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PROJETO NURC-RJ

Tema: "Terreno"

Inquérito 0148

Locutor 168
Sexo masculino, 55 anos de idade, pais cariocas
Profissão:advogado
Zona residencial: Sul e Norte

Data do registro: 09 de agosto de 1973

Duração: 45 minutos

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D
 Agora podemos começar?
L
 Bom, o Rio de Janeiro é uma cidade que se estende de uma faixa estreita imprensada entre o mar e a montanha e ocupando nessa faixa os chamados bairros da zona sul, sendo banhada desde o centro da cidade até hoje em dia a Barra e o que vem a ser a estrada Rio-Santos, que acabará provavelmente por ligar o Rio de Janeiro a São Paulo. Se caracteriza também pela desproporção entre a área da, da chamada zona norte e essa área da zona sul imprensada como se disse entre o mar e a montanha e que é procurado pela maioria, faixa essa procurada pela maioria da população. Daí, o preço mais alto dos terrenos da zona sul e a maior densidade demográfica do mundo situada em Copacabana. A zona norte seria a zona pobre do Rio, a zona, especialmente os bairros do subúrbio servidos pela Leopoldina e Central, e habitada por trabalhadores, operários, etc. que se locomovem com dificuldade em transportes deficientes.
D
 Agora, a existência de montanha, como o senhor mencionou, no Rio de Janeiro, cria certos problemas de comunicação de um bairro para o outro. Como é que se tem tentado resolver isso?
L
 A tentativa através de túneis até então, até (inint.) zona ... Copacabana pra Botafogo, daí pra cidade e a criação de uns dez ou doze anos pra cá, a construção de alguns túneis ligando Botafogo a Catumbi, a Rio Comprido, a Tijuca e a perspectiva de novos túneis ligando a Tijuca a, a, a zona sul, a Copacabana, Ipanema, Barra (sup.)
D
 (sup.) O senhor tem notícias desse túnel que pretendem construir ligando, se não me engano a Tijuca, aqui a Gávea e (sup./inint.)
L
 (sup.) É, um túnel que sairia da rua Uruguai e viria desembocar na Gáv... na, na Barra se não me engano. Ou não, não, não, não (sup.)
D
 (sup.) Seria aqui perto do Jardim Botânico? (sup.)
L
 (sup.) Iria desembocar aqui, aqui no, aqui no Humaitá, né?
D
 No Jardim Botânico?
L
 Jardim Botânico, Humaitá ...
D
 Isso está criando uma série de problemas porque (inint.) tudo com relação ao Jardim Botânico.
L
 É, a destruição do Jardim Botânico que é um dos, dos parques da cidade.
D
 O senhor conhece alguma outra cidade que tem uma geografia parecida com a do Rio de Janeiro? (sup.)
L
 (sup.) Não, não conheço, nunca vi nenhuma cidade com esse tipo de geografia, principalmente das grandes cidades do mundo. Acredito que o Rio seja nesse ponto uma cidade ímpar. Em poucas cidades do mundo se pode fazer, eh, escalada de montanhas, ter clima de montanha, como, por exemplo, Alto da Boa Vista, tem a floresta, a do Corcovado, e que até alguns anos atrás, pelo menos, havia micos e bichos que a gente via do, da condução. E, ao mesmo tempo, relativamente próximo a possibilidade de praia, de banho de mar, praias de Copacabana, Leblon, Ipanema, Barra, atualmente.
D
 E essa floresta em que está tão próxima assim de nós no Rio de Janeiro, ela tem características particulares relativamente a outros tipos de florestas entre a floresta amazônica com a, com florestas (sup./inint.)
L
 (sup.) Bom, com relação a essas florestas, evidentemente ela é muito menos densa, o tipo de vegetação é diferente, a amazônica é uma, uma zona quase que no trópico, quase que no Equador. Uma zona tropical quase que equatorial, uma parte é equatorial.
D
 Mas quais são as características dessa floresta equatorial, relativamente a uma floresta (inint.)
L
 A densidade, a umidade.
D
 Sei. E o tipo mesmo de, de vegetação (inint.) árvores (inint.)
L
 Eh, densidade do tamanho das árvores.
D
 Amazônia pode ser um bom tema de conversa pra nós, não é, porque (sup.)
L
 (sup.) Está bem atualiz... está bem atual no momento.
D
 Sim, mas como é que o senhor vê esse plano de exploração da Amazônia (inint.) o governo, as implicações que isso tem em termos de ecologia no geral (inint.)
L
 Bom, hoje em dia fala-se muito no problema ecológico, uma estrada amazônica, possibilidade de destruição de matas e talvez a transformação desses trechos totalmente desmatados em deserto. E parece que a camada de húmus existentee é pouco espessa. De modo que uma vez destruída com o desmatamento, eh, dizem alguns entendidos que pode se transformar num imenso deserto. E acho muito difícil o controle desse desmatamento ou do, do, do, do rompimento do equilíbrio ecológico em função desse desmatamento. Naturalmente com a fuga dos animais da, da fauna e da possibilidade dessa transformação da maior floresta do mundo em deserto. Parece que a segunda floresta do mundo é a do Congo, na África Central.
