« MAPA «
PROJETO NURC-RJ

AMOSTRA COMPLEMENTAR:
Inquérito 20 (feminino / 54 anos)
Tema: Transportes e Viagens
Local/Data: Rio de Janeiro, 04 de julho de 1996
Tipo de Inquérito: Diálogo entre informante e Documentador
Documentador:R R M


DOC. - bom... eu queria que a senhora começasse falando como é que está o trânsito no Rio de Janeiro....
LOC. - bom... o trânsito está caótico... está horrível... ninguém pode contestar isso... eu acho que não tem quem esteja satisfeito... de repente é aquilo... tem que ser feito... a gente sabe que as obras têm que ser fei/ tem as obras vão ser feitas... precisam ser feitas. Mas foram... foi assim tudo muito junto... em todos os lugares... no mesmo tempo... então eu acho que... foi o fim de governo... não é que a gente seja contra o prefeito... ele teria que fazer e que muita coisa está sendo feita... é bom que seja feita né... mas foi feito assim tudo numa hora só... então... veja bem... as ruas e o trânsito está terrível... você sai e você volta estressado... você pega engarrafamento pra tudo quanto é lado...ele alargou... eh... veja bem... aqui a suburbana foi alargada... agora ele está fazendo no meio um canteiro pra apertar tudo de novo... então a gente não entende aquilo... foi colocado... foram colocadas aquelas... aquelas vias né... pra águas pluviais e tudo... a gente sabe que aquilo é preciso... está sendo bem feito... que vai daqui a alguns anos... vai ficar muito bonito e tal... mas foi tudo muito junto... então veja bem... se vai desviar o trânsito pra todas as ruas que o trânsito está sendo desviado... está sendo... estão sendo arrebatadas... veja bem... a nossa rua aqui mesmo... lá embaixo está uma cratera... então o trânsito está ... está caótico... está horrível... a gente se estressa... está... está tremendo...
DOC. - bom... então eu acho que a senhora já falou das conseqüências desse trânsito... e como é que está o transporte para ir ao seu trabalho?
LOC. - bom... eu vou de carro... trabalho bem dizer perto... são sete quilômetros mais ou menos ( )... então eu utilizo o carro... mas... se eu vou de ônibus é rápido também... só o conforto de... ah... tem engarrafamento é porque o ônibus inclusive que segue para a escola pega aquela parte de Cascadura que vai lá por dentro... eh... vem pela ( ) que é um engarrafamento total também... então vai até Cascadura e quando sobe a ponte é tudo entupido também... então se eu for de ônibus também é bem... é bem estressante... mas eu uso é o automóvel...
DOC. - e qual o meio que a senhora acha de transporte que seja o mais eficiente? e o quê a senhora acha também das passagens?
LOC. - eficiente... acho o automóvel... mas aí fica aquela coisa... todos resolvem sair no mesmo tempo... que agora... muita... não sei talvez o preço da gasolina... né... houve épocas que foi bem reduzido o número de automóvel na rua... agora é... quase todo mundo tem automóvel... então... se utiliza muito deste meio né... deste veículo e... qual foi mesmo a outra pergunta? ah... as passagens... eh... está custando cinqüenta e cinco centavos né? eu acho que poderia ter continuado cinqüenta... não... não faria muita diferença não... acho que está puxado cinqüenta e cinco...
DOC. - ()
LOC. - olha... economiza tempo né... economiza porque... é... isso aí acaba sendo também em dinheiro mas... eu acho que é mais o tempo... porque veja bem... se eu sair daqui em cinco minutinhos estourando uns dez minutos... eu estou na escola... se o trânsito estiver bom... e teve uma sexta-feira que eu saí daqui com qua/ mais de... duas horas quase pra chegar lá no Campinho... foi o dia pior que houve muita... muita retenção em Cascadura... tanto pra ida quanto pra volta... eu levei da minha escola... coisa que eu faço rapidinho... eu saí às cinco e quinze... sete horas eu estava lá em Cascadura em frente ao Subtenente da Aeronáutica ali né... Cascadura... coisa que eu faço em cinco e dez minutos... eu levei... eu cheguei em casa mais ou menos às sete horas nesse dia... saí às cinco e quinze da escola no Campinho e cheguei às sete em casa... quer dizer bem... bem retido ( ) e na ida foi a mesma coisa... todas as vias ali estavam entupidas... foi a (Hernani) Cardoso... foi a.... ( ) viaduto de Cascadura... ( ) de Mello... tudo aquilo ali ficou entupido... mas entupido mesmo... numa sexta-feira... foi tremendo... pela primeira vez eu marquei uma reunião e não consegui chegar... não houve a reunião... eu atrapalhei a vida dos... dos dos pais que tinham ido pra reunião... mas eu não consegui chegar na escola... eram duas horas e eu não consegui chegar... só cheguei às três e pouco...
