedade do horário ser respeitado. E agora se fosse assim uns tempos atrás, quando (inint.) relógio de ponto, então aí a pessoa era descontada, né?
D
 Era descontada (inint./sup.)
L
 (sup.) Ah, era descontada (sup.)
D
 (sup.) Não havia possibilidade de (inint./sup.)
L
 (sup.) Não, não, era descontada (sup.)
D
 (inint./sup.) dia mais tarde?
L
 Compensar? Não.
D
 Não?
L
 Não. Várias vezes eu fui descontada. Agora, quer dizer, depois que a gente passa pra ch... quer dizer, no momento em que o chefe (inint.) então a gente assina o ponto. Agora há coisa de uns meses pra cá houve, a presidência do IBGE mudou o sistema. Todos, eh, todas as pessoas assinam o ponto, entende, não tem mais o sistema de ponto batido no relógio. Então aí é o chefe que tem que controlar, né?
D
 E como é que ele faz esse controle?
L
 Bom, eu lá na minha seção por exemplo vejo que, se, quando ... Em geral eu não tenho problema de pessoal não, porque se alguém vai precisar chegar às vezes uns minutos atrasado, sempre de véspera me avisa. Mas não na hora da entrada dificilmente. O que às vezes pode ocorrer durante o dia, às vezes uma tem hora no, no médico, né, eh, então pede pra sair durante uma hora assim e volta. Mas isso é de ma... é muito raro mas, quando acontece, a gente está sempre sabendo o que que está acontecendo com a pessoa.
D
 Hum, hum (inint.) vamos continuar.
L
 Bom. (risos) Bom, então eu chego, né, e geralmente ... Agora por exemplo, né, hoje, né, a parte da divulgação toda. Então eu providenciei toda a parte de divulgação do curso. Esse curso vai ser reali... realizado em janeiro e a finalidade do curso é para aperfeiçoamento de professores de ensino superior. Mas o IBGE, esse ano ele vai, está adotando uma, um novo plano de ação. Então em vez de ser o curso especificamente a, para professores de geografia do magistério superior, além dos professores de geografia também estão sendo convidados os professores do departamento de ciências sociais, porque nós vamos também focalizar temas de sociologia, de psicologia social, antropologia. É uma nova linha que o IBGE (sup.)
D
 (sup.) Geografia humana?
L
 É, geografia humana, né? Nós estamos ainda na escolha do tema, embora tenhamos já alguns assim pra resolver, então nós, por exemplo, agora nós estamos fazendo esta parte da divulgação que nós remetemos para os principais jornais do país, nós remetemos assim um pedido de divulgação. Hoje por exemplo a Última Hora até já publicou. Então nós (inint.) tivemos que distribuir pra jor... Jornal do Brasil e jornais também do estado de São Paulo, jornais de, de uma série de estados, né? E além de uma divulgação pela Agência Nacional também. Depois disso nós mandamos também para todos os delegados de agências estatísticas das capitais, pedindo pra eles divulgarem o curso nos estados, né? Cercar por todos os lados, né? E fazemos também essa divulgação através ... Nós mandamos uma circular para todos os diretores das faculdades onde tem o curso de ciências sociais e geografia e também para os departamentos de, de geografia, pedindo então a divulgação entre os professores universitários. E aí nós marcamos a data, né, pra término das inscrições, eh, digamos, a série de requisitos necessários para inscrição nos cursos e esperamos, né? Daqui a, daqui a alguns dias as inscrições terão, iniciar-se-ão, com toda a certeza. Bom ...
D
 Agora me diz uma coisa, vocês ... Esses cursos são planejados para funcionar, eh, determinados dias ou (sup.)
L
 (sup.) Não, estes cursos são assim: o, no mês de janeiro, durante quinze dias, no horário integral, nós fazemos o curso, eh, visando o aperfeiçoamento dos professores do ensino superior. No mês de julho, na primeira quinzena, nós fazemos um curso semelhante, mas somente visando os professores de ensino médio, quer dizer, o antigo ensino médio, quer dizer, professores do, das últimas séries do primeiro grau e segundo grau, né? Quer dizer, na área de geografia. Atualmente, de dois anos pra cá, estamos aceitando também professores de história, porque eles estão com uma deficiência em, na, nos conhecimentos geográficos e eles têm que dar Estudos Sociais, onde a geografia está incluída, né? Nós estamos aceitando também. Bom, estes cursos são aqui realizados na Guanabara. Agora nós realizamos também quatro cursos fora do Rio, quer dizer, eh, cursos de extensão universitária. Quer dizer, eh, a faculdade de ... Por exemplo agora mesmo, domingo, eu cheguei de Maringá, do estado do Paraná. Eu fui administrar um curso de geografia urbana da faculda... a Fundação Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Maringá solicitou o ano passado um curso ao IBGE. Então entra naquela fase assim de espera, né? Então chegou a vez esse ano de Maringá (sup.)
D
 (sup.) E tem lista de espera por quê?
L
 Porque são muitos pedidos. Então nós colocamos assim numa fila. Quer dizer, o ano passado, Maringá, agora, aliás ela pediu não foi nem o ano passado, ela pediu ano atrasado, né? Em setenta e, em setenta e um, mas acontece que em setenta e dois nós já ti... tínhamos feito, havíamos feito dois cursos no norte do Paraná, um em Cornélio Procópio e um em Apucarana, não, em Apucarana não (inint.) foi Apucarana não, foi Paranavaí. Então fizemos em Cornélio Procópio e em Paranavaí. Então Maringá também fica no norte do Paraná, então seria assim a gente dar, eh, muito curso no norte do Paraná e outras regiões do Brasil haviam pedido também. Então nós deixamos Maringá, que tinha sido o último pedido, pra esse ano. Então esse ano um dos cursos foi realizado em Maringá, foi agora em ... Peguei esses feriados, trabalhei esses feriados todos aí. Então voltei domingo, quer dizer, fui, dessa vez até fui, fui sozinha dar o curso. Geralmente vão dois ou três geógrafos, dessa vez havia dificuldade, então fui sozinha. Então, quer dizer, a faculdade pede esses cursos, então entram na espera e quando nós podemos atender nós entramos em comunicação com elas. Elas dizem os temas que elas querem, aí nós dizemos o período que nós podemos ir.