D
 Agora, houve uma reação internacional a esse desmatamento, né, da Amazônia, como é que o senhor vê isso (inint.)
L
 É, o que se diz é que a, a Amazônia seria uma reserva natural não apenas do Brasil mas do mundo. De modo que houve alguns protestos contra a possibilidade de desmatamento, portanto, da extinção dessa reserva natural, desse pulmão do mundo. Assim como nós temos pulmõezinhos aqui no Rio de Janeiro, eu acho, neste particular, que nós temos mais espaços livres no Rio do que se costuma dizer porque todos os morros aqui constituem áreas florestáveis, o que não se verifica em, na maioria das grandes cidades do mundo.
D
 Sim, embora, eh, se percebe que o Rio de Janeiro em certas zonas é muito, muito poluído, não? Como é que o senhor vê esse, o Rio poderia ser diferente?
L
 A beleza natural do Rio?
D
 Não, não, nesse sentido de, eh, por exemplo, quando a gente desembarca no aeroporto e chega à avenida Brasil não pode respirar e isso não se observa numa cidade como Paris, por exemplo. Mesmo Londres atualmente já não é assim, já foi no passado. Como é que o senhor explica isso? Apesar das reservas florestais essa cidade é irrespirável em certas zonas.
L
 Como o índice de poluição, por exemplo, em São Cristóvão ou na avenida Brasil, não é, são os mais altos? Localização das indústrias ali, nessa região justamente. Eu acho que o Brasil tem péssimas, o Rio de Janeiro tem péssimas salas de visita, não dão idéia do que é o resto da, da casa. O sujeito entra, eh, nessa avenida Brasil tem uma impressão muito ruim, desce no, no cais do porto também.
D
 Agora, o senhor conhece outras regiões do Brasil. Poderia falar assim do, da geografia de outras partes do Brasil, quer dizer, desses outros contrastes de, dessas regiões?
L
 Bom, Brasil eu estive Bahia, Alagoas, Pará, Maranhão, Minas Gerais, Goiás, em Brasília, e descendo aqui pro sul até Caldas Novas, depois São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, sempre em viagens de turismo. A do norte foi parte em turismo, parte por serviço.
D
 Sim, praticamente o senhor conhece todo o Brasil, há realmente grandes diferenças do ponto de vista paisagístico de uma, de uma região pra outra, por exemplo, no norte e no sul, no nordeste e no centro?
L
 Ah, acontece que essas viagens ao norte e ao sul foram feitas pelo litoral.
D
 Sim.
L
 De modo que o litoral, do norte ao sul, digamos de, de Natal até Porto Alegre não oferece assim uma diferença muito grande como geografia, como vegetação. A natureza, dentro das capitais em que eu estive, só estive nas capitais desses estados não deu pra notar uma grande diferença. Só em Pa... em Belém do Pará com o rio Amazonas (sup.)
D
 (sup.) conhece Belém?
L
 Conheço.
D
 Como é que é Belém, eh, como é que é o rio Amazonas?
L
 Bom, acho que é um lugar comum dizer que é um, é um rio-mar, né, e que a gente olhando de Belém acha que é uma distância fabulosa pra outra margem. Então explicam à gente que aquilo que eu estou vendo lá não é outra margem, é uma ilha no meio do rio, então o assombro cresce, né? A extensão do rio é realmente, eu que sou carioca e que nunca tinha visto um rio assim fiquei espantado de ver as dimensões, a largura do rio Amazonas.
D
 Mas o ... o senhor conhece o encontro do Amazonas com o mar?
L
 Em Belém não deu muito pra ver isso que se chama de fenômeno da pororoca, propriamente do encontro, eu pelo menos não, não pude observar isso.
D
 O que é que é bem o fenômeno da pororoca, faz de conta que eu não sei, se o senhor tivesse que descrever, não é? (sup.)
L
 (sup.) Certo. É o encontro do, do, das águas do Amazonas com o mar quando ele desemboca no oceano Atlântico.
D
 E isso tem um efeito especial ou é um encontro de qualquer água de qualquer rio (inint.) parece que tem (sup.)
L
 (sup.) Não, é o fenômeno da pororoca, né, que é justamente esse encontro da, da, das águas do rio com as águas do mar.
D
 E é o que exatamente a pororoca?
L
 É isso, é esse encontro das águas, a corrente do rio se encontra com as águas do mar, se mistura, eu nunca vi pessoalmente, conheço só de descrição.
D
 Mas, por exemplo, nós podíamos falar de pororoca do encontro do São Francisco com o mar?