DOC. - ( )
LOC. - ih... meu Deus... eu acho que só helicóptero... não... não sei... acho que se houvesse... sabe... mais.... mais até compreensão ... não sei se... de repente o pessoal que não sabe dirigir... porque veja bem... quando você dirige no trânsito... eu dirijo há muito tempo... tenho carteira de motorista há muito tempo... nunca fiz assim... besteira... acho que até... acho foi dito até pelo meu marido... que é difícil né... marido dizer isso... que eu dirijo bem... mas eu acho assim... você se tiver uma ponte estreita, você você que a coisa está cheia... que está tudo cheio... que você não pode andar... então você vai um atrás do outro direitinho... aí vem sempre um engraçadinho cortando por fora... entupindo lá na frente a ponte... você não consegue sair né... aqui em (Quintino)... por exemplo... a gente sabe que quando um ônibus vem da Gama Filho... uns ônibus que vêm para o transporte dos alunos... que ele vai... aponta lá no alto da ponte... quem está aqui em baixo tem que deixar vago pra ele poder dar aquela volta... então... eles não compreendem isso... se você pára... o retardado atrás fica buzinando querendo passar... então ele vai... enFIA a cara e vai embora... chega lá ele não... não tem... não deixa o ônibus passar... resulTAdo... o ônibus não passa... entope tudo... acho que devia haver um pouco mais de compreensão no trânsito -- o que não há... sempre tem um engraçadinho... sempre tem um querendo ser mais vivo do que o outro... passando... é o que acontece muito aqui na ponte Quintino... que todo mundo mora por aqui sabe que tem aqueles ônibus que quando eles apontam na... lá no alto da ponte... já é pra deixar um pouco de vaga pra trás pra ele poder fazer a volta e sair... ele desempede todo trânsito... mas se não fizer isso... entope e você não consegue sair... é um desacerto...
DOC. - ( )
LOC. - ah... não... houve não... inclusive quando eu era mais nova eu ia... trabalhava em Paciência... trabalhei em Paciência e Campo Grande... e me utilizava de trem... aliás... era ótimo sabe... não tinha... e não ia de carro porque não valia a pena... mas o trânsito era bem mais tranqüilo... bem mais... hoje em dia você estressa... você... se sabe se irrita... você tem que ter um controle muito grande... porque de repente você pode levar até um tiro no trânsito... porque as pessoas estão tão agoniadas... armadas e saem e abrem a porta e já querem tomar satisfação... já querem sair na... no braço... a coisa está bem... o Rio de Janeiro está bem estressante... em todos os pontos...
DOC. - ( )
LOC. - ih... peguei... aquele ( ) gostoso pra caramba... eu ia mais... veja bem... eu ia pro colégio das irmãs ali no ( )... aí eu gostava de comprar sorvete... sorvete da kibon custava centavos né...que nem os de hoje... vamos supor... dez centavos... então tinha o (bonde) que era um pouco mais caro e o ( ) aquele que levava passageiro e carga... aí esperava o ( )... porque o ( ) era mais barato eu guardava pra tomar um sorvete... então era a época gostosa né...coisa que hoje em dia você não tem assim... uma... uma criança dizer... hoje um jovem dizer... ah na mi/ na minha infância eu fiz isso assim assim gostoso... é difícil... até meus filhos... é difícil perguntar pra eles assim... o quê que você fazia de gostoso na infância... nesse estilo assim que a gente né... guardava aquele dinheirinho né... pra poder comprar uma bala né... um sorvete... eu gostava era de sorvete de limão... que era o mais barato do... do... da kibon... sempre lutei com muita dificuldade... então tinha... tinha muita... muito cuidado com o dinheiro dos meus pais... então eles me davam aquele dinheiro pra eu ir no bonde normal... eu esperava o ( ) pra poder às vezes vinha à pé... subia ali a... a rua ( ) a pé pra poder economizar dinheiro... pra poder tomar o meu sorvete...
DOC. - ( e tinha bonde? )
LOC. - não... na minha época de namoro já não tinha mais bonde não... não tinha mais bonde não...
DOC. - ( ) bom... então vamos falar de viagem... ( )
LOC. - olha... viagem eu gosto até porque... eu gosto de fazer... mas acontece... eu gosto de viajar... mas a estrada me bota assim um pouco nervosa... eu... quando a gente viaja... se é de carro eu vou do lado do meu marido feito co-piloto... então aquilo eu freio junto com ele... eu faço as mudanças junto com ele... então eu fico muito estressa/estressada porque eu fico muito preocupada com a estrada... entendeu... agora eu já estou mais... maleável... mas eu era bem... eu chegava nos lugares ansiosa demais... agoniada... e aquilo me cansava demais... então eu não não gostava de viajar porque a gente ia de carro... mas eu viajei... você perguntou se eu viajei muito né? é isso? eu viajei... nós fomos pela primeira vez de avião... eu fui pro sul... eles fizeram (no trabalho) meu marido trabalha na ( ) fizeram uma viagem pra feira... então... fizeram... deram uma sugestão... as esposas iriam pra conhecer... nós ficaríamos três dias... foi sexta... sábado e domingo... a feira começaria na segunda e a gente viria embora e eles ficavam e um deles... um dos vendedores veio nos acompanhar... as esposas né... então nós fomos pro sul... gostei muito achei lindo o sul uma coisa maravilhosa... Porto Alegre... ficamos em gramado... ficamos num motelzinho... eh... tipo assim todo ele alemão né... toda a estrutura... toda... as pessoas que trabalhavam também lá tinham descendência alemã... muito gostosinho... vi pela primeira vez eh... ge... neve... caiu... geou né... aquela geada do sul a gente... pegando de manhã aquelas pedrinhas de gelo em cima das plantas... adorei... adorei o sul... mas já fui também de avião ( ) no sul foi a primeira vez... fui rezando... voltei rezando... mas fui de avião... aí nós fomos pro norte... fui pra Recife... Bahia... demos uma passadinha... acho que foi... que deu um problema no avião... nós tivemos que... numa cidadezinha que nós tivemos que parar... agora não estou me lembrando qual foi... mas... eu passei mesmo foi em Recife... na Bahia... que nós passeamos... muito bom... gostei muito também... muita praia bonita... não gostei da Bahia não... Recife eu adorei... as praias muito bonitas... um litoral muito bonito... mas Bahia não gostei não... cidade muito suja... muito sem... sei lá... falam muito da Bahia... mas eu não gostei muito não...