D
 E concretamente, eh, como é que vocês distribuem (inint.) a duração (inint.) o tempo do curso, de trabalho? (sup.)
L
 (sup.) Bom, geralmente, o tempo é o seguinte: por exemplo vamos, vou descrever pra, pra senhora primeiro o curso esse ano, em janeiro, como foi realizado o curso de janeiro.
D
 Eu queria assim os horários das aulas (inint./sup.)
L
 (sup.) Ah, bom, o horário integral. Geralmente nós começamos o curso às dez horas, porque, hum, são professores por exemplo no mês de janeiro vêm professores do Brasil inteiro, né, então nós, eh ... Muitos professores às vezes têm muitos parentes aqui e às vezes nos lugares mais afastados do estado da Guanabara. Se começar muito cedo, às vezes corre o risco, quer dizer, a pessoa não está acostumada ainda a lidar, a andar no Rio, tomar condução, então às vezes atrasa. Então nós marcamos aqui quinze para as dez pra começar e realmente começamos a aula às dez. Damos aulas de dez ao meio-dia e depois de uma e meia até a hora que acabar, cinco, cinco e meia, seis horas, dependendo. Nós não forçamos assim o professor pra terminar uma determinada hora sua aula, porque às vezes ele tem um assunto mais interessante. Surge, surgem dúvidas, perguntas, enfim um interesse maior, então a gente deixa o professor até a hora que, que ele agüentar e que os alunos também, professores, né, agüentarem. Mas, eh, o de janeiro, até esse ano de setenta e três, nós fizemos especificamente para professores de geografia de ensino superior. Então nós conseguimos uma, uma verba na CAPES, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior, e com essa verba nós conseguimos levar os professores para fazer uma pesquisa de campo, porque o IBGE não tem, o IBGE não tem assim, não sei nem como exprimir, quer dizer, não tem base legal pra fazer face às despesas com o pessoal de fora, entende? Então a CAPES, eh, assim enquanto ... O IBGE assina convênio com a CAPES, então consegue uma, uma verba, uma quantia xis, quantia essa que serve para pagar a hospedagem dos professores universitários na, na região em que nós vamos fazer pesquisa de campo. Porque geralmente, entre os professores universitários aqui do Brasil, não digo assim do Rio, São Paulo, dos centros maiores, que às vezes dispõem de mais re... recursos, mas os professores às vezes de faculdades assim mais do interior, eles não, não, eles têm uma deficiência muito grande na parte de trabalho de campo, né? Por exemplo em geografia, o professor precisa trabalhar no gabinete e também precisa saber trabalhar no campo, né? Então essa parte nós procuramos sanar. Esse curso em janeiro por exemplo, que foi realizado em setenta e três, nós fizemos uma parte aqui no Rio e uma parte nós realizamos em São José dos Campos e em Campos de Jordão. Quer dizer, nós escolhemos o Vale do Paraíba do Sul por causa do tema que foi estudado, né? No caso nós pegamos, pegamos e dividimos os professores universitários, nós o, o, dividimos eles em duas equipes: aqueles que têm a sua especialidade mesmo, que é geografia física, e aqueles que têm a sua especialidade dentro da geografia humana. Então este ano a geogra... setenta e três, a geografia física focalizou a bio-geografia, porque realmente é o ramo mais deficiente deles. E nós contamos com a colaboração de um professor que já pertenceu aos quadros do IBGE, atualmente ele já não é mais, não pertence mais ao IBGE. Mas ele é muito amigo nosso e ele sempre colabora com o IBGE, professor Edgar Cunha. Então ele, ele trabalhou conosco então e a parte de pesquisa de campo ele orientou os professores na parte de bio geografia. E na, e os professores que estavam inscritos na, na geografia humana, foi trabalhado mais a parte de geografia quantitativa, através do modelo da análise fatorial. Então foi feito um estudo urbano usando-se a análise fatorial, porque realmente eles não ... São poucas as faculdades aqui no Brasil que já estão se introduzindo neste assunto da geografia quantitativa, quer dizer, usando a quantificação como um grande instrumento da geografia (sup.)
D
 (sup./inint.) nos trabalhos de campo (inint./sup.)
L
 (sup.) Não, a parte, eh, porque nós trabalhamos aqui, por exemplo trabalho de campo significa ficar o dia todo mesmo no campo, né, porque na geografia física não ... É observação, por exemplo observação do relevo, né, da topografia, da (sup.)
D
 (sup./inint.) trabalho de campo compreende uma série de atividades?
L
 Ah, série de atividades, porque aí o professor por exemplo ele organiza os grupos. Ele antes, ele dá algumas aulas teóricas, ele explica o que, o que que eles devem observar, ele ensina a observar. Porque a finalidade principal dessa, desse treinamento de campo com os professores universitários é ensinar o que eles, como observar a paisagem, por exemplo o que que eles devem ver, né?
D
 Isso tem alguma relação por exemplo com horário, com o tempo ou ...
L
 Não, geralmente o horário do período em que nós estamos fora assim em excursão o dia começa cedo, né, pra aproveitar bastante. Então às vezes sete horas os ônibus já estão saindo, as pessoas já estão saindo para trabalhar na região determinada. E aí a hora da volta depende, né, porque às vezes um percurso maior, a pessoa volta à noite. E às vezes quando, quer dizer, trabalha até a luz do sol permitir e depois vai, faz a viagem de regresso. E, ou então às vezes se, se o professor por exemplo que está orientando preferir, trabalha de manhã e volta pra fazer um seminário à tarde, pra discutir aqueles assuntos, enquanto os assuntos estão assim bem fresquinhos na cabeça dos professores, né?
D
 Sim.
L
 Agora o grupo que trabalhou na geografia humana, ele trabalhou mais na base assim de, de gabinete, né, embora nós também tenhamos feito a, a constatação no campo. Quer dizer, durante o período em que a análise fatorial foi feita, foi tirada uma série de conclusões, depois então se verificou se aquilo realmente coincidia, né? Foi bastante interessante esse curso (sup.)