L
 Não porque o volume de águas é, o volume da, das águas é muito menor, né? O São Francisco (inint.) Amazonas, apesar do São Francisco ser um rio grande e largo mas não se compara ao Amazonas que é a maior bacia fluvial do mundo, né?
D
 E por que que essa é uma bacia fluvial tão grande (inint.)
L
 Por que que é assim tão grande?
D
 Sim, sim.
L
 Eu não, não entendi a pergunta.
D
 Quer dizer, quando a gente diz que é uma bacia, fala numa bacia fluvial o que que isso quer dizer?
L
 (sup.) Ah, o rio com seus afluentes!
D
 Sim. E de onde é que vêm os afluentes do Amazonas?
L
 De onde vêm?
D
 Sim, vem todos do Brasil ou (sup.)
L
 (sup.) Não, o Amazonas começa no Peru, né? Então esses afluentes em parte vêm do Peru enquanto ele, ele corre (sup.)
D
 (sup.) Eu sempre ouvi dizer que alguns rios têm área de cores diferentes e que a certa altura a cor da água do Amazonas muda e que são certos afluentes que recebe (inint./sup.)
L
 (sup.) É. O rio Negro, por exemplo, né, cujas águas não são negras, o fundo do rio é que é negro, ao que parece. As águas do rio Amazonas são limpíssimas é uma das poucas regiões ali que não há mosquito, que na, nas águas do rio Negro não, não há mosquito.
D
 Sim, a... aliás, o senhor falando sobre floresta equatorial mencionou algumas características dela, quer dizer, falou sobre a vegetação, né, vegetação mais densa e etc. Agora o senhor mencionou mosquitos, quer dizer, numa floresta equatorial, do ponto de vista da fauna, do ponto de vista climático, o que ela pretende assim de ... O senhor mencionou o mosquito, quanto os animais, existe o clima.
L
 É da fauna equatorial, muita (inint.) no espaço do Amazonas (inint.) que é o pirarucu, o bacalhau brasileiro, e dizem que realmente, eu estive vendo esta semana a entrevista de uma inglesa cuja mania é colecionar orquídeas, estudar e pintar essas orquídeas, e ela diz que o verdadeiro inimigo do homem no Amazonas é o mosquito, devora. Segundo eu ouvi dizer, pode ser que aí haja algum exagero, se, se o indivíduo ficar parado na, na floresta no Amazonas ele é simplesmente dev... devorado, não seria a expressão certa mas exaurido porque os mosquitos sugam lhe todo o sangue, ele tem que andar sem parar. E o curioso é que isso parece que não ocorre com os nativos, caboclo do Amazonas ou com os índios, ou porque eles têm alguma defesa natural ou porque passam algum óleo no corpo, os índios eu sei que passam. Provavelmente o caboclo também imitou essa defesa dos índios.
D
 Sim, mas populações daquela região (inint.)
L
 Primeiro lugar a fraca densidade, se não me engano um habitante por quilômetro quadrado, uma das fracas densidades populacionais do mundo. Então nós temos a maior densidade de população do mundo em Copacabana numa área pequena somente, e a menor, uma das menores do Amazonas, seguramente o Mato Grosso também.
D
 E, e quanto, quer dizer, do ponto de vista, eh, étnico, quer dizer, há misturas (inint.)
L
 Do ponto de vista étnico?
D
 Isso.
L
 Há predominância do, do elemento índio.
D
 Sim.
L
 O caboclo é uma cruza do índio com o branco ou talvez com o preto também. E há, e há uma diferenciação também, os tipos das diversas tribos, há uma tribo no norte do Amazonas se não me engano fronteira com a Guiana e é uma beleza física, estética muito grande. E há índios feios também.
D
 Sim. Como é que é em geral o índio, quer dizer, as características do (inint.)
L
 Racial, étnico?
D
 Sim.
L
 Cabelos pretos, grandes e lisos, pele azeitonada, maçã do rosto saliente, muito parecidos com os habitantes da Malásia, por exemplo, sul da Ásia, semelhança muito grande com esses tipos raciais.
D
 E a população de Manaus como é que é (inint.) predominantemente (inint.)
L
 Manaus eu não conheço, nunca fui a Manaus, fui a Belém.
D
 Agora, esta é uma coisa curiosa num, num país de extensão do Brasil é a, a diferença de clima de uma região pra outra, como é que o senhor vê isso (inint.)
L
 A aridez no nordeste e irregularidade nos regimes pluviais que acarreta o tipo de vegetação característica, a caatinga, Ceará, no nordeste de forma geral. Uma vegetação mais rica, araucária no sul, Paraná, Santa Catarina, pastos, no começo do Rio Grande do Sul, pinheiro na, na região costeira já se vê quando se vai do Rio Grande do Sul pro Uruguai.
D
 Tudo isso são conseqüências climáticas?