DOC. - ( )
LOC. - apavorada...
DOC. - ( ) o que a senhora achou do avião?
LOC. - olha... eu não deu nem tempo... não deu mesmo... muito ansiosa... mas vim mesmo... até a... a esposa de um de um vendedor amigo meu... “meu Deus do Céu... ela nem conversava... ela rezava o tempo todo”... mas eu realmente... rezava porque podia né... a gente só morre no dia... mas sei lá se era o dia do piloto... então eu tinha medo né...
DOC. - ( )
LOC. - fiquei... nós ficamos no sul... ficamos assim... era uma espécie de uma... como é que eu posso dizer... não era hotel chiquérrimo não... assim de... quatro estrelas sabe... simples... tinha... você era... como é que chama quando você... bota... ai Jesus... eh... ar quente essas coisinhas no quarto... você não sentia frio... inclusive eu sou muito friorenta... aquecimento... eu sou muito friorenta... eu tirei até um retrato embaixo de um... de um termômetro pra mostrar que eu consegui ficar no sul a quatro graus... sou friorenta demais... e no hotel era bem quentinho... tinha aquecimento... você entrava e você não sentia... chegava até a sentir calor debaixo daquelas cobertas que eles botam... aqueles edredons pesados né... o aquecimento... a água é muito quentinha... então o tempo que você ficava dentro do quarto... apesar de ser assim um motel bem simples... tipo... fazenda... mas a comida é muito gostosa o atendimento é muito bom... isso sul... depois no norte eu fiquei... aí dei uma de... de bacana... fiquei num hotel cinco estrelas... ficamos... foi uma viagem assim paga... parceladamente... quer dizer... foi suave né... então nós ficamos no hotel... mas também foi só uma noite e metade de um dia... depois nós fomos prum hotelzinho mais... mais simples foi no... em Recife? não... Bahia? acho que foi Bahia... e quando houve esse... essa parada forçada na... na Bahia... aí o casal que estava nos acompanhando... brigando à beça... disse que a gente tinha que ficar num... pelo menos pra esperar... nós ficamos no... no aeroporto não... que colocasse a gente num lugar decente... aí... curti também outra vez um hotelzinho cinco estrelas...
DOC. - ( )
LOC. - mui/ mas muito gostosos mesmo...
DOC. - ( ) e o que a senhora viu lá... de (costumes... hábitos..) ?
LOC. - hábito? tem aquela... hábito do chá né... daquela casa de chá... eles fazem eh -- inclusive parece uma casinha de boneca... toda... com aquelas coisinhas de xadrezinho... e aquelas mesas postas com chocolate quente... com doce... muito assim... aconchegon/ aconchegante mesmo... pessoal muito bom... pessoal do sul é muito dado... muito muito atencioso com todo mundo... e eu gostei muito do sul...
DOC. - ( )
LOC. - foi... eles têm... geralmente à noite né... quando a gente ia jantar... nos dois lugares que nós fomos tinha... era aqueles ranchos né... que eles chamam... eles dançavam ... tinha aquelas músicas folclóricas...
DOC. - ( ) e a comida?
LOC. - olha... eu não... não sou muito assim fã de ( ) churrasco não... porque lá tem muita muito disso né... mas tinha... tipo assim... o que hoje em dia se usa a quilo... lá não é que não fosse a quilo... mas tinha assim muita qualidade pra você escolher... então as pessoas comiam o que gostavam no momento... não precisava... não era só um tipo de churrasco não... porque você comia o que você desejava na... eu não sou muito fã de churrasco então... como mas não...