D
 (sup.) Existe assim alguma análise de população urbana do Rio de Janeiro, sobre o lance da afluência de pessoas, quer dizer, há algum estudo assim relacionado com, com os horários de afluência maior ou de afluência menor (inint./sup.)
L
 (sup.) Bom, aqui o Rio, o Rio, sendo uma metrópole, né, quer dizer, ele tem uma, uma série de ... Bom, o es... a Guanabara é um estado todo diferente. Tem uma série de municípios vizinhos que vêm, que dependem praticamente do Rio por uma questão de mercado de trabalho, né? Então há uma certa hora em que há aquela afluência de pessoas pra trabalhar e uma hora, à tarde, há uma afluência no sentido inverso, no fluxo inverso. Mas existe também, né? (sup.)
D
 (inint./sup.) quais são mais ou menos esses horários? Eles são mais ou menos o quê? Tarde ...
L
 Bom, aqui no, no IBGE, nós não fazemos ainda assim um trabalho deste tipo, mas tem o departamento de geografia da, da secretaria de Planejamento do estado da Guanabara, que eles só trabalham com Guanabara, né, então já devem ter sido verificadas essas coisas, esses aspectos. Agora todo mundo ... Isso aí é uma questão de a gente saber mesmo, né, de conhecimento, né, até da vivência mesmo. Há uma, uma, uma, uma determinada hora do dia, quer dizer, o pessoal que pega o serviço às oito horas da manhã. Por exemplo o operário pega às sete. Então há por exemplo aqueles que moram nos subúrbios, que afluem pra, pro centro, pra se dirigir pra zona norte ou bairros da zona norte ou bairros da zona sul, quer dizer, eh, eles têm que chegar ao trabalho às sete horas, né? Eles saem às quatro. Então o outro, outro grupo por exemplo, o pessoal que pega no comércio, pega às oito. E o pessoal que é funcionário pega às vezes às nove e trabalham tempo integral. Agora à tarde, a partir de cinco horas, quer dizer, quatro e meia, cinco horas, até às dezessete, dezessete e trinta, às vezes vinte horas mesmo, quer dizer, são os períodos assim de maior afluência, né? São as horas que os ônibus ficam assim, as conduções, os trens, as barcas, todas ficam ... Isto é, todos esses tipos de condução ficam mais (inint.) de pessoas, cheios.
D
 (inint./sup.)
L
 (sup.) Não. Olha, tem trabalhos aí, por exemplo tem um trabalho de uma profes... da, sobre, foi feito sobre, sobre Nova Iguaçu, da professora da, da faculdade, da federal, e ela toca nesse assunto, entende? Agora especificamente estou tentando me lembrar agora aqui especificamente tratando da Guanabara, de um modo geral todo ... Eu tenho a impressão que lá, lá nessa, na secretaria de Planejamento deve ter, departamento de geografia lá do estado, secretaria de Planejamento do estado. Inclusive várias pessoas que trabalham lá já trabalharam conosco, depois passaram para o estado (sup.)
D
 (sup.) Agora em termos de observação pessoal sua, eh, o que você acha assim da vida por exemplo de um morador do subúrbio, de um morador de Ipanema por exemplo, em termos de horário, de distribuição (sup.)
L
 (sup.) Não. Depende (sup.)
D
 (sup.) De tarefas durante as horas do dia.
L
 Aí vai depender do tipo de atividade que ele exercer, né (inint.) por exemplo, se for, de um modo geral, por exemplo, se a gente imagina um indivíduo que resida na zona suburbana, que tenha por exemplo ... Geralmente, quer dizer, isso não é regra geral, né, porque existem muitas pessoas que residem no subúrbio por preferirem, porque gozam de maior tranqüilidade, podem dispor de maiores espaços, podem ir assim morar em casas maiores, não é isso? E, mas de modo geral a zona suburbana é habitada por pessoas de, de menor renda, quer dizer, não é regra geral, mas há uma certa predominância, né, há exceções, não é? (sup.)
D
 (sup./inint.) parece que (sup./inint.)
L
 (sup.) Mas de um modo geral (sup.)
D
 (sup./inint.) uma característica (sup./inint.)
L
 (sup.) É, quer dizer, geralmente são pessoas de (sup.)
D
 (sup./inint.) européias e americanas geralmente (sup./inint.)
L
 (sup.) Não, porque aí a ci... Aí o automóvel permitiu a suburbanização (sic), que é um fato até (inint.) no outro dia mesmo, eu, preparando uma aula, eu estava lendo vários artigos a respeito disso. Se não me engano, Los Angeles é um absurdo de ... A expansão do espaço urbano, que sociologicamente parece também não ser muito bom, por causa, eh, não só a despesa fisiológica do indivíduo, como também a quebra da, da, uma vida em grupo, né? São pess... as pessoas moram tão isoladas, tão afastadas, que dificilmente podem manter uma vida assim de, comum, uma vida de comunidade, né? Você imagina, se pelo menos o ...
D
 Agora aí é que eu gostaria de uma espécie de comparação entre, por exemplo, um tipo de vida que (inint.) obrigação, eh, de trabalho fixo (inint.) horários fixos ...
L
 Bom, então, imagina, eh, dois indivíduos moran... um morando na zona suburbana e um morando aqui, num bairro por exemplo da zona sul, com o mesmo (inint.) mes... mesmo horário de trabalho?
D
 Hum, hum (sup.)
L
 (sup.) Mesmo horário? Bom, aí, logicamente que o indivíduo que mora no subúrbio ele vai ter que dispor de várias horas por dia só pra se locomover, né, de um modo geral. Mesmo se tiver carro, ele vai ser ... Se ele vier pela avenida Brasil ele vai enfrentar um trânsito às vezes muito difícil, então vai perder horas ali (sup.)
D
 (sup./inint.) mora em Campo Grande (inint./sup.)
L
 (sup.) Olha, eu não, e sobre isso ... Aí, aí, sem nenhuma ... Eu não quero ... Porque aí a minha atividade (sup.)