L
 Tudo isso uma decorrência da, da vegetação ligado ao clima e mesmo à zona tropical, subtropical, equatorial.
D
 Sei. Agora, o senhor poderia dizer, por exemplo, o que do Brasil fica em cada uma dessas zonas mais ou menos. Por exemplo (sup.)
L
 (sup.) O quê? (sup.)
D
 (sup.) Qual é a parte do Brasil que fica na chamada zona equatorial (sup./inint.)
L
 (sup.) Não, a zona equatorial é praticamente uma parte norte, é Amazonas, Pará, né?
D
 Hum.
L
 O resto fica na zona tropical, subtropical.
D
 Completamente na zona tropical?
L
 Subtropical, Rio Grande do Sul, né, porque, digamos, Buenos Aires está mais ou menos na latitude do, do sul da África.
D
 Sim.
L
 O sul da África é frio também como se sabe, a chamada África do Sul é bastante fria e bem próxima do pólo, pólo sul.
D
 Quais são as suas preferências em matéria de clima, por exemplo, Europa, Rio, ah, esse (inint.)
L
 Uma adaptação bem maior ao frio do que ao calor e apesar de ter nascido no Rio e praticamente vivido a vida inteira no Rio de de Janeiro eu sinto muito mais calor do que o frio, isto é, eu me sinto melhor no frio do que no calor. Do que eu, e o que eu já conheço do, do extremo frio, são dezesseis abaixo de zero até ao máximo aqui do Rio de Janeiro quarenta, quarenta graus à sombra, tem até um filme "Rio quarenta graus", se eu não me engano.
D
 Agora, pro frio, a época de frio na Europa coincide com a nossa aqui (inint.)
L
 Não, não há coincidência de estações, né, não há coincidência de estações. O, o inverno da Europa é o nosso verão.
D
 (inint.) mas nós temos as mesmas estações (inint.)
L
 Temos as mesmas estações. O que acontece é que, do Rio de Janeiro pelo menos, essas estações são marcadas na folhinha mais do que sentidas, ao passo que na Europa há uma divisão nítida, uma diferenciação nítida das estações. Então a gente sente o nascimento da primavera através de uma série de fenômenos (sup.)
D
 (sup.) Por exemplo, quais são os fenômenos que na Europa (sup./inint.)
L
 (sup.) Por exemplo, o, o nascimento das flores.
D
 Sim.
L
 Então a gente sabe que entrou a primavera, alguns escritores até portugueses no caso, que falam no, no barulho da primavera, no surgimento da primavera. Então a gente vai de manhã de repente a um parque, a um jardim, começa quase que a ver e a sentir as flores da vegetação brotando, renascendo.
D
 São só flores que anunciam esse renovar?
L
 Não, isso eu acho que acarreta um, um estado de espírito até, uma renovação como se fosse uma, uma espécie de ressurreição.
D
 Não há animais que aparecem nessa época também, de certa forma parece que se ausentam e de repente (sup.)
L
 (sup.) É, se ausentam no inverno, migrações, e na primavera reaparecem, pássaros sobretudo, né?
D
 Hum, hum. Se lembra de pássaros que existem na Europa e que não existem aqui?
L
 Um exemplo que me ocorre assim de momento é o rouxinol (inint.)
D
 O senhor conhece pássaros (inint.)
L
 Pássaros portugueses?
D
 Não, nossos aqui, portugueses, brasileiros, enfim, que existem aqui entre nós.
L
 Conheço, evidentemente que a ornitologia como a geografia não são minhas especialidades, né (sup.)
D
 (sup.) Claro, (risos) obviamente, né (sup.)
L
 (sup.) Posso falar a respeito delas como um leigo vagamente interessado (sup./risos)
D
 (sup.) É isso mesmo que nós queremos, do ponto de vista de um leigo.
L
 Exato, já que o tema é esse eu sou obrigado a falar nele. Qual é, qual seria a pergunta: quais são os pássaros que nós temos e que eles tem? (sup.)
D
 (sup.) Aqui em comparação com, com zona temperada, quais os pássaros da sua preferência, se em criança gostava de (sup.)
L
 (sup.) Eu realmente nunca fui assim muito chegado assim a pássaros, gosto de ouvir cantar do canário e tal, mas não conheço muita coisa de ornitologia não.
D
 Sim.
L
 Sei, por exemplo, as araras do Brasil, os papagaios do Brasil, o rouxinol da Europa, o melro de Portugal.
D
 Sim. Agora, nós estávamos falando sobre mudanças de estações, nós falamos sobre o que caracteriza (inint.) o começo da primavera e depois da primavera, qual é a estação que vem?
L
 O outono, né, também não sou muito seguro nessa sucessão das esta,cões não. (riso)
D
 Depois da primavera vem ...
L
 Primavera, verão (sup.)
D
 (sup.) Verão.
L
 Outono, inverno.