DOC. - ( )
LOC. - nós fomos olha... na Bahia tem um lugar no ( ) é o Senac... veja bem... você quando vai no restaurante... se você pedir um vatapá... pode até vir não sei... porque não fui... mas é uma comida que... é uma comida que tem que ser feita em grande quantidade... pelo menos eu conheço vatapá... meus pais... minha mãe fazia muito... toda sexta-feira santa... é uma comida que você tem que fazer pra mais de dez pessoas... tem que ser aquela comida com muita... é muita quantidade pra poder até pegar gosto... então tem um lugar lá no ( ) que é o Senac... eles... eles fazem um curso profiss/ profissionalizante né... então pra garçon... pra ( ) pra... pra vários tipo e né de... de... cozinha brasileira... e é profissionalizante lógico... então... tinha os garçons... os meninos que (iam) pra garçon... tinha pra metri... pra... ( ) o que foi né... então a gente vai... ia né... nesse lugar e a gente escolhia... as comidas... tinham várias comidas nordestinas... então você... ali você escolhia... o que comia... po/ podia comer um pouquinho de casa... por exemplo... um pouquinho de vatapá... um pouquinho de sarapatel... sabe... eu... certas comidas do norte você olha assim... dá MUIta vontade de comer... porque vai muito pela aparência né... não sei... isso aí... vai da pessoa... então eu comia assim um bocadinho de cada coisa mas não... não... a gente não... não come aquela quantidade... só pra provar mesmo... depois tem a mesa de doces também... com todos os doces típicos de lá... que vai... pode comer um pouquinho de cada um... e eles fazem... eles servem porque são analisados também né... são... são... né... são alunos... então eles têm... a avaliação deles também né... no tratamento com a gente né... no atendimento... lá também tem show... nós assistimos dois... shows lá na... no... Senac... de... foi de... de capoeira... teve uma outra meu Deus... que foi? capoe:::ira... uma dança típica... eu sei que foram dois shows que nós assistimos... então... eh... quer dizer... nesse... ali na... no Senac... você conhece... todas as ( ) e também todas as comidas... depois nós fomos numa... numa... num restaurantezinho assim tipo beira mar... não é... não é... é restaurante... mas é... quase todo ele aberto... sabe assim... feito ( ) não é barzinho não... é restaurante mesmo... aí comemos camarão... MUIto gostoso por sinal... eram uns camarões grandes né... e... a comida é até gostosa... vem assim... fervendo... naquela frigideira... mas a comida é... mas isso é comida carregada... eu tenho muito medo... de comer comida assim e não fazer bem... a gente não está acostumada né...e a gente... jantava... jantava assim... em vários lugares... vários pontos... mas eu sempre com muito... resguardo... com essas comidas... porque eu tenho... receio... porque são carregadas... em pimenta... ( ) muitas coisas do norte... mas é... o atendimento do nor/ eu gostei... como eu gostei... me encantei muito com o SUL... aí geralmen/ sei lá... você acha que o norte atende bem mas não... não chega... àquela coisa que você... ao ponto do sul... eu gostei mais do sul...
DOC. - ( )
LOC. - olha... eu pessoalmente não vou muito com nortista não... não sei se é porque eu tive experiências... sei lá... negativas com pessoas de... sabe... de origem nortista... não sei se... se eu posso até::: generalizar... dizer que todos são assim... sabe... mas sei lá... eu acho o pessoal nortista assim mui:::to estranho... você não é nortista não né filha? não... ((risos)) eu acho o pessoal nortista assim muito estranho... não sei... não sei eh... não sei se é porque eu tive... de princípio eu acho eles preguiçosos... MUIto... povo muito preguiçoso... acho assim muito... muito... não sei... se... são todos... ou se é porque eu lidei... com um grupo de... de... de pessoas que... mas eu acho um pesssoal assim muito... que eles poderiam até... sei lá... conseguir mais coisas... eles (me) são assim bem... acomodados eu acho um povo acomodado... Demais... há diferença... muito diferente...
DOC. - ( )
LOC. - olha... eu já fui a Friburgo... eu já fui a Petrópolis... tenho loucura pra conhecer o (Conservatório)... tem gente que mesmo mês de agosto... tem muita seresta... eles saem né... porque é uma ru/ é uma cidadezinha... pequena... acho que só tem duas ruas se eu não me engano... uma pra lá outra pra cá... é... é bem pequenina... e o pessoal acaba de fazer a seresta... eles vão nas casas... passam... até na televisão já passou... eles fazem aquela... é todo mundo cantando... o povo atrás pela... pela cidade toda parando nas casas... tenho loucura pra conhecer o conservatório...
DOC. - ( )
LOC. - é uma estrada do Rio... acho que é lá pro lado de Mauá né não? acho que é... ( ) é uma... diz que é uma gracinha... e eu gosto muito de seresta... e tanto que o pessoal... do tempo do frio... em vez de eh... chocolate quente que toma vai... fica pela noite adentro cantando... escutando... os seresteiros... Friburgo eu fui... quando pequena... e fui uma vez... já moça... é... uma vez só...e agora... já casada... eu fui... numa excursão aqui na igreja... fui... aonde tem Nossa Senhora que... que sai óleo do... da imagem... as paredes todas hoje lá... ai Jesus o nome... Nossa Senhora... Monerá... Nossa Senhora de Monerá... e fui agora... tem o quê? tem uns dois anos mais ou menos... minha lua de mel eu passei em Petrópolis... eu vou todo mês... a Minas... na cidade de Piraúba porque meu marido só CORta cabelo em Piraúba... ((risos)) e agora eu acabei acostumando... eu go/ quero porque o limão acabou... da caipirinha... o... o... o café que é o café ( ) que só vende lá na... em Minas... então eu digo... pra agora também estou... vou... ãh... fazer massagem no meu cabelo que eu achei um cabeleireiro que veio dos Estados Unidos... que agora está lá em Piraúba... então vou também... fazer... vou entrar na dele... vou todo mês lá pra fazer o cabelo... arrumar o cabelo...