D
 (inint./sup.)
L
 (sup.) Não, a minha atividade não (sup.)
D
 (sup./inint.)
L
 (sup.) É, pois é, a minha atividade não vai influir no que eu vou responder, porque eu só poderia dar uma informação técnica após, após pesquisa, não é? (sup.)
D
 (sup.) Não, eu não estou (inint./sup.)
L
 (sup.) Então ... Pois não. Isso é ... É, eu sei que é mais para questão de ver como eu falo, etc. não é? Bom, ent... Como é? Assim, pela vivência, eu moro na Tijuca. Então os piores dias que eu acho pra, pra me locomover da Tijuca pra, pra cidade e da cidade pra Tijuca é a seg... são, eh, segundas e sextas-feiras. Eu não sei explicar o porquê, né? Segunda-feira e sexta-feira. Por exemplo eu venho geralmente ali pelo Maracanã ou pela praça da Bandeira e geralmente tem um engarrafamentozinho violento. Já verifiquei isso, agora eu não posso explicar o porquê. A gente às vezes conversando assim, quando anda de táxi assim, a gente se ... Eu por exemplo tento assim perguntar o porquê. As opiniões são as mais disparatadas, né?
D
 Quais são as opiniões? (sup.)
L
 (sup.) Por exemplo, uns dizem que são os dias que as pessoas que nunca vêm à cidade, que não trabalham, que resolvem vir, né, segunda-feira, por ser no início da semana, ou na sexta, por ser o último dia. Quer dizer, não, não tem assim consistência as respostas, né? Então eu não sei. Eu sei que realmente tem acontecido isso. Não sei se será uma coincidência ou se é um, um problema ... Segunda e sexta, você passa a reparar também que, que, eu acho que são os piores dias. Agora à noite ... Isso depende. Por exemplo ontem, quando eu voltei pro colégio, cheguei em casa o ... Já era mais ou menos umas hoze horas da noite e geralmente o trânsito é livre, né, não, não tem dificuldade, mas ontem (sup.)
D
 (sup./inint.) trabalha de noite?
L
 Segunda, terça e quinta.
D
 Hum, hum.
L
 Mas ontem eu peguei um engarrafamento ali na ... Como é o nome daquela rua? É Salvador de Sá, se não me engano, ali perto do Estácio. Tinha, um ônibus havia perdido uma roda, então atravessou, já tinha atravessado na rua. Então pronto (inint.) fora as obras, né, quer dizer, tinha já uma, um trecho da rua que não se podia passar porque estava ocupado com obra. E um ônibus atravessado. Então um Volks tinha que se espremer e quando passava um ônibus então, esperava muito tempo. Quer dizer que isso depende, né, assim de acontecimentos fortuitos.
D
 Agora em termos de (inint.) que não trabalham. Como é que é mais ou menos o dia dessa pessoa, se ela sai ...
L
 Bom, aí eu acho que vai depender mais muito da mentalidade da pessoa, né?
D
 Hum, hum.
L
 Porque o lazer pode ser ocupado de diversas maneiras, né? Eh, por exemplo, eu conheço pessoas que ocupam por exemplo eu vou citar o caso. Por exemplo eu tenho uma pessoa na família. Eu citei várias pessoas que moram em família. Então por exemplo uma, uma pessoa, minha parente por exemplo ela não trabalha, mas não precisa trabalhar e não trabalha. Então o ma... eh, quer dizer, ela durante o dia ... Quer dizer, de manhã o marido sai cedo. De manhã (inint.) a casa, toma conta da casa, veri... vê o problema da distribuição de serviços para os empregados, compras, quer dizer, problemas comuns da, do, toda dona de casa, né? Agora na parte da tarde por exemplo ela entra em curso, ela pertence a um clube que eu não sei o nome, mas eu sei que é assim, eh, tem palestras sobre arte, teatro, entende? Elas têm a obrigatoriedade assim de, isso é, uma obrigatoriedade relativa, de assistir certas peças, certos filmes, fazer comentários, apresentar trabalho. Ela também tem, está num curso de inglês, já está quase no último ano porque realmente é uma pessoa muito inteligente. Então, quer dizer, ela não trabalha fora, então seria o lazer a parte da tarde dela. À noite geralmente está com o marido, né, dando assistência ao marido. Sai, passeia ou então recebe gente ou fica em casa conversando enfim. Mas a hora por exemplo que ela não teria, vamos dizer assim, nada pra fazer, que seria a parte durante o dia, que a casa já estava toda em ordem, tudo, quer dizer, seria o lazer, ela ocupa desse tipo, né? Outras pessoas, acredito que em qualquer bairro, se encaminhe simplesmente prum cinema, sem, sem ter problema de, de assistir um filme com uma outra idéia, já uma idéia de aprender algo, né?
D
 Hum, hum (inint./sup.)
L
 (sup.) Entende? É por exemplo o caso dela. Eu estou contando, porque outro dia mesmo a gente estava conversando, com essa pessoa, então ela estava me dizendo que às vezes elas têm, têm palestras, parece, uma vez por semana (inint.) palestras literárias. Agora outro, outros casos por exemplo, tirando os bairros da zona sul, lá onde eu moro por exemplo na Tijuca, tem o ... Não sei se na zona sul funciona, é uma escola ... Como é que era? Escola Superior de Estudos Femininos, uma coisa assim. Então tem uma série de senhoras que eu conheço, que não trabalham fora e que pertencem, então fazem esse curso, eh, o curso parece que é feito em três anos. Então tem diversas palestras, tem aulas duas ou três vezes por semana, elas têm que fazer trabalhos, quer dizer, eh, há um aperfeiçoamento, né, porque eu, eu acho que uma pessoa, por exemplo uma moça, uma senhora, quer dizer, casada, que não trabalha, ela também tem que tomar ... E se ela não precisa, se ela acha que não deve trabalhar, ela deve ter assim o cuidado pra ela continuar evoluindo intelectualmente. Mesmo sem trabalhar em casa, quer dizer, pra não estagnar, porque se ela começa a pensar só em problemas domésticos, que são problemas que ocupam demais o tempo da gente, ela vai ac... acabar ficando assim praticamente sem, até sem conversa, né? Como se diz? Então mesmo em casa, eu acho que a pessoa tem a obrigação de fazer um esforço pra desenvolver-se intelectualmente, né, quando não seja pra ter uma conversa agradável com o marido, né? (risos)
D
 Agora (inint.) a gente vai tratar ainda um outro assunto também interessante (inint.) como é que funciona (inint.)