D
 Pro senhor qual é a diferença entre primavera e verão na Europa que é mais marcado?
L
 Bom, a diferença fundamental é o aumento da temperatura que é sempre muito mais baixo do que aqui mas que dá pra se sentir. Vi há algum tempo a notícia de um soldado inglês que desmaiou há vinte e sete graus de calor. Soldado da guarda da, da rainha em Londres. Vinte e sete graus ele achou que era calor demais e desabou o soldado.
D
 (inint.) por exemplo (inint.)
L
 Vinte e sete graus aqui pra nós é, é uma alegria, né? (sup.)
D
 (sup.) É. Num dia como esse hoje aqui nós estaríamos na Europa de preferência em que estação?
L
 Um dia como esse de hoje?
D
 Sim.
L
 Podia ser um dia de outono ou até de verão.
D
 Verão (sup.)
L
 (sup.) É, verão (sup.)
D
 (sup.) Na Europa (inint.)
L
 (sup.) Pelo menos em Paris se a gente sai de calça e camisa às cinco, seis horas da tarde vai correndo ao hotel vestir alguma coisa em cima porque não, não dá pra ficar só de camisa (sup.)
D
 (sup.) E o outono?
L
 (sup.) Sente frio.
D
 O outono é uma bela estação, como se caracteriza?
L
 Olha per... ficando em Paris eu acho que o outono realmente é a estação mais agradável de Paris. Eu achei mais interessante o outono do que o inv... do que a primavera.
D
 Por quê?
L
 Não sei, talvez pela temperatura, pelo ambiente geral, aquelas folhas caindo, aquela margem do Sena coberta de fo... com as folhas douradas. Acho uma estação muito agradável, a cor do céu, o céu com umas nuvens.
D
 E o inverno? (sup.)
L
 (sup.) Bom, outra coisa que, que chama a atenção pro brasileiro que vai à Europa, por exemplo, é o dia acabar mais tarde. Tem claridade até oito, nove horas da noite em Paris, às vezes o céu tem aquela cor violeta que é, é típica de lá. Ao passo que aqui, mesmo no verão, seis e meia, sete horas no máximo, já começa a noite. É uma coisa que se observa.
D
 Há, há um ponto atrás aí na nossa conversa o senhor falou sobre a paisagem do nordeste e mencionou a caatinga, uma coisa curiosa é que esse mesmo tipo de vegetação da caatinga tem nomes diferentes. Até mesmo aqui no Brasil, por exemplo, quando se fala da paisagem da região de Brasília, de Goiás, né, é uma vegetação que tem alguma coisa em comum, e no entanto não se, não se diz caatinga em Goiânia.
L
 Não sei qual é o nome não.
D
 E no, na África também, por exemplo (sup.)
L
 (sup.) É.
D
 (sup.) Não é? É um, um tipo de paisagem semelhante mas que já mesmo em português se utiliza outro (sup.)
L
 (sup.) É, não me ocorre agora quais são os nomes não.
D
 É, é, né? O senhor conhece a região do planalto central? Goiás? (sup.)
L
 (sup.) Conheço. Eu fui de, do Rio a, a Brasília de automóvel uma vez, fui de avião outra vez (sup.)
D
 (sup.) Qual é, co... qual foi a sua impressão da, do ...
L
 Uma vegetação muito pobre (sup.)
D
 (sup.) Vegetação pobre!
L
 Muito pobre. De Belo Horizonte a Brasília paupérrima a mata, vegetação rasteira, de arbusto.
D
 Sim. E como é que é Brasília, vamos dizer, por oposição ao Rio de Janeiro, a gente chega e é (sup.)
L
 (Sup.) Planalto, né?
D
 Hum.
L
 A cidade é num planalto. Não sei qual é a altitude exatamente, mas se não me engano são oitocentos metros, clima muito seco, com que muitas pessoas não se dão, começa (sup.)
D
 (sup.) Quais são as características de um clima seco assim, eh, por que que o clima fica tão seco e (sup.)
L
 (sup.) Olha, acho que isso é uma decorrência do regime de águas e da vegetação, isso faz com que determinados lugares seja mais úmido e outro mais seco ou a proximidade do litoral. O Rio de Janeiro, por exemplo, é uma cidade quente e úmida, é o calor úmido, que a gente sente também em Nova York da mesma forma.
D
 Conhece Nova York?
L
 Conheço.
D
 Podia descrever?
L
 Olha, eu acho que Nova York é uma cidade brutal, pelo menos é a primeira sensação que se tem. Dizem os que conhecem melhor Nova York, eu só passei doze dias lá, que a gente acaba gostando de Nova York. realmente é uma cidade em que há tudo.
D
 (inint.) do ponto de vista topográfico, quer dizer, a geografia de Nova York é muito diferente (sup.)