DOC. - ( )
LOC. - vamos de carro... olha... paran:::do tranqüilamente... sem precisar de correria... umas quatro horas... isso porque a gente pára... toma um café... fica uns vinte minutos mais ou menos né... vamos devagar... geralmente viajamos á noite... ele sai daqui á noite... a gente vai com mais cuidado né... mas são quatro horas... estrada boa de... Rio/ Juiz de Fora... boa... uma estrada ótima... mas to/ toda estrada é perigosa né... mas se a pessoa tem cuidado... inclusive a gente vê muita... eh... coisa feita que... acontece em desastre por... por realmente precipitação... por... por... sabe... vontade de voar sem necessidade... mas a estrada é muito boa... Rio/ Juiz de Fora é muito boa... tem Rio/ Petrópolis primeiro... depois pega Rio/ Juiz de Fora né... a estradinha que vai de Juiz de Fora pra... pra Piraúba... é que a gente tem dois caminhos... ou vai por ( )... mas pega muito quebra-mola... são quarenta e poucos quebra-mola... e (tome) de... e... e... enjoado né... porque pára... diminui... tem muito assim... inclusive em Goianá... saiu até agora há pouco no jornal... uma reportagem de Goianá que só tem gêmeos né... que é muito gêmeos que é muito gêmeos que tem lá em Goianá... e que... é... a cidade dos quebra-mola... nunca vi... e vamos... ou então vamos por Rio/ Pomba... que Rio/ Pombas não tem... apesar de ser uma... estrada mais perigosa... mas não tem... quebra-mola e a pessoa ganha um pouco mais de... de TEMpo... um pouco mais de quilômetro... em tempo... a gente... porque péssimos ( ) pros quebra-molas... quebra-MOlas... ãh?
DOC. -
LOC. - na casa do... primo do meu marido...
DOC. -
LOC. - nada... ((risos)) se du/ se duvidar muito é só dormir e comer... né... mas é muito gostoso porque a gente descansa a cabeça... agora eu já me acostumei... realmente eu sinto até falta... a gente vai pra chácara... a gen/... temos ficado dentro da cidade mesmo... mas aí quando vamos pra chácara....agora... meu marido gostou mais de chácara... você acorda a hora que quer... você fica mais... mais... liberto de horário né... já quando a gente fica lá na cidade onde eles... têm a casa deles... tem a padaria... fazem muito zoeira... e... tem que acordar de madrugada pra fazer pão... aquela coisa... então... a gen/ geralmente você não tem... um soSSEgo mas... lá na chácara... você não escuta nem... só escuta um passarinho cantando... eh... eh... acordando com o Galo... quer dizer... você dorme a hora que você quiser... acorda a hora que você quiser... come a hora que quer... tem mais liberdade...
DOC. -
LOC. - quase sempre eu não consigo fugir não...
DOC. -
LOC. - olha... nós tivemos aGOra... veja bem.. foi... feriado de Corpus Christi... é... feriado de Corpus Christi foi bom porque... inclusive nós... fui eu meu marido...esperávamos que a minha família fosse... mas mi/ meus filhos não puderam ir... mas foi a família do meu marido... então ficou um grupo grande lá... só ficou faltando uma irmã dele... ele consegui reunir... eles são sete... consegui reunir os seis... só ficou faltando uma...então foi gostoso a gente... passeou... fez seresta... eh... almoçamos juntos... quer dizer... foi... foi gostoso... como também agora há pouco eu fui... a Belo Horizonte... aonde uma das irmãs dele mora... passamos um domingo e uma segunda-feira maravilhosos... cantando... comendo churrasco... o dia inteiro... apesar de eu não... ser muito fã de churrasco... mas eu belisco de vez em quando uma carninha... passamos o sa/ o domingo inteiro foi batizado da... da sobrinha dele... nós chegamos lá era na sexta-feira... ficamos sexta a do/ a segunda... mas também foram quase todos os irmãos dele... quer dizer fica gostoso porque reúne a família... consegue reunir né... aí... foi brincadeira o tempo todo... cantamos... aí na segunda-feira sobrou carne pra... pra ninguém ir pra cozinha... fomos de novo pra... pro quintal... e passamos o dia inteiro... foi até dia de São João... passamos o dia inteiro brincando... quando foi à noite aquela seREStazinha que... que nós fizemos... foi bem gostoso... tanto que a irmão já pediu pra gente voltar... pra... ela cobrou dele pra gente voltar porque foi muito bom... realmente foi gostoso... a reunião da família assim né... porque eles vivem... separado... em Belo Horizonte... outro em Minas... ele aqui no Rio... quer dizer... então quando junta assim... é gostoso né... então foi... eh... os feriados grandes foi de... Páscoa... é... Páscoa eu passei lá também... passei carnaval... carnaval passamos com os filhos... depois os filhos vieram nós ficamos... é... é... (farrão mesmo) gostoso quando vai todo mundo do nosso também... nós não conseguimos é juntar... por exemplo... Marta... Flávia... Gustavo... nós ficamos em... foi... novembro é que nós conseguimos juntar assim... mas nesse ano ainda não conseguimos juntar todo mundo não...
DOC. - ( )
LOC. - aí vai todo mundo pra chácara... vai... porque lá tem três quartos... tem bastante... bastante... espaço né... então dá pra ir todo mundo... o que não daria né... lá na... cidade né... na frente... porque a gente já está acostumado com o quarto da frente... fica eu com meu marido... mas aí quando vai... mais gente assim... fica os homens num quarto... ou na sala... e as mulheres espalhadas pelos quartos... pra ficar mais acomodada né... aí quando o Lucas foi... ele ficou deitadinho no chão... pra... não precisa de... de... levar berço... nada disso... né... ficou na... no colchonete... ali não tinha jeito... se der pra ficar um casal no quarto tudo bem... se não vai todos os homens pra... pra sala e as mulheres ficam no quarto... não... foi só da outra vez foi só Rafael... eh... foi... foi...