L
 De sete às dez e trinta e cinco.
D
 Hum. Mas, eh, a maioria (inint.)
L
 São do ... Eh, atualmente ... Espera aí, são duas aulas, recreio de quinze minutos, quer dizer, duas aulas ininterruptas, né, sai de uma aula e entra na outra. Depois tem um recreio de quinze minutos (sup.)
D
 (sup.) Mas, eh, e quanto tempo de aula? (sup.)
L
 (sup.) São quarenta e cinco, não, quarenta minutos, né, à noite é outro, é quarenta minutos de aula. É. É quarenta (sup./inint.)
D
 (sup./inint.)
L
 (sup.) Sete até as sete e quarenta, sete e quarenta às oito e vinte. Depois tem um intervalo, né, um recreio, começa depois ... Agora eu não sei se são quinze ou vinte minutos. Depois tem mais três aulas, né? Espera aí, são vin... Eh, deixa eu ver se está certo, a gente ... Eu sei que termina dez e trinta e cinco. São todas aulas de quarenta minutos.
D
 Hum.
L
 Duas antes do recreio, um recreio de quinze ou vinte minutos, acho que são quinze minutos só, quinze minutos, depois então três aulas são seguidas, né, o professor sai de uma sala e entra na outra.
D
 E também na base de, de ponto?
L
 É, lá tem ponto assinado também. Toda escola tem (sup.)
D
 (sup./inint.) assinado?
L
 (sup.) Tem ponto assinado porque ... Agora o professor que chega atrasado tem o coordenador que toma nota, né? E aí tem lá uma pasta. Nunca vi não, mas é uma pasta que, que fica a vida do professor registrada, por exemplo o professor que tem hábito de faltar, acredito que esteje (sic) lá, o professor que não falta, o professor que chega atrasado sempre, porque se o professor chega sempre atrasado, acredito que o diretor vá dar uma palavrinha com ele, né?
D
 Em relação aos alunos? (sup.)
L
 (sup.) Felizmente esse não é o meu caso, heim?
D
 E em relação aos alunos?
L
 Agora em relação aos alunos, eu primeiro, eu, eu, eu, eu vou dizer como eu ajo, né, porque não sei se todos os professores pensam da mesma maneira. Por exemplo, no primeiro tempo eu tenho uma tolerância maior. Eu levo, permito, quer dizer, o atraso maior, porque muitos vêm direto do trabalho, a maioria nem janta, né, vai pro colégio sem jantar, o que dá uma pena, porque às vezes tem ... Alguns são rapazes, os outros ainda são garotos ainda, sabe, quinze, dezesseis anos, mas são meninos ainda. E a gente morre de pena de ver que eles chegam, às vezes devem estar com uma senhora fome. Mas eles, eh, uns chegam atra... alguns, em cada turma uns cinco ou seis, às vezes chegam atrasados no primeiro tempo, por causa desse problema. Acredito que pode ser também alguém chegando atrasado sem ter problema de trabalho, né? Mas geralmente o problema deve ... O primeiro tempo, eu pelo menos faço, deixo sempre a chamada do primeiro tempo pra fazer mais no meio da aula, nunca faço no início, como eu faço as outras. Eu pelo menos quando o aluno falta eu registro falta. O atraso também. Por exemplo, se um aluno, vamos imaginar, a hora do recreio, né, bate o sinal, eu procuro subir logo pra sala, vou logo pra sala, quer dizer, eu de... eu imagino assim: quando eu passo, o aluno tem a obrigação de fazer também, né, porque se eu escuto o sinal e me dirijo pra sala, ele também tem a obrigação de escutar o sinal e dirigir. Então eu chego, dou uma conversadinha de um minuto assim e começo a chamada. Quer dizer, se um dia ele chega atrasado, eu chamo a atenção dele. Mas se ele começa a chegar muito atrasado, eu levo o caso ao, à coordenaç~ao, né? Mas felizmente lá no colégio, eles são ... Não tenho problemas assim com os alunos, a questão assim de ... A gente chama a atenção e eles ... Embora eles, eh, seja muito heterogêneo. Você deve ter percebido lá que, pela zona, né, que o colégio se localiza, pela área, né, ele é muito heterogêneo. Mas a gente sabendo lidar assim com eles, porque a gente no início nota, né, a maneira de falar com cada aluno, né? Tem aqueles alunos que a gente tem que falar duro com eles logo, né, e tem outros que se a gente falar duro se dá mal. A gente tem que ter um pouco mais de jeito. Dependendo do temperamento do aluno, a gente, no primeiro mês assim a gente dá pra perceber logo, né?
D
 Hum, hum.
L
 Faz aquele estudo.
D
 Em termos assim de, de lazer. Eu estou com o tema seu (sup.)
L
 (sup.) Sei, pois não (sup.)
D
 (sup.) É um tema ligado a tempo.
L
 Tempo? (sup.)
D
 (sup./inint.)
L
 (sup.) É, estou percebendo (sup.)
D
 (sup./inint.) muito em horário (inint./sup.)
L
 (sup.) Sei, tá.
D
 O tempo, mais, eh, vamos dizer assim, cronológico mesmo, de horário (inint.) então eu estou (inint./sup.)
L
 (sup.) Você está dentro do espírito geográfico, que é o espaço e o tempo. (riso) Está bom.
D
 Eu estou tentando ver aqui por exemplo sábado e domingo, como é que (inint.) e durante a semana por exemplo os seus horários de refeição (inint./sup.)