L
 (sup.) É plana (inint.) plana, uma, absolutamente plana, quente no verão, muito frio no inverno, há os dois extremos. Parece que Nova York chega a vinte e tantos, trinta abaixo de zero em certos invernos, né? E no verão é quentíssimo, chega a quarenta graus,
 também um calor úmido e desagradável, pesado.
D
 Sim, mas a cidade, eh, ela, ela não está distribuída de uma maneira contínua como o Rio de Janeiro, sobre uma mesma, assim, uma faixa de terreno como e Rio de Janeiro está, enfim, é um contínuo, embora haja interferência de montanhas, etc. por exemplo não tem um rio separando uma parte da cidade nem um pedaço do mar (sup./inint.)
L
 (sup.) Não, tem o rio, tem o rio Hudson que separa Nova York de New Jersey, é separado. Tanto que os quinze milhões da, da grande Nova York que eles falam, uma grande parte vem de New Jersey trabalhar em Nova York e volta atravessando o rio.
D
 Sim. Agora, é, é curioso que, por exemplo, a parte principal da cidade de Nova York, ela tem vários bairros, Nova York (inint./sup.)
L
 (sup.) Tem os bairros residenciais e tem o centro propriamente.
D
 E o centro propriamente fica no (inint.) nós temos dois rios lá que formam ...
L
 É uma, praticamente uma ilha, né?
D
 Manhattan é uma ilha.
L
 Manhattan é uma ilha, uma ilha longa, maior em comprimento que em largura.
D
 E a geografia da França, o país inteiro que o senhor conheceu bem, como é que é?
L
 A França eu conheço mais da fronteira da Espanha até Paris por trem e de Paris até o Mediterrâneo, até Nice, Cannes, de carro.
D
 Sim.
L
 Não, não cheguei a ir a, a, aos Alpes nem às montanhas, região de montanhas lá.
D
 Mas, eh, por exemplo, se a gente confronta a costa do Brasil com, vamos dizer, com a costa do Mediterrâneo, qual a diferença fundamental?
L
 Diferença entre a costa do Brasil e a do Mediterrâneo?
D
 Certo.
L
 Do ponto de vista geográfico?
D
 Sim, do ponto de vista geográfico.
L
 Não me ocorre assim uma diferença fundamental. Seria mais a, o, seriam as cidades, a diferença talvez nas cidades, como Nice, Marseille, Cannes.
D
 Mas as praias são iguais?
L
 Não, não, isso realmente não são. Toda a extensão do litoral acho que as praias brasileiras são muito mais bonitas.
D
 Por quê?
L
 Areia branca, fina, como já foi no Rio, hoje em dia é fina só, não tão branca assim. No norte não, no norte ainda há praias brancas, extensas, muito bonitas, Fortaleza, por exemplo, e que a praia vai até uma extensão enorme e as casas são praticamente na praia, vivendas, o que deixou de existir já no Rio.
D
 E o tipo de vegetação próximo da costa?
L
 No, na (sup.)
D
 (sup.) No Brasil e na Europa (inint.) por exemplo, já no Brasil o nordeste já é diferente do sul (sup.)
L
 (sup.) Já é diferente (sup.)
D
 (sup.) Não é? E na Europa então (sup.)
L
 (sup.) Na Europa quase que não se vê vegetação assim, se bem que aquela vegetação do Mediterrâneo sul é mais ou menos igual na Itália na, no sul da França, no sul da Espanha são parecidas.
D
 E que é mais ou menos como? Por que que lhe chamou atenção em matéria de vegetação na Europa?
L
 Nada em particular a não ser essa diferença de, de, da densidade das matas, né, florestas e do mar, parece que só na, na Europa Central e parte do sul da Rússia que há alguma coisa parecida com floresta, o resto são árvores, na Bélgica até numeradas e distanciadas umas das outras. Que dizem que quando os franceses vinham aqui procuravam "quelque chose de vert" porque eles já não tinham mais. (risos)
D
 Agora, eu desde criança, né, sempre ouvi falar de uma coisa assustadora, a, a geografia africana, quer dizer, eh, em termos de vegetação, de clima, etc. como aqui. É muito difícil pra vida humana, para (sup.)
L
 (sup.) Bom, a floresta tropical com os obstáculos que ela oferece à penetração do, do homem. Pela própria flora e pela fauna também.
D
 Parece que há uma coisa na África assim muito peculiar, não é, e que, eh, tantas histórias são contadas a respeito, em que a vida humana é muito difícil, quase impossível, uma parte em que não há vegetação (inint.)
L
 (sup.) Deserto, deserto do norte da Europa, do Saara.
D
 Como é que é o deserto (inint.) conhece pelas suas leituras mesmo que não tenha estado lá (sup.)
L
 (sup.) É, realmente eu nunca estive num deserto, acho que me congratulo por isso. A extensão enorme de, de areia com algumas ilhas isoladas de vegetação, os oásis, é meio difícil, escassez total de água, conseguida dificilmente.