DOC. - ( )
LOC. - não... acho que não... não... ah... Espírito Santo já foi em ... em... ( ) foi em Espírito Santo adorei Marataízes... quer dizer... não a praia de Marataízes... mas quando você vai de (Piúna)... Marataízes você olha assim... você tem impressão que você está em Copacabana... lembra muito o Rio... é uma coisa linda... mas linda mesmo... fui a Guarapari... achei muito brava a... assim a... a praia muito perigosa sei lá... chamam de banco de areia né... que por exemplo... você está muito bem você cai... aí eu fiquei nervosa... eu não gosto de lugar assim não... eu gosto de água... mas que você tenha... tranqüilidade pra... brincar... (Piúna) por exemplo... a... a... a praia calma... sabe a água assim não é tão... limpinha mas... eh... falar nisso eu lembrei de Ilha Grande... um lugar ma-ra-vi-lho-so... lindo lindo lindo... a ponto assim... de você obter... eu tenho medo de... um pouco de água né... mas quando nós fomos... fomos numa excurção... e... pegou em ( ) quando chega bem... quase perto de Ilha Grande... tem um lugar que chamam de... lago/lagoa azul... realmente você olha... aquele pedaço todo é um azul... é lindo... dali você... pode tomar banho... eles param... quem sabe nadar... se joga... olha eu fiquei tão vidrada na água... que eu falei assim... gente se eu não me jogar nessa água -- eu tenho um... um retrato... mas bóia na cabeça... bóia nos pés... bóia em tudo quanto é canto... mas eu me joguei dentro do água... falei não... se eu não me jogar eu vou ficar frustrada... todo mundo nadando você olhando o corpo da pessoa todo lá dentro de tão limpa que era a água... e depois num certo ponto você via água PREta... como é que pode né... dentro de um oceano... a água azulzinha... limpinha e depois naquele pedaço que não pode... saltar ninguém pra... pra nadar... aquilo escuro né... ah mas uma maravilha... aí eu pedi o rapaz pra... olha... você vai me botar bóia pra tudo quanto é lado mas eu vou me jogar... aí botou bóia na cabeça... botou bóia na cintura... fui eu... tenho até um retrato... gozadíssimo... mas eu estou lá... dentro d’água... e na Ilha Grande... quando nós chegamos... nós andamos assim por uma... (pinguelazinha)... eu falei que diabo... vem uma mulher meteu-se por... que troço esquisito só tem... estamos andando... estamos andando... e só tinha mato... olha... quando você... sabe... parecia coisa de filme... quando você... lê assim... descortinei aquele marzão... que coisa linda... aí a gente se jogou dentro d’água... tinha aqueles peixinhos... miudinhos... e você ia com água até o pescoço... você via a ponta do dedo... o sujo que estava na ponta do dedo... de tão limpa que era essa água... mas muito bonita mesmo... uma coisa linda... lá também na Ilha Grande... aí fomos ver o... onde foi né... tirado o presídio... vimos as... solitárias que ( ) uma coisa triste... horrorosa... ficou... lá... lá... porque eles não... não destruíram né... onde ficavam os presos... é um cubículo que só tinha... um buraco pra fazer as necessidades e... acho que de um metro... por um metro... coisa úmida... esquisita... escura... acho que... uma criatura ali... acho que endoida... pira de vez... coisa horrível...
DOC. -
LOC. - ãh?
DOC. - ( )
LOC. - ai... aí a gente... aí...
DOC. - ( )
LOC. - eu não sei mesmo... por quê? acho... que... muita... muito detrito não sei... eu achei... esquisi/ engraçado e ( ) esquisito até né... a... a... como se... a água e o óleo não se misturam... então você vê di/ né... a divisão direitinho... ali tem um divisão direitinho... você... eh... ficava impressionado com aquilo...
DOC. -
LOC. - ( ) ônibus...
DOC. -
LOC. - ah... foi gostoso... é um grupo... de uma moça que está acostumada a fazer excursão mas sempre o mesmo grupo... é porque eu não... não tenho tido assim oportunidade de ir não... porque ela sempre me chama... então aquele grupo que... que vai com ele... quase sempre é o mesmo... sabe... aumenta... ou diminui de um ou dois... mas sempre é aquele mesmo grupo... um grupo animado... tem... pessoas de todas as idades... tem... gente nova... gente já... com mais de sessenta... mas numa animação danada entendeu? de trinta... uma mistura de idade... mas todo mundo se dá muito bem... no ônibus... naquela brincadeira... aí vai até o... vai até ( ) e lá pega o ( )... a única coisa que eu não gostei muito de... de... eh... assim... tipo... self service... também... mas... a parte de PEIxe... peixe com muita espinha... com muita coisa assim muito sabe... eu não gosto aquela coisa que você... sai todo mundo... que ai não era só o nosso ônibus eram Todos que estavam na Ilha né... então... aquele negócio... vai... quem pegar primeiro pegou né... então eu não gosto muito de muvuca assim não né... então eu fico meio... mas você estava me perguntando negócio da... da... do oceano... acho que o oceano é aquela coisa né... no alto mar... tem muita... muita... muito detrito... óleo né... coisa muito... muita... inclusive os navios andam por ali né... então eles descarregam muita coisa e... mas a... o interessante é a divisão que você vê a pessoa o corpo inteirinho... de TÃO limpa que é a água... e isso não é na... perto da Ilha... quer dizer... é perto da Ilha... mas não... não faz parte da... da ( ) ah é praia... eles param ali pra pessoa nadar... e dali a gente ainda leva um bom tempo pra chegar na Ilha... quer dizer é alto mar MESmo...