L
 (sup.) Eu vou dar rapidamente aí, eu vou rapidamente aí dar o, os meus horários, que não são assim muito difíceis. Geralmente eu acordo, de segunda a sexta, né, vamos primeiro, depois eu dou o sábado e o domingo. Segunda a sexta geralmente eu acordo entre seis e quinze, seis e meia. Primeiro, por necessidade e segundo, porque eu tenho o hábito de acordar cedo e nem que eu queira eu não consigo ficar na cama, então seis e meia eu já estou levantando. Aí (sup.)
D
 (sup.) E é assim espontâneo ou (sup.)
L
 (sup.) Espontâneo. Não, não, espontâneo. Não (sup.)
D
 (sup.) Não usa relógio.
L
 Despertador? Não. Só uso despertador por segurança, quando vou ter que viajar assim. Então eu fico com um certo receio de perder a hora. Mas, fora disso, seis e meia, seis e quinze, seis e meia, eu já acordo mesmo, é natural mesmo, já, já tenho o hábito, né, de acordar a esta hora. Às seis e meia, aí vou preparar o café, né, faço o meu café, eu mesma preparo. Depois, procuro arrumar tudo direito, a louça, essas coisas. Deixar tudo certinho. Vou tomar banho, aí depois ...
D
 Quanto tempo (inint.) você gasta mais ou menos com essa ...
L
 Essa faina de preparar o meu café? Ah, mais ou menos uns, uns quarenta minutos, porque geralmente eu gosto assim de, eh, comer algumas frutas, entende, ou então preparar um suco de fruta, porque de manhã cedo eu acordo com fome. (riso) Então tenho esse hábito. Então eu demoro mais ou menos uns quarenta minutos ...
D
 Pode continuar.
L
 Eu demoro uns quarenta minutos, quarenta e cinco, porque, depois do café, eu também, aí, gosto de deixar a cozinha, a copa, tudo certinho, tudo direito. Bom, depois vou tomar banho. Tenho que sair de casa mais ou menos uma oito e quinze, porque da Tijuca ao, até a, até o centro, demora mais ou menos isso. Mesmo vindo de carro. Vindo de carro vou chegar aqui nove, nunca chego nove horas em ponto, é muito difícil. Sempre eu deixo o carro lá na avenida Beira-Mar, porque nós trabalhávamos lá no outro prédio, então a minha vaga, eu deixo, continuo deixando na mesma vaga. Então eu chego lá às nove e depois nove e dez, mais ou menos, eu pego uma condução, pego um ônibus e desço aqui na porta. Nove e dez mais ou menos, estou aqui na, já na minha seção. Bom, aí trabalho até doze e trinta nor... normalmente, né? Agora desde agosto, eh, alguns funcionários daqui foram designados para fazer um curso intensivo audiovisual de inglês. A, o IBGE está com esse programa de aperfeiçoamento do pessoal técnico. Então já houve um curso (inint.) de pesquisa como eu fiz, em abril e maio, e agora esse de inglês, que vai demorar oito meses. Então, então, devido ao curso, quando chega assim dez e meia, eu tenho que ir pra lá pra escola de estatística, que é uma dependência aqui do IBGE, onde funciona o curso. Foi montado lá, numa sala especial. Eu fico lá até uma hora. Às treze horas, né? Bom, às treze nós saímos, aí vou almoçar. Almoço entre treze e quatorze horas e volto direto pra minha seção, trabalho até as dezoito e trinta. Às dezoito e trinta, saio, pego o carro, vou pegar o (inint.) pra apanhar o carro, vou pro colégio, dia de aula, né? Aí pego às sete (inint.) não janto. Em dia de aula eu não janto.
D
 Não janta? (sup.)
L
 (sup.) Não, não janto. Como geralmente, antes de sair daqui, eu como uma fruta. Geralmente é uma fruta que eu prefiro comer antes de ir pro colégio. Aí eu chego lá, geralmente chego bem cedo porque é perto, né, minha aula é no Catete. Então quinze para as sete eu já estou no colégio. Às vezes, raro, esse ano eu acho que eu cheguei atrasada duas vezes, porque com essas obras do Metrô, com congestionaman... congestionamento. Mas fora disso, eu estou sempre cedo no colégio. Então depois dou aula, né, de sete às dez e trinta e cinco, saio, pego o carro e vou pra casa. Chego em casa onze horas, aí faço um lanche, né? Aí eu como qualquer coisa, se eu estiver com vontade. O que tiver na geladeira eu faço ou, se eu estiver com mais disposição, eu faço mais coisas. Bom, então aí vou dormir, né? Não, aí eu vejo um pouco de televisão, né, porque às vezes, principalmente se dá tempo de eu escutar algum jornal, porque como eu não tenho tempo durante o dia de ler jornal, então à noite eu procuro sanar escutando, porque, pelo menos, né, enquanto eu estou tomando uma pequena refeição, eu estou, estou ... Deixo a televisão ligada pra ficar por dentro das notícias, né? Senão não dá pé. Isso em dias de aula. Agora os dias que não tem aula eu vou direto, geralmente eu vou direto pra casa. Aí chego em casa oito horas, porque a essa hora o trânsito é pior, né, então eu demoro mais tempo pra chegar em casa. Então eu chego em casa quinze para as oito, janto. Agora aí às vezes varia, porque às vezes ou é uma pessoa que vai visitar, uma cole... uma pessoa conhecida, eh, ou eu vou na casa de uma pessoa ou na minha irmã ou fico em casa vendo televisão ou às vezes fico estudando, quando às vezes algum trabalho pro, pro IBGE que tenha pressa, às vezes eu levo, mas isso é difícil. Só mesmo quando é época de curso, que eu fico mais preocupada, aí eu, aí levo algumas aulas, prepa... preparo as apostilas que a gente tem que levar pra fora, então aí eu levo pra casa. Mas de ... Agora por exemplo o curso de inglês, né, tem que estudar, tem muito exercício, muita coisa pra estudar (inint./sup.)
D
 (sup.) Quanto tempo é de, de aula de (sup.)
L
 (sup.) De inglês? São duas horas seguidas diárias (sup.)
D
 (sup.) Seguidas? (sup.)