D
 Essas pessoas que têm que atravessar esse deserto, que é que elas fazem, elas devem tomar alguma providência pra sobreviver (inint.)
L
 Especialmente a água e os mantimentos, né?
D
 E algum tipo de animal (sup./inint.)
L
 (sup.) Camelo particularmente.
D
 E no, nos oásis o que é que se encontra?
L
 O que se encontra nos oásis?
D
 Sim.
L
 Água e uma vegetação, talvez dê pra descanso na sombra. Dizem que no deserto do Saara há rios subterrâneos (sup.)
D
 (sup.) Ah, sim? (sup.)
L
 (sup.) Que saem nesses, nesses oásis depois se enterram outra vez e percorrem distâncias enormes por debaixo da terra.
D
 Ah, agora estou me lembrando que eu sempre ouvi também dizer que nós brasileiros somos privilegiados porque nós não sofremos uma série de calamidade que assaltam, que assolam outros países, né, o senhor podia mencionar algumas dessas, de vez em quando o Chile (sup./inint.)
L
 Maremotos, terremotos, vulcões.
D
 Sim.
L
 Nós realmente não temos (sup.)
D
 (sup.) O que é um vulcão, podia descrever um vulcão ?
L
 A definição geográfica de um vulcão (sup.)
D
 (sup.) Já viu algum vulcão?
L
 Não, felizmente não! Já vi o Vesúvio.
D
 Sim.
L
 Tranqüilo.
D
 Há vários tipos, parece, no momento os que estão (inint.)
L
 Em erupção e os que estão em descanso. Destruindo. De vez em quando entra em erupção e os que há muitos anos não entram.
D
 Esses que estão em erupção o que é que eles fazem?
L
 Lavas em matéria (inint.) e matérias inflamadas são despejadas, saem em jatos e aquele mar de lavas invade as cidades próximas, o sul da Itália, Sicília.
D
 (inint.) terremoto, o que que o terremoto faz?
L
 Abalos sísmicos da terra maior e menor intensidade.
D
 Sabe a que que se deve o fato de certas regiões (sup./inint.)
L
 (sup.) Acomodação das camadas interiores da terra.
D
 Eu que sou completamente ignorante nesse aspecto (inint.) como é que essas camadas, por que que essas camadas estão (sup./inint.)
L
 (sup.) É uma acomodação provavelmente com o resfriamento da terra. Sup~oe-se que há um núcleo ígneo da terra, então essa crosta da terra que, eh, corresponderia digamos à grossura da casca da laranja, um fruto, essa, essa crosta, essa camada vai se acomodando à medida que há uma contração do centro da terra, dessa matéria ígnea, evidentemente isso causa pressões, então essa lava, esse material no estado encandescente procura uma saída e essa saída são canais que saem em geral nos montes, nos morros, nas montanhas.
D
 Agora, o senhor como todos nós, né, deve ter assistido a, o desembarque do homem na lua, o que é que o senhor achou da lua pela televisão, assim chamada a paisagem (sup./inint.)
L
 (sup.) Bom, eu acho que o desembarque do homem na lua, primeiro matou minha visão poética que até vinha sendo alimentada pelos homens desde a antigüidade. A lua é um pequeno planeta que já foi pisado, já foi violado pelo homem também.
D
 O que que caracteriza exatamente (inint.) me impressionou muito, eh, a qualquer momento eu achava que o astronauta ia voar (inint.) o que que faz isso?
L
 Diferença da fonte de atração da terra e da lua faz com que a pessoa perca peso. Não sei se um terço, um quarto do peso aqui na terra.
D
 Mas existe na lua alguma atração?
L
 Existe, se não existisse dificilmente o homem poderia andar em cima dela, então há uma atração, uma força de gravidade muitas vezes menor do que a da terra. Isso varia de planeta pra planeta também.
D
 Como é, o que que o senhor acha dessa tentativa que o homem está fazendo de explorar o espaço, essas experiências, o senhor acha que vai (inint.)
L
 Acho que essa conquista do espaço no século XX corresponde mais ou menos à conquista dos mares e novos continentes no século XV, XVI. Nós estamos aumentando o horizonte (inint.) do homem, da espécie humana. Se, como os navegadores portugueses e espanhóis que não sabiam como ia acabar a aventura das viagens se lançavam aos mares em navios sem a menor segurança, hoje em dia não daria talvez nem pra atravessar do Rio a Niterói, se lançavam sem saber se em determinada altura da viagem aquele mar se lançaria numa espécie de catarata monstruosa no espaço, uma vez que ainda não havia uma segurança tão absoluta de que a terra fosse, fosse uma, uma esfera, um esferóide. Evidentemente os, os antigos não tendo uma idéia de curvatura da terra, não poderiam ter porque o máximo que se conhecia era sua própria cidade, aquela onde ele morava e os mais atrevidos uma cidade próxima. Os viajantes e os soldados, esses conheciam extensões maiores sempre planas, então eles não tinham razão nenhuma pra imaginar uma terra que não fosse absolutamente plana. Então criava-se o problema de saber onde terminaria essa planície enorme que seria a terra. E uma vez terminada, porque não se admitia a idéia do infinito nessa extensão, o que viria depois? E sobretudo onde se apoiaria essa espécie de bandeja enorme? Então foram criando uma série de explicações, de fabulações como a de que a terra estaria apoiada em quatro colunas por sua vez se apoiaria em quatro elefantes e por sua vez seria sustentados por uma imensa tartaruga, por sua vez estava num mar imenso. E depois das viagens de circunavegação de Fernão Magalhães e de Colombo então obteve-se a certeza de que a terra era realmente redonda.
D
 Mas como é que o senhor explica que um país tão pequeno como Portugal tenha, eh, sido primeiro, eh, nas descobertas, que tenha chegado tão longe?
L
 Eu acho que é um mérito de raça, haveria talvez uma explicação étnica, mas principalmente uma explicação geográfica, sendo um país de extensão limitada e dando pro mar, pro oceano Atlântico, unido isso ao espírito de aventura do povo português, eles conseguiram com um milhão e meio de habitantes tomar conta de metade do mundo (sup.)
D
 (sup.) Agora (sup.)
L
 (sup.) E se deram ao luxo de dividir esse mundo através de uma, uma linha imaginária com a Espanha. Seriam as duas potências do século XV como hoje em dia o mundo está aí dividido do ponto de vista ideológico e econômico em áreas de influência do, da Rússia e dos Estados Unidos, ou do mundo socialista e do mundo ocidental.
D
 Agora o senhor não acha que é, é preocupante (inint.) em termos de tecnologia, alguma tecnologia se supõe para que (inint.) capazes de atravessar o Atlântico. Naquela época um país que (inint.) tenha se... chegado a isso, eh, quais, qual foi esse conjunto (inint.)
L
 Bom, isso nasceu na Escola de Sagres.
D
 Sim.
L
 Em que se formavam os navegadores e que se tornou um centro de navegação, de construção, de estudos a respeito de oceano, de viagens, etc.
D
 E o que que se estudava na Escola de Sagres, quer dizer, estudava-se a geografia da época, mas eles, eles estudavam, por exemplo, como fazer as embarcações, não é, sem (sup./inint.)
L
 (sup.) Também estudavam a possibilidade dessas embarcações (sup.)
D
 (sup.) Como é que eram essas embarcações (sup.)
L
 (sup.) Mas quando, quando Colombo por exemplo acabou descobrindo a América ele imaginava uma viagem bem mais curta, uma vez que a América estava suprimida. A crença era de que saindo da Europa eles, e caminhando em linha reta, navegando em linha reta sempre em frente, encontrariam o Cipango, o Japão, e então foi supreendido com a existência desse, do continente chamado de Índico por isso, achavam que tinham encontrado alguma, algumas ilhas no oceano Índico ou no Pacífico. Então a, a, os navios eram calculados naquela época pruma viagem de tempo determinado. Evidentemente que se não houvesse a América Colombo não chegaria nunca ao Japão como ele pretendia, que a extensão era muito maior, isso é, o mundo, o globo terráqueo era muito maior do que se imaginava no século XV. O diâmetro do, do globo.
D
 Agora que estou me lembrando das minhas lições de geografia que dizia que eles (inint.) estava procurando a Ásia, não é, e chegou ao Brasil em função de certo comportamento dos ventos, o senhor acredita nisso, que (sup.)
L
 (sup.) Não, isso é muito controvertido. Uma parte acha que Cabral realmente tinha instruções secretas, tanto que parece que ele saiu com uma carta de prego que se chamava na ocasião, os marinheiros, a tripulação saiu com essa carta de prego e que ele teria saído de Portugal deliberadamente pra encontrar, tomar posse de terras que ele supunha existir. Eh, o, o que se conta, o que se aprende normalmente em ginásio é que ele realmente queria descobrir um novo caminho pras Índias e dificuldades de ir na, na direção leste-oeste e na calmaria, etc. esses navios teriam chegado ao Brasil.
D
 E o senhor acredita em navegadores antes desses que teriam chegado na costa do Brasil, porque há alguma suspeita nesse sentido (inint.)
L

  É, há muitas versões nesse sentido. Até recentemente um, um francês que esteve aqui acha que os 'vikings` que desembarcaram na Venezuela teriam feito migrações e esse francês teria encontrado tribos de índio do Paraguai e do Brasil brancos, de pele branca, cabelos castanhos e olhos claros. Então ele acha que isso são ainda remanesc... que são remanescências, as tribos são remanescentes dos, dos 'vikings` que teriam se fixado ali. É uma teoria como qualquer outra.