DOC. - ( )
LOC. - olha... talvez seja por... assim por... como eu vou dizer... eu gostaria de voltar na casa em que eu passei a lua-de-mel... apesar de não ter podido passear muito... porque fazia muito frio... eu casei dia vinte e nove de junho... foi a última vez que foi feriado... acho que eu custei tanto a casar que foi feriado e acabou o feriado... vinte e nove de junho era feriado antigamente né... dia do papa... era dia da...era feriado... mas depois cortaram... então eu... apesar de eu não ter assim... passeado muito... porque inclusive a gente... foi pra Petrópolis que eu Ganhei essa... essa... essa casa pra ficar... porque nós não tínhamos condição de... passar a lua-de-mel em lugar nenhum... e foi uma amiga da minha mãe que ofereceu a casa... era... ela tomava conta dessa casa e me ofereceu... tinha uns caseiros lá... ( ) era uma casa enorme... então eu gostaria assim por uma questão de... romantismo né... de... gostaria de voltar lá... inclusive eu passei... eu acho que eu passei... eu não me lembro assim muito bem... mas eu passei e achei que era aquela casa porque... deve ter modificado alguma coisa... mas eu gostaria de voltar lá... grande... tinha uma sala enorme... dois... dois... tipo assim dois... como chama meu Deus do Céu... dois... ambientes... tinha uma escadinha... a sala de jantar em cima... a sala de estar embaixo... um corredor... devia ter assim uns... uns quatro quartos de um lado... quatro quartos de outro... uns dois banheiros... uma casa bem grande... nós inclusive só utilizamos mesmo um quarto... o banheiro... a sala... e os caseiros serviam a gente... nós ficamos lá quatro dias... mas eu gostaria... apesar da gente só ter ido uma vez ao cinema... ter saído pouquinho e tal... a gente não tinha assim condição de ficar... gastando muito né... então... mas só o fato da gente ir pra lá foi gostoso... e eu gostaria de... de rever...
DOC. - ( )
LOC. - de fusquinha... ((risos)) fusquinha dado pelo meu pai na... quando eu era solteira...
DOC. - ( )
LOC. - não... foi meu marido que foi dirigindo não... dirigindo...
DOC. - ( )
LOC. - estava muito frio... muito... muita chuva... muito... muito mesmo...
DOC. - ( )
LOC. - não sei... acho que não... sabe que dá impressão... fico olhando assim.... quando... já fui a Paquetá né... já fui a Niterói... tem hora que eu sento na barca assim... eu fico olhando assim lá pra dentro... nesse ( )... eu fiquei com um... mas é porque o pessoal... você vai na brincadeira... vai na bagunça... aí você vai acabando esquecendo... mas eu acho assim... falo Jesus... misericórdia se isso cai eu vou... não vou ter pé... eu não sei nadar... quê que vai acontecer comigo... então eu fico olhando pra aquelas... aqueles salva-vidas... o olho na... no salva-vidas... o olho na... no... salva-vida... eu acho que navio não faz... e... e depois... eu tenho pra mim que eu tenho isso da minha mãe... porque ela tinha pavor também... e tinha motivo... um motivo sério... quando ela... fez escola normal... ela estava no último ano... e meu a... meu avô era militar... e meu avô era... nortista... agora que eu estou me lembrando... estou falando mal do nortista... meu avô era nortista... e... mas ele era legal... meu avô... ele... foi... destacado pro sul... e a minha mãe não podia ir porque ia formar... ia acabar... o... o normal... então ficou pra depois encontrar com eles... eles foram pra depois ela ir... QUANdo a minha mãe foi... eh... não tinha aquela... aquela... ( ) tem hoje né... era um navio bem... bem fulerazinho... fulerazinho... então... coitadinha ela foi... sozinha... foi embora pro sul... e pegou uma tempestade em alto mar... diz ela que a água passava... então ela tinha verdadeiro pavor... não é pra menos... eu acho que uma pessoa... já pensou? à noite... a pessoa levou muito tempo pra chegar no sul né... pegou essa tempestade em pleno... alto mar... e diz ela que a água passava... o ma/ o navio balançava de tudo quanto era jeito... ela achava que não ia chegar no sul... e a água passava de um lado pro outro... pelo... pelo convés do navio... então ela te/ tinha pavor... ela não gostava de praia... nunca... meu pai fazia Tudo pra ela ir... botar o pé na areia na água... ela não botava... ela... conseguiu uma vez... ele conseguiu às cinco horas da manhã... levar ela na praia... então ela acabou POR causa da gente... meu pai comprou uma casa em Itacuruça e ela ia por causa de nós mas por ela não ia mesmo... ela não gostava... e ela coitadinha... não tinha sorte... Toda vez que a gente ia pra... pra Itacuruça chovia... então era aquele desespero... porque... no mar né... você via os raios caindo... no mar... e tal... ela fica apavorada... ela não chega nem na janela... mas ela ia coitada pra pra fazer a vontade da gente... então isso eu acho que ela... eu herdei um pouquinho dela... eu tenho... às vezes... aGOra eu melhorei um pouquinho... mas tenho pavor de chuva... de muita chuva... de raio... de trovão... eu fico apavorada... agoniada... aquilo me faz muito mal...
DOC. - ( )
LOC. - É Itacuruça... eu ia pra Itacuruça... a gente ia de trem... porque meu pai era ferroviário... então o trem pra ele era... pra baixo e pra cima né... carregava a gente de trem... eu fui pra São Paulo... tinha aquele trem de luxo que chamava trem de aço... depois de casada nós fomos uma vez... meu marido quis conhecer o trem de aço e nós fomos... a São Paulo...
DOC. - ( )
LOC. - Não... não... meu pai era muito fechadão... só depois de casada é que eu... fiquei sem vergonha ((risos)) meu pai ele... era muito rígido com a gente sabe... era uma educação muito... fechada... então a gente não podia... era uma educação assim de você sentar na mesa... só falava era... meu pai na cabeceira... eu do lado direito dele... minha mãe do meu lado di/ minha irmã na outra cabeceira... meus dois irmãos... o mais novo perto dele e o mais velho... no outro lugar... éramos seis né... ( ) éramos seis... e aquele estilo assim... só quem falava era ele com a minha mãe... ninguém mais podia conversar na mesa... mas era MUIto saliente... ( ) temporal... tenho dez anos de diferença da minha irmã... e... assim... não parece não... mas é uma educação completamente diferente... o que ela não aceita... eu aceito... respeito né... mas... e... em termos assim de educação... de... de... de filho de casa ela tem assim um pensamento muito diferente do meu... e somos completamente diferentes... é impressionante... somos irmãs e somos completamente diferentes... então eu me metia muito... de vez em quando eu tinha que dar uns palpites... ele só olhava pra mim... e se eu continuasse eu levava pregada... e tinha que ver... era muito... ele era muito rígido sabe... meu pai não admitia que a gente respondesse... um ai pra ele... uma vez eu balancei o ombro... como resposta... ele peGOU o chinelo... parou em mim... só que meu anjo de guarda me bota pro lado assim e o... e o... e o... e o...o chinelo passou longe... e ele ficou muito danado... e mandou eu pegar o chinelo... pega p chinelo... e eu não pegava o chinelo... e eu não pegava... eu adiantava... e ele mandava eu pegar... ( ) mas depois você eu te pego... eu ia pro quarto e ficava escondida... mas uma hora eu tinha que sair né... uma hora eu tinha que sair... na hora que eu saía ele vinha em cima de mim e batia... eu era muito assim sabe... muito... quebrou muita régua de... de corte e costura na minha cabeça... porque eu era muito terrível... também... apanhei de... apanhei de... correia de enceradeira... mas nem por isso eu me... não... eu não me... arrependo não... porque eu acho que eu tive uma educação boa... não me revolto com isso não... na hora ficamos né... inclusive quando eu comecei a namorar também tive MUIta... muita... pressão... então... mas nem por isso eu me... me arrependo não... eu acho que... minha educação foi boa... e hoje em dia eu não... eu não me sinto... não sinto... na hora a gente fica revoltada porque é moça mas...depois que a gente casa... tem filhos a gente dava muito valor... a tudo isso que eu... não me arrependo não... se tivesse que começar... talvez começasse tudo de novo... na mesma família... porque... minha mãe é... uma criatura excelente... sofria calada as coisas... nunca bateu em filho nenhum... sempre era na conversa... no... no papo... mas meu pai era muito violento... muito... muito... mesmo...
DOC. - ( )
LOC. - é o que eu te falei... pouco... pertinho... o Conservatório que eu tinha vontade de ir... pelo fato de lá ter o que eu gosto... músico... seresta... sou frustradíssima em tocar um violão em... piano que eu não sei... adoraria tocar... porque acho que aí você quando... quer se distrair... você pega um violão... você canta... tendo voz ou não tendo né... nisso eu sou frustrada né... não... não tenho como fazer isso... mas assim lugar... gostaria de ver... por... por uma novela que passou... gostaria de ir a San/ não conheço Santa Catarina... gostaria de conhecer... no sul claro... Santa Catarina se eu pudesse eu... tudo... ( ) (perfurar aquilo tudo lá) e... tudo... não sei se é por causa da novela... que passou... um pedaço de lá da cidade de Santa Catarina sei lá...
DOC. - ( )
LOC. - pro norte? dizem que é muito... bonito... e Maceió... inclusive a Flávia foi... gostou muito... e o João tem um livro lá que ( ) das belezas de lá e tudo... eu acho que anunciou que anda até de... de jipe na areia não é isso? que anunciou... eh... eu acho bacana... quer dizer... talvez você.. ( ) de repente está né... eu não tenho assim... eu não tenho... engraçado... eu não tenho muita coisa pra estrangeiro não... pro exterior não... não... não me enche os olhos disso...
DOC. - ( )
LOC. - gostaria por exemplo... eh... do Papa... de visitar né... o Vaticano... de repente ver o Papa de perto... que... quando ele veio aqui ao Brasil eu fiquei alucinada... tive uma... uma emoção tão grande quando eu fui... no maracanãzinho... uma coisa que... que me tocou demais... você conseguir o silêncio dentro do maracanãzinho e houve um minuto de silêncio... uma coisa linda na hora que ele... entrou na... no maracanãzinho uma coisa assim... impressionante... você não mandar ninguém fazer silêncio e... e se fazer um silêncio... dentro do maracanãzinho... foi bem... bem tocante...