L
 Seguidas, cinco, cinco vezes por semana, né, quer dizer, o curso é intensivo mesmo, né? Mas está muito bom. Vale a pena. Está valendo, está ótimo!
D
 Mas é todo dia (inint./sup.)
L
 (sup.) Todo dia (sup.)
D
 (inint./sup.)
L
 (sup.) Ah, é só, é, é audiovisual. Não, é conversação, eh, ela, de vez em quando, faz um pequeno ditado, né, mas a gente sempre tem o teipe, né? Então está sempre escutando. E uma vez ou outra também uma pequena leitura, uma leitura que é feita depois de nós a escutarmos, sem ler sem nada, conversar sobre aquilo, depois então é feita a leitura daquilo que se, que se escutou. E a maior parte é com projeção, né, de filmes e sempre um assunto. Cada filme versa sobre um assunto e a aula versa sobre aquilo, então cada um repete e as perguntas são feitas a respeito daquilo e não se pode falar em português, né, a partir da (sup.)
D
 (sup./inint.)
L
 É, eh, a cada tema por exemplo hoje, por exemplo, né, hoje o tema de aula foi a, umas compras, quer dizer, era uma família, a história de uma família. Então a mãe e o filho estavam fazendo compras num, num supermercado. Então depois quando acaba esse disquete lá, então ela faz perguntas a, a respeito. Por exemplo: se nós fazemos compras, se é feita em loja ou se é em supermercado, o que que a gente compra, que dia que a gente vai, quem é que leva, quem é, se a gente vai com alguém comprar, entende, por quê (sup.)
D
 (sup.) É, isso eu gostaria de saber (inint.) com esse tipo de horário (inint.)
L
 Ah, hoje eu já tive que falar isso lá. Vou repetir. (risos)
D
 Exato (inint./sup.)
L
 (sup.) É, as compras (sup.)
D
 (sup.) Eh, as compras (inint./sup.)
L
 (sup.) Geralmente eu faço ... Bom, compras pessoais assim, por exemplo, se eu precisar de comprar uma fazenda ou um sapato, eu geralmente uso a hora do almoço, né? Então nesse dia eu como um sanduíche e, e gasto o resto do tempo, não é, eh, fazendo compras (sup.)
D
 (sup.) Quanto tempo (inint./sup.)
L
 (sup.) Normalmente nós temos uma hora e meia (sup.)
D
 (sup.) Uma hora e meia?
L
 Uma hora e meia. Agora está um pouquinho prejudicado por causa da aula de inglês, porque aí eu, quer dizer, eu teria direito a uma hora e meia, mas é que eu fico um pouco, eu sou um pouco, por natureza, preocupada, então eu fico preocupada de voltar rápido pra não atrapalhar o meu serviço aqui. Ou pode algum funcionário meu precisar de alguma informação, alguma coisa e ... Então eu, sempre que possível, eu procuro só ocupar então até a hora mesmo de almoço. Mas há dias que, geralmente, hoje por exemplo eu tive que ir na Caixa Econômica, né, receber dinheiro, então cheguei duas e meia, né? Então, eh, supermercado, né, que você estava querendo saber. Então eu geralmente faço compras no supermercado. Também tem um Big na minha, (riso) bem em frente a minha casa, no meu prédio. Então geralmente é sábado, né?
D
 Sábado? (sup.)
L
 (sup.) Agora sábado, eu estava descrevendo os dias pra você, então eu descrevi os dias de trabalho, né, mas sábado eu também tenho mais um outro tipo de ocupação, porque eu sou católica e acho que eu devo assim dar um pouco de mim também. É uma questão de, um pouquinho que eu sei, nessa parte, então eu procuro ensinar também. Então lá na minha paróquia eu dou aula, entende? Dou aula pra, aí, aí é pra criança, né? Crianças de, entre nove, dez e onze anos. Então eu dou aula de religião de manhã e de tarde, de manhã e de tarde. Quer dizer, tem uma turma de manhã e depois à tarde é outra atividade com eles lá, ajudo um pouco. Então realmente o meu dia de sábado é um pouco atarefado, né? Tem que esperar a empregada chegar, porque sábado ela vai, né? Então sábado tem que esperar a faxineira. Ela vai cedo, então eu espero, aí depois ela chega, aí eu geralmente saio, né, pra comprar alguma coisa ali por baixo, porque eu realmente eu moro numa, numa ...
D
 (inint.) e você tem preferência por uma determinada hora pra fazer essas compras ou (sup.)
L
 (sup.) Geralmente eu faço ... A hora mesmo que eu ... Varia. Ou sábado de manhã assim entre onze e meio-dia, porque é a hora que eu estou livre, não que eu goste, porque eu acho uma hora bastante desagradável, mas é uma questão de que é a hora que eu posso. Ou então, quando eu tenho tempo sexta-feira à noite, também eu, eu gosto, porque sexta eu não dou aula à noite. Então assim depois do jantar eu vou com calma (inint.) tranqüila, né? (sup.)
D
 (sup.) Fica aberto até a noite?
L
 Eu moro ali na Conde de Bonfim, então a Casa da Banha fica aberta.
D
 Até que horas?
L
 Acho que é vinte e duas horas, se não me engano. É, porque outro dia, dez para as dez eu ainda estava lá. Isso mesmo, vinte e duas horas. Mas geralmente ... Agora eu não posso dizer assim pra você que eu tenha, que eu sou assim meia, por exemplo se eu tiver uma atividade, eu vou, eu deixo a compra e faço domingo por exemplo de manhã, né? Então não é assim uma coisa rígida. Ou é sábado ou domingo. São os dias que eu estou em casa, que eu, que eu posso dispor de tempo pra, pra fazer compra pra casa, né? Agora quando é compra pessoal, eu faço mesmo durante a semana, na hora do almoço.
D
 Agora uma outra coisa (inint.) você falou que não usa despertador (inint./sup.)
L
 (sup.) Não, não uso não. Está lá na minha cabeceira, mas eu não uso (sup.)
D
 (inint./sup.) você usa algum tipo de relógio pra ...
L
 Pra poder acordar? Não.
D
 Pra você dar aula assim na hora certa (inint.)
L
 É, o relógio no pulso constante, né? Relógio no pulso porque ... Agora em casa eu tenho relógio, um relógio na cozinha, tenho um relógio no quarto, né?
D
 Como é que é o relógio da cozinha?
L
 É uma ... Eu ganhei. É bacaninha: uma frigideira vermelhinha. (riso) Eu comprei apartamento agora há pouco tempo, então, porque a minha família é grande, então cada um fica querendo dar um presente, sabe, então um me deu uma frigideira, uma com a, com um, um reloginho muito bonito.
D
 Como é que é? Descreve aí. Tem a forma de uma frigideira ...
L
 É, a forma é uma frigideira, pintadinha de vermelho, mostrador branco e os ponteiros em preto, né?
D
 Hum.
L
 Agora a marca eu não sei. Por distração eu não sei, não olhei ainda a marca (inint.)
D
 E o outro?
L
 O outro é um reloginho pequeno, verdinho, dourado e verde, destes de que quando a gente viaja, fecha e bota dentro da mala. É um reloginho bem delicado. E tem um outro na sala de jantar que (inint.) é um relógio alemão, acho, aquele de pilha, eletrônico, que, por sinal, no momento está parado porque acabou a pilha e tem que comprar outra, mas não tive tempo ainda. Mas em casa eu não tenho muito o hábito de ver o relógio não, porque, ah, já está tudo tão assim cronometrado, né? Por exemplo dia de serviço a gente acorda e já sabe que não pode perder tempo. Então é acordar, tomar café, tomar banho, se vestir e sair, né? Quando chega em casa, bom, aí não tem essa obrigatoriedade de dormir uma hora certa. Se eu dormir onze e meia, meia-noite, meia-noite e meia, não tem problema, né? Então não preciso ficar olhando pra relógio. Sábado também já estou com o horário assim todo marcado, quer dizer que não ... Agora domingo é que eu, eu realmente eu olho mais pro relógio, por incrível que pareça. Porque (riso) eu acordo sem preocupação, né? Então aí eu já vejo que eu acordo seis e meia como é meu costume, eu não, não levanto logo. Depois, quer dizer, eu não, faço as coisas assim às vezes, uma coisa que surja. Por exemplo: verão. Aí eu vou pra praia, quer dizer, aí já é diferente, né? Agora se eu estou em casa por exemplo geralmente se eu almoço fora no domingo ou vou à missa assim então eu fico mais ou menos naquela hora que eu acho, fico olhando o relógio mais vezes ou ponho o rádio-relógio pra ver se o relógio está certo, mas não há necessidade de olhar muito pro relógio, porque a gente já está muito ... Você também não deve olhar, né? A gente já está acostumado com essas coisas.
D
 (inint./sup.) não uso (inint./sup.)
L
 (sup.) Ah, não usa relógio? Ótimo! A melhor coisa que eu faço quando eu estou de férias é esquecer o relógio. A primeira coisa que eu faço.
D
 Sei. E esse (inint.)
L
 Mas esse não ... Como ele funciona? Com cordinha (sup.)
D
 (sup./inint.) ele é de corda?
L
 Ele é de corda.
D
 É?
L
 Ele é de corda, de pulso.
D
 O que que ele marca?
L
 Ele marca as horas. Principalmente (inint.) ele é, os dois ponteirinhos dourados, mostrador branco, né, e só tem o três e o seis, o nove e o doze. E as outras horas, e os outros números são marcados através de um tracinho, né?
D
 Hum, hum. Agora tem outros tipos, né? Não tem só de corda.
L
 Deve ser um de ... Eu não sei como é o nome, né? Além do de corda tem aquele que a própria pessoa ... A corda já é automática, né, que a pessoa ... Eu então não precisaria né, porque, você já reparou que eu sou latina pra falar, né, mexo meus braços. De vez em quando precisa até de controlar na aula, porque eu falo muito com os braços, com as mãos, entende? É uma coisa triste. Eu não sei se é triste ou se é bom. Eu sei que eu me expresso muito através da, de, com as mãos ou com os braços, entende?
D
 Aí já dava corda automático.
L
 Ah, aí a corda já seria dada automaticamente.
D
 Mas, eh, esses ... Há alguns que têm assim (sup.)
L
 (sup.) Têm qualquer pro... (sup.)
D
 (sup.) qualquer programa (sup.)
L
 (sup.) Têm sim.
D
 (inint.) eles marcam várias coisas (inint./sup.)
L
 (sup.) Várias coisa, é, mas eu não, em princípio não gosto. Eu gosto.
D
 (inint./sup.)
L
 Não. Eles geralmente marcam data, né? Marca dia, mês. Ano, eu acho eles não marcam não. Dia e ou... Bom, hora, bom, a hora também o relógio, ele deve marcar em princípio, né? E eu acho que é dia, dia e mês. Tem uns que marcam sim. Eu por exemplo jamais usaria um relógio desse que eu não, não gosto de muita complicação num relógio. Eu gosto de um relógio simples mais pra (sup.)
D
 (sup.) E o seu só marca (sup.)
L
 (sup.) Só as horas.
D
 As horas?
L
 Só as horas. E até esse relógio, por sinal, por exemplo (inint.) tivesse outro eu não trabalharia com esse, porque eu acho que um relógio pra trabalhar é muito melhor assim um Seiko, uma outra, um relógio mais simples. Mas eu não tenho outro e esse relógio aqui, além de tudo, ele tem um valor estimativo pra mim grande. Foi meu pai que me deu e eu tenho assim um carinho especial por ele também. Mas agora o relógio, quando a gente pode ... Não, quando a gente assim pode abrir mão dele é bom, né? Mas o, o meu azar é que na minha mesa agora de trabalho, você, quando você voltar lá na sala, você dá uma olhada, em frente à minha mesa tem um relógio ali da, acho que é da Esso, né, um relógio bem em frente. Quer dizer que eu nem preciso olhar pro meu, porque é só olhar e eu estou vendo a hora.
D

  (inint.) obrigada (inint